São
bonitinhas, gostosinhas, cobiçadas e sabem disso (e olha que
mulheres costumam ter um senso auto-crítico mais elevado que homens,
que se acham galãs com suas barrigas de cerveja e pelos escapando
pelo canal auditivo). O problema é que superdimensionam o último
aspecto. Aonde vocês forem, sempre vai ter alguém que já deu em
cima dela – o colega do curso de reiki, o professor da quinta
série, o vizinho do conhecido da prima do namorado da amiga –; em
todo lugar vai ter metade dos homens prontos para atacarem-na,
comendo ela com os olhos – pouco importa que seja uma balada gay em
que ninguém parece ter o menor interesse por mulheres. Se fumar
maconha, então, até deus estará a observando e, muito
provavelmente, de xaveco pra cima dela – que era ateia convicta
dez minutos antes e voltará a sê-lo em algumas horas. Por conta
disso, ela preferirá um lugar mais reservado, menos movimentado,
mais escuro – o que é ótimo, ainda mais se você não for o rei
da desenvoltura! Há, contudo, necessidades de cuidados. Quando tiver
levado a moça até sua casa, cabe lembrar de trancar a porta do
quarto – mesmo que seu companheiro de casa tenha seu próprio
quarto e esteja viajando. Mas o principal é fechar toda a persiana.
Este lapso é mortal para o prosseguimento do relacionamento. Não
vai adiantar você, depois da transa e de ela ter percebido, tentar
argumentar que ninguém do prédio em frente, cinqüenta metros
longe, conseguiu vê-los – muito menos filmá-los – em tão
íntimo momento por uma fresta de dez centímetros às quatro da
manhã de uma terça-feira. Ela não vai acreditar. E também não
vai adiantar fazer busca pelos youporn da vida: você estava certo e
não havia mesmo ninguém para registrar.
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