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20150206

morte anunciada



a morte da república
ilustrada, aqui, pelo renascimento de outra

e nossa republica só poderia ter fim
republicanamente

(https://noticiasinternacionaisanos70.files.wordpress.com/2013/05/republica25_0001_capa_t04.jpg)

20140526

campanha barata/tô de olho




um dia a maçonaria já foi grande
já foi grande um dia a maçonaria
a maçonaria já foi grande um dia

20140520

1º encontro cybernético de apreciação filmográfica lusitana: contraplano

nos divertimos muito com o filme tenho a impressão q meu colega deve concordar tambem ele deve e os demais admiradores do cinema lusitano que porventura tenham visto que nossa um inferno deve ser ver esse filme na tv então ainda bem que eu adiei a assistência e só o vi em companhia de um colega nesse novo programa noturno que a tecnologia nos permitiu (nao digo sobre ver no cinema ver no cinema esse filme deve ser bom) mas nao só de danças alegres vivemos houve também uma hora mais tensa do filme que eu resolvi ilustrar aqui com o que chamei de uma balada infernal divirtam-se naquele querido mês de apocalipse


20131220

VESTIBULAR 2017

(...)

"Presentemente eu posso me considerar um sujeito de sorte
Porque apesar de muito moço me sinto são e salvo e forte
E tenho comigo pensado, Deus é brasileiro e anda do meu lado
E assim já não posso sofrer no ano passado
Tenho sangrado demais, tenho chorado pra cachorro
Ano passado eu morri, mas esse ano eu não morro"
('Sujeito de sorte', Antonio Belchior, 1976)

RESPOSTA:
Há que se atentar para o mistério que envolve o ‘ano passado’ para Antonio Belchior. 
Pois se no início de seu canto ele conclui possuir proteção divina, que o teria ajudado contra os sofrimentos do ano que passou (‘Deus é brasileiro e anda do meu lado/E assim já não posso sofrer no ano passado’) alguns versos adiante o poeta se contradiz: ‘Ano passado eu morri, mas esse ano eu não morro.’ 

Afinal, o que reservou ‘o ano passado’ ao trovador? O sofrimento, a morte? Ou teria a proteção de Deus, retroativamente, mudado o curso de seu destino, evitando os sofrimentos? 

A conclusão lógica há de ser, portanto, que Belchior é imortal.” 



20131216

20131214

estruturalismo punk


(intro: kebra-kebra na batera)

(grito loko estourado no mic)

(baixo fera conduz)

(aí refrão:)

COCÔ ALHEIO, COCÔ DE OUTREM
FLUTUANDO
NA PRIVADA DESDE ONTEM

x 4

(kebra-kebra feedback)

(pank pank pank pank)

(grito loko estourado no mic)

(baixo fera conduz)


(outro: kebra-kebra na batera)

20131125

Desvantagens anacrônicas: das vanguardistas que não vingaram


Se a princesa Anastassía era o atraso político,
Era também a vanguarda estética.
Não foi à toa que a fuzilaram.

(fonte: http://www.retronaut.com/2013/11/anastasia-selfie/)

20130917

No купе para São Petersburgo: adendo

trajeto: da Olga até o Mu Mu. from Luis Felipe Labaki on Vimeo.

Complemento audiovisual de: http://www.republicadoscabacos.blogspot.com.br/2012/07/ii-no-para-sao-petersburgo.html

20130911

Projeto pro fim dos tempos: o último filme



o último filme a ser feito no mundo deveria ser uma compilação de todas as citações – feitas em filme, é claro – a respeito da morte do cinema.

acho que, se resolvêssemos matá-lo agora, já teríamos material suficiente para uma coletânea considerável de hipóteses, declarações, preconizações, anúncios, apontamentos, exigências e etc. de como poderia ser feito. mas digamos que alguém decida esperar mais um pouco. daqui a alguns anos ou décadas, quando o cinema se converter realmente em “arte” (de museu). ou melhor: quando não se produzirem mais filmes. não imagens, mas filmes.

quando não parecer mais possível que alguém se declare um realizador cinematográfico – ou mesmo que tenha com o cinema alguma relação que não a de arquivista ou espectador - alguma alma esforçada e nostálgica poderá se debruçar sobre tudo aquilo e começar os trabalhos do derradeiro filme.

