20130604

Mulheres, quem entende? – As com mania de perseguição

São bonitinhas, gostosinhas, cobiçadas e sabem disso (e olha que mulheres costumam ter um senso auto-crítico mais elevado que homens, que se acham galãs com suas barrigas de cerveja e pelos escapando pelo canal auditivo). O problema é que superdimensionam o último aspecto. Aonde vocês forem, sempre vai ter alguém que já deu em cima dela – o colega do curso de reiki, o professor da quinta série, o vizinho do conhecido da prima do namorado da amiga –; em todo lugar vai ter metade dos homens prontos para atacarem-na, comendo ela com os olhos – pouco importa que seja uma balada gay em que ninguém parece ter o menor interesse por mulheres. Se fumar maconha, então, até deus estará a observando e, muito provavelmente, de xaveco pra cima dela – que era ateia convicta dez minutos antes e voltará a sê-lo em algumas horas. Por conta disso, ela preferirá um lugar mais reservado, menos movimentado, mais escuro – o que é ótimo, ainda mais se você não for o rei da desenvoltura! Há, contudo, necessidades de cuidados. Quando tiver levado a moça até sua casa, cabe lembrar de trancar a porta do quarto – mesmo que seu companheiro de casa tenha seu próprio quarto e esteja viajando. Mas o principal é fechar toda a persiana. Este lapso é mortal para o prosseguimento do relacionamento. Não vai adiantar você, depois da transa e de ela ter percebido, tentar argumentar que ninguém do prédio em frente, cinqüenta metros longe, conseguiu vê-los – muito menos filmá-los – em tão íntimo momento por uma fresta de dez centímetros às quatro da manhã de uma terça-feira. Ela não vai acreditar. E também não vai adiantar fazer busca pelos youporn da vida: você estava certo e não havia mesmo ninguém para registrar.

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