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20131203
20130227
a velha questão do espaço
tem um espaço aqui, que eu preencho
e outro que é impossível de alcançar,
alguma coisa assim: " ".
faz muito tempo que dois pedaços de espaço preenchidos vieram parar na minha mão - um depois do outro.
eu não lembro de onde eles vieram
[o espaço entre nós dois cresce infinitamente, agora:
eu posso gritar
mas não cabe a você me ouvir]
neles, existem coordenadas
mas o espaço que elas indicam já não se encontra,
já não te encontra.
e outro que é impossível de alcançar,
alguma coisa assim: " ".
faz muito tempo que dois pedaços de espaço preenchidos vieram parar na minha mão - um depois do outro.
eu não lembro de onde eles vieram
[o espaço entre nós dois cresce infinitamente, agora:
eu posso gritar
mas não cabe a você me ouvir]
neles, existem coordenadas
mas o espaço que elas indicam já não se encontra,
já não te encontra.
viver é preencher esses espaços,
inconsequentemente.
não espero te encontrar;
espero até
que eu me esqueça.
20121223
nunca mais meu pai falou
é verdade que os tempos passam e as cores mudam, a hoje em dia a gente fica cada vez mais preso nesses relampejos azuis da modernidade.
e ainda há quem chore por isso!!
certamente não minha pequena Little Nell, que canta (e dança [nua]) a um dedo de mim.
queria, meus amigos, com todo o poder que os tempos de hoje me investem, ser capaz de atirar toda essa velocidade aos céus, em um único jorro de transformutação, e ver todos vocês felizes antes do fim.
e daí morrer na praia, feito um siri à milanesa.
20120620
mensagem interna
tava muito afim de voltar e escrever alguma coisinha fofa pra vocês, mas não rolou.
aguardem!
aguardem!
20110815
Estudo sobre Marília Gabriela.
Marília Gabriela entrevista Antonio Banderas (ele fala sobre como um diretor é uma espécie de Deus).
Abre para um plano geral.
Ela está com as pernas cruzadas. Ambos os pés tocam o chão completamente, solas do sapato grudadas firmemente e paralelas. Como? Tento reproduzir a pose, é impossível — a perna por cima naturalmente não alcança direito o chão.
Uma pessoa normal é incapaz de fazer isso.
Me pergunto: como isso pode ser possível?
Talvez ela tenha uma perna muito maior do que a outra, mas me parece improvável: uma vez a encontrei no HSBC Belas Artes, o finado cinema, e ela andava normalmente e não parecia haver nada de diferente em suas pernas. Naquela ocasião, Henrique ofereceu um coquinho caramelizado para ela e ela não aceitou — moça de juízo. Não pode ser isso, então.
Provavelmente ela tem o corpo elástico, como o Sr. Fantástico. Ela é, certamente uma alienígena.
Não! Esses pés no chão, perfeitamente alinhados, não podem ser dela. A verdade me assombra, mas só pode ser esta: havia alguém sob ela, aquelas pernas eram de outra pessoa.
Na verdade, Marília Gabriela é um fantoche.
Atrás dela esconde-se um ventríloquo.
Percebo, estarrecido, que o ventríloquo sou eu.
Então era eu quem fazia aquelas perguntas absurdas, superficiais… O pai de toda aquela intelectualité da boca para fora fui eu, o tempo todo.
"Inferno!", grito. Minha mãe e Antonio Banderas se assustam. Marília Gabriela — eu — chama o intervalo comercial.
Não há tempo, preciso acabar com isso agora.
Pulo da varanda no meu mais importante gesto, heroísmo puro! Adeus, Marília Gabriela, chega.
Abre para um plano geral.
Ela está com as pernas cruzadas. Ambos os pés tocam o chão completamente, solas do sapato grudadas firmemente e paralelas. Como? Tento reproduzir a pose, é impossível — a perna por cima naturalmente não alcança direito o chão.
Uma pessoa normal é incapaz de fazer isso.
Me pergunto: como isso pode ser possível?
Talvez ela tenha uma perna muito maior do que a outra, mas me parece improvável: uma vez a encontrei no HSBC Belas Artes, o finado cinema, e ela andava normalmente e não parecia haver nada de diferente em suas pernas. Naquela ocasião, Henrique ofereceu um coquinho caramelizado para ela e ela não aceitou — moça de juízo. Não pode ser isso, então.
Provavelmente ela tem o corpo elástico, como o Sr. Fantástico. Ela é, certamente uma alienígena.
Não! Esses pés no chão, perfeitamente alinhados, não podem ser dela. A verdade me assombra, mas só pode ser esta: havia alguém sob ela, aquelas pernas eram de outra pessoa.
Na verdade, Marília Gabriela é um fantoche.
Atrás dela esconde-se um ventríloquo.
Percebo, estarrecido, que o ventríloquo sou eu.
Então era eu quem fazia aquelas perguntas absurdas, superficiais… O pai de toda aquela intelectualité da boca para fora fui eu, o tempo todo.
"Inferno!", grito. Minha mãe e Antonio Banderas se assustam. Marília Gabriela — eu — chama o intervalo comercial.
Não há tempo, preciso acabar com isso agora.
Pulo da varanda no meu mais importante gesto, heroísmo puro! Adeus, Marília Gabriela, chega.
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