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20130325
20110510
Bem te vi
Mesmo que, de longe, pareça tão sem cor, alguém me disse que a cidade, por tão bela, devia ser pintada toda amarela. E que bonito, que bonito se assim for:
É sempre bom sabê-la aí, à janela, ainda que seja assim, ao lado de outro amor: fica tudo muito bem, enquanto me for possível amarela, amarela, amarela.
isto é:
amor platônico,
dodecassílabos,
forever alone,
GMS,
pássaros
20110331
No dia de Santo Agostinho eu entrei em um café e pedi café. Você, por outro lado, decidiu que seria “diferente”, “emocionante” me desafiar num duelo de vida ou morte à beira do cais e então eu fui e eu te matei, mas não queria te matar. Porque eu te amava mais do que os urubus jamais te amariam – mas que importa? Você era deles agora.
isto é:
amor platônico,
H.Chiurciu,
morte,
rusgas literárias
20110310
cotidianas 4.
isto é:
amor platônico,
bataille,
cinema,
cotidiano,
olho,
ovo,
ricardo miyada,
sexo,
tudo é sexo,
vídeo
20101118
Parte 1 - O cenário
São Paulo é feita de toneladas e toneladas de carne, ferro e concreto. Cada porçãozinha disso não é uma célula, como exigiria a metáfora, não é um pedaço do todo, são todos eus, eus, eus. Por isso a cidade é tão grande e horrível, porque cada prédio é eu, cada muro é eu e todos os eus se fecham dos outros, se escondem, se expõem enquanto eus.
São Paulo tem muros demais e eles falam. Não são as buzinas, não são os motores nem os gritos, não são as risadas que ainda hoje se ouve, são os muros que falam por São Paulo. É o concreto liso que escurece impotente quando as motos zunem, é o tijolo exposto sob a tinta seca que envelhece com a gente, que se repinta porque mente, em que mijam os cães e os bêbados, em que se apóiam as velhinhas e os que esperam o ônibus, tudo isso é grito. Como é grito os desenhos, uns mais bonitos que tudo, outros assim como sujeiras de letras de pontas agudas anunciando amores e ódios.
São Paulo tem carros demais e eles não andam. Os fluxos são orgânicos, os caminhos são os mesmos, os destinos também. Em São Paulo, é assim: o destino ou é Centro ou é Bairro. E sempre demora.
São Paulo tem gente demais e, falem o que falarem, humanidade demais, também. A cidade tolera todo mundo, pena que até os intolerantes. Gente, tem de monte; às vezes, falta gentileza.
São Paulo tem comidas demais e elas vêm de toda parte. E elas ficam por aqui, crescem, se misturam como tudo se mistura em São Paulo, como receitas que nascem e morrem umas nas outras e de que nos orgulhamos como nos envergonhamos de nossa fome, que São Paulo também tem demais.
São Paulo tem males demais e eles são tão nossos quanto o resto. Outras cidades também têm seus problemas, seus Godzilas, suas invasões alienígenas, suas invasões por nazistas, suas invasões por turistas sexuais, suas invasões por ladrões de bicicletas, seus pervertidos no metrô ou o que quer que seja que as outras cidades têm, mas a gente tem nossa pequenez imensa, nossa fartura de miséria, nosso individualismo coletivo, nosso orgulho vira-lata, enfim, nossos oximoros maleducados.
São Paulo tem mais coisas, também, mas são coisas demais.
isto é:
amor platônico,
GMS,
narrativa descritiva,
saga cidade,
são paulo
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