e, no entanto, um processo e tanto se iniciaria.

uma vez compiladas todas as mortes anunciadas, este único trabalho do último realizador cinematográfico estaria pronto.
e ele o assistiria do começo ao fim. “está lá!”, diria, e se prepararia para encerrar o cinema de uma vez por todas.
e pode ser que tudo se passasse dessa maneira: pronto, e fim.
mas pode ser que lhe ocorresse: não seria este último trabalho, justamente, um filme sobre a morte do cinema?

e o realizador perceberia que seria necessário acrescentar mais essa obra ao rol de sentenças, na última posição, logo antes dos créditos.

mas, uma vez isso feito, seria preciso repetir a ação de novo. e de novo. e de novo. e de novo. e de novo. e de novo. e de novo. nosso realizador, já arrependido do desejo de botar um ponto final na história do filme, não teria opção: continuaria a inserir seu penúltimo corte final em seu último corte final, sucessivamente.


e daí que nosso filme sobre a morte do cinema seria, no fim das contas, o maior filme do mundo: seria o único filme verdadeiramente interminável.

20130909

Diário de uma sniper: o que disseram na tevê


A sniper se sabe ontologicamente sozinha. Isso sempre foi assim. Mas essa sniper agora se vê diante de novas circunstâncias: para além da solidão habitual, ela se tornou uma espécie em extinção. É claro, a proliferação de snipers é e sempre foi sazonal - é preciso que haja um conflito em curso -, mas essa sniper permaneceu na ativa mesmo já terminada a guerra. 

E mais: transformado seu ambiente, transformados seus alvos, seus métodos permaneceram os mesmos. Ela é, no fim das contas, uma conservadora orgulhosa, preservando um ofício e nutrindo uma vaidade tremenda que nem sempre justifica suas decisões práticas.

Vejam: ela sempre busca a colina ou escombro ou prédio no estado o mais deplorável possível. Lá esteve ela ora ensangüentada entre cadáveres, ora enlameada nas urtigas, ora sendo banhada pelo esgoto - e tanto melhor! Dizem que há arte onde quer que se queira, e encontrar um ponto-de-vantagem imbatível nas piores circunstâncias imagináveis sempre há de arrancar aplausos de um lado ou outro.

Mas ela sabe que as vaias ou aplausos só virão no momento em que estiver na situação limite, à beira de sua exposição pública e conseqüente derrota no sítio em questão. E isso não pode ser bom, de maneira alguma.

Por isso mesmo, ela anda se contentando com seus próprios auto-elogios.

20130629

Dos pães que não cresceram

O novo empreendimento da rua Hélio Pellegrino foi chamado de 
"Pellegrino Pão & Arte".
Porém, diante da incompreensão dos clientes - os poucos que se atreviam a adentrar o suntuoso prédio nessas primeiras turbulentas semanas e se perguntavam sobre o que deveriam buscar ali (pão? arte?) -,  foi decidido em assembleia geral do pequeno-conselho: agora, três grandes faixas de tipografia simplória, penduradas bem ao alto, anunciam: 
"PADARIA"

20130625

Diário de uma sniper, X




07/10

15:45 - “You’re a talk alone”, a atendente do caixa disse logo que me viu. “Você fala muito quando está sozinha, bem baixinho. E em várias línguas.”
“É verdade.”
Esperei que me entregasse a sacola plástica e retruquei: “Mas você também é.”
“Como você sabe?”
“Porque você soube de imediato que eu era.”

15:46 - Saí da loja.

15:59 - "Sim, sou mesmo." 

16:34 - "Ignorá-la seria de uma notável imprudência.”

17:57 - “Mais alguns minutos. Ahora. Ali. Está fechando. Fim do expediente.”


18:01 - Headshot.

20130416

fracasso verídico (cantiga de roda)






foram mais de três
em vezes que senti
três picos na ponta
até que cuspi.

vai-te, bomba
cuia, parte
escorre tudo
cabou-se o mate

eu quis chimarrão
veio dor de barriga
tomei um tantão
com muita formiga

20130311

Dos filhos que não vingaram (ainda)


Primeiro, saiu o umbigo; depois o pé esquerdo; depois as nádegas; depois a jugular. Mas braço, perna e cabeça que é bom, entalaram todos lá no útero.