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20130604

Mulheres, quem entende? – As com mania de perseguição

São bonitinhas, gostosinhas, cobiçadas e sabem disso (e olha que mulheres costumam ter um senso auto-crítico mais elevado que homens, que se acham galãs com suas barrigas de cerveja e pelos escapando pelo canal auditivo). O problema é que superdimensionam o último aspecto. Aonde vocês forem, sempre vai ter alguém que já deu em cima dela – o colega do curso de reiki, o professor da quinta série, o vizinho do conhecido da prima do namorado da amiga –; em todo lugar vai ter metade dos homens prontos para atacarem-na, comendo ela com os olhos – pouco importa que seja uma balada gay em que ninguém parece ter o menor interesse por mulheres. Se fumar maconha, então, até deus estará a observando e, muito provavelmente, de xaveco pra cima dela – que era ateia convicta dez minutos antes e voltará a sê-lo em algumas horas. Por conta disso, ela preferirá um lugar mais reservado, menos movimentado, mais escuro – o que é ótimo, ainda mais se você não for o rei da desenvoltura! Há, contudo, necessidades de cuidados. Quando tiver levado a moça até sua casa, cabe lembrar de trancar a porta do quarto – mesmo que seu companheiro de casa tenha seu próprio quarto e esteja viajando. Mas o principal é fechar toda a persiana. Este lapso é mortal para o prosseguimento do relacionamento. Não vai adiantar você, depois da transa e de ela ter percebido, tentar argumentar que ninguém do prédio em frente, cinqüenta metros longe, conseguiu vê-los – muito menos filmá-los – em tão íntimo momento por uma fresta de dez centímetros às quatro da manhã de uma terça-feira. Ela não vai acreditar. E também não vai adiantar fazer busca pelos youporn da vida: você estava certo e não havia mesmo ninguém para registrar.

20130528

Mulheres, quem entende? – As jogadoras e as direto ao ponto

Comecemos por uma distinção básica no comportamento feminino: as raparigas que jogam, as gurias que vão direto ao ponto, sem enrolação.
Para alguém com a elegância e desenvoltura de um Mr. Bean e uma retidão lógica teuto-lusitana, uma jogadora é o colapso das referências, me deixa mais perdido do que em meio a ideogramas japoneses. Grosso modo, mulher jogadora seria aquela que diz que quer, mas chega na hora e dá todos os sinais que não quer (vale o inverso, diz que não quer, e fica provocando). Claro, se eu não levasse tão a sério o que as mulheres dizem, tudo ficaria mais simples – mas lembrem-se de minha retidão lógica, para não falar da minha auto-confiança na arte da sedução. Seguidamente acho que elas fingem que querem que o homem entrem no seu jogo, quando na verdade estão em busca do macho-alfa, que faça justo o contrário, por mais que se achem agressivas sexualmente. Como nunca me dei bem em grego, termino em ômega... O duro é quando a jogadora é tão hardcore que se contradiz em menos de dez minutos. Primeiro diz, logo que o clima começa a esquentar, que não quer transar aquela noite para, dez minutos depois, soltar um “pode fazer o que quiser comigo”. Nada contra sutis contradições, acho elas encantadoras, fascinantes, mas diante de tamanha contradição, a brochada é inevitável – na hora vem os Segundo analíticos à mente. Parece que às jogadoras a irritação e a frustração são sentimentos inevitáveis quando estão diante de um pega-ninguém – mas não mudam seu jeito de ser.
As que vão direto ao ponto dão a impressão de simplificar a vida – ao custo de perda de um pouco de poesia e um certo jogo lúdico-erótico das jogadoras. Algumas tentam contornar esse papo reto com algumas estratégias para enrolar um pouco e fingir algum caminho menos “é isso”. A transa certeira e desejada por ambos ocorrerá assim que o homem preencher as três guias do formulário, ela carimbar no lugar especificado e você adicionar, ao final do processo, uma carta de intenções. É só fazer que dá certo, não tem fila, só uma demora habitual de carregar a papelada pra lá e pra cá. Mas fica com um certo gosto burocrático em tudo – se ela quiser combinar as posições autorizadas de antemão, então...
As legítimas direto ao ponto, essas nada de perder tempo com joguinhos, acordos, contratos, formulários, o que for – elas dizem logo qual a opção pro momento. Se for o caso, é tirar a roupa e mandar ver; se ela não tiver a fim, não rola; e se ela mudar de opinião, cumpra o que ela quer – ou, como escutei uma vez de uma garota desse tipo: “esquentou tem que comer”. Convenhamos, essa frase não soa exatamente poética. Me senti com a mulher-microondas, lembrei das lasanhas congeladas com o mesmo gosto, independente do sabor, ou mesmo das simples torradas feita no aparelho, que têm que comer logo, se não ficam intragáveis. Poupei a guria da minha comparação, mesmo assim chegamos à conclusão que havia alguma incompatibilidade entre nós.

20130521

Mulheres, quem entende? – Uma introdução.

Com um histórico de conquistas de causar inveja no máximo a um padre honesto e que segue fielmente seu voto de castidade, e sem ser gay para saber dos meandros do submundo da fofoca feminina (meu complexo de amigo-gay (gfc, em inglês) não me abre tamanhas intimidades), talvez eu não seja a melhor referências para discorrer sobre mulheres. Mesmo assim, insisto aqui em compartilhar as anotações que há anos faço – de experiências minhas e alheias – sobre esses seres tão fáceis e lineares, que conseguem fazer com que eu seja um cara simples, simplório. São notas que tomei para evitar cometer o mesmo erro duas vezes – no caso em que as experiências foram minhas –, ou de cometer erros grosseiros comentados por outras pessoas, e se acaso serviram para esse propósito, serviram também para descobrir que sempre dá pra cometer um erro novo, uma cagada pior do que a última, que já parecia grande o suficiente – e te custou um sonho de verão logo na primeira chuva de fim de tarde. Sim, malditos dez centímetros ou uma banal pedra no rim podem te custar um relacionamento. Enfim, não é um pega-ninguém dando dicas de sedução, antes alertas de dessedução, avisos de perigos para quem se embrenha nesse labirinto indecifrável. A inspiração, deixo aqui claro, se é que precisava, é do mestre Xico Sá – apesar d'eu não ter nem um décimo da sua verve e um centésimo da sua experiência. Pelas próximas terças, na República dos Cabaços, "Mulheres, quem entende?".