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20141105

20140523

lorota fotográfica, XV


esgotamento da pesquisa
limite natural da academia
aquele ponto em que você já não sabe mais o que está fazendo

20140508

lorota fotográfica, XIV


pegar em armas não é fetiche
mas toda imagem
- toda e qualquer -
o é

20140414

lorota fotográfica, XII


não sou covarde, já tô pronta pro combate
keep calm e deixa de recalque

20140314

lorota fotográfica, XI


forma de despedida
fotografia como morte
o adeus alongado na retórica do instantâneo


forma de reencontro
você vê a imagem
eu vejo o tempo que afoguei nela

tempo demais pra mim

20140204

lorota fotográfica IX

assim como a fotografia reduz
o tridimensional ao bidimensional

desse jeito tão esquemático
o pixel retorna

(curto-circuito)

20131223

lorota fotográfica VIII


em minha pesquisa cinematográfica encontrei a ideia
de feição como algo feito
featurefatura

algo que se faz, algo que se mostra, algo que é destacado do mundo

encontro nesse jogo tolo de fotografia virtual
o centro de minhas preocupações

a feição que é algo feito
mas também é algo selecionado
retirado do mundo
(de um mundo FEITO, mediado visualmente de antemão)
não interessa a ninguém
mas acho isso tão bonito

20131127

20131105

lorota fotográfica VI


a fotografia existe como linguagem e como técnica

o mínimo fotográfico: a luz impressa
e os discursos que se desenham sobre essa impressão

o típico exercício: expor duplamente
você mesmo e a sua visão

20131002

lorota fotográfica V



- o retrato, o retratar, a feição, a feitura -


“Fotografar um rosto é fotografar a alma que há atrás dele. A fotografia é a verdade. O rosto é a verdade vinte e quatro vezes por segundo.”

por trás da retórica do retrato há a da identidade. retratar está no limiar do inócuo 'mostrar' (to feature) e do 'representar' (tradicionalmente se faz a três: retratado, retratante, espectador - os 3 lugares da fotografia para barthes; está aí uma questão do autorretrato, uma pessoa ocupa os dois lugares. 'mostra' nos dois sentidos, isto é, lança um olhar e se faz olhar).

em um jogo online persistente, vive-se literalmente em um mundo de imagens (e de números), no entanto... no entanto não se trata de second life, as opções de customização são limitadas. fotografar um avatar é registrar o resultado de poucas escolhas. a feição aqui resulta de um ato mais ou menos consciente; ela pode ser expressiva no sentido de ser resultado da expressão humana.

a feição como ato criativo.



há muito em jogo. diante disso, lara lorota (e eu, que a controlo) toma uma nova missão:

destruirá os monstros, sim; conseguirá novos e melhores equipamentos, sim; retratará os habitantes desse mundo e buscará as implicações de seu ato, claro.

20130925

lorota fotográfica IV


tendo praticado um pouco mais a fotografia verdadeiramente digital (embora não seja verdadeiramente fotográfica), levanto conclusões iniciais (inícios conclusivos):

1. a câmera fotográfica frequentemente está ligada a um corpo. no fotojornalismo, o corpo costuma estar no chão e se insinua por trás da câmera. se pensarmos nos clássicos-modernos, na magnum, enfim. num jogo (ainda mais nesse estilo de jogo), a câmera não está na mão de ninguém, ela orbita em torno de seu avatar. nesse sentido, comporta-se mais como as lentes de um paparazzo. lara é uma pequena celebridade de meu jogo (mas apenas do meu).



2. por orbitar, a câmera é espécie de câmera-drone. para torná-la câmera-olho, é preciso ir contra o jogo. na verdade, a ética do plano-na-altura-dos-olhos se torna quase impossível. um leve plongée, pouco inspirado, tenta forçar suas regras sobre o ponto de vista do jogador. mas e o jogador-fotógrafo, ele deve negar essa visada ordinária (que nada tem de ordinária na vida cotidiana e que esteve na base de certo construtivismo fotográfico, os olhos de um avião, aqui simulados)?




3. em um jogo assim, a identificação é complicada. lara é objeto-fotográfico e objeto-cinematográfico (personagem). torço por ela e a controlo, mas o faço indiretamente. não é na primeira pessoa, nem na terceira. second person massive multiplayer online game? eu fotografo você, lara.

4. a responsabilidade do olhar, consequências virtuais ou concretas? tag fora das tags: male gazing?



20130912

lorota fotográfica III


lara lorota atingiu o nível máximo
agora o objetivo é acumular
(itens, missões bem sucedidas, companheiros de aventura)
talvez conquistar uma posição de respeito entre seus iguais
(outros salvadores do mundo)

ela se sente realizada e
vazia
ainda há muito pela frente
mas o caminho só leva ao caminho

(lara se regozija nos clichês de sua vida virtual)



20130830

lorota fotográfica II



as ferramentas
(saber escrever, editar uma foto
olhar para as coisas
cultuar a imagem)
podem ser usadas das mais variadas formas

o tempo também

tenho gastado meu tempo jogando na internet
e editando fotos da minha avatar
que se chama lara lorota
não sei se é bom ou não

às vezes lembro que vou morrer