[ou: como se Cranach fosse amigo de Edison em certo momento histórico do cinema]
Mostrando postagens com marcador pesquisa. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador pesquisa. Mostrar todas as postagens
20140211
20121109
dupla
Hélio e Niltão existem nos concertos de música
erudita contemporânea em São Paulo.
Niltão sempre é visto antes, pois é
grande e se veste com jaqueta militar, coturnos, boina, barba espessa, óculos,
palito de dente (ou talvez um cotonete sem algodão) e bengala com símbolo
maçônico.
Hélio é
pequeno, careca, calado, sorridente e carrega uma pasta de couro.
Hélio e Niltão referendam o concerto: se ambos
comparecem, pode-se considerá-lo um marco na agenda cultural; se apenas um
marca presença, trata-se de um evento underground.
Mas
eles estarão lá, inevitavelmente, antes e depois do concerto, em um canto
qualquer.
Não
é todo mundo que se aproxima para conversar com Hélio ou Niltão, mas o freqüentador mais ou menos
assíduo certamente já se permitiu uma aproximação maior.
Niltão é quem puxa papo, iniciando a
conversa como quem conversa com um velho conhecido. Ele fala em voz baixa e
obriga o interlocutor a se aproximar para ouvi-lo por entre a barba.
Hélio apenas sorri e cumprimenta com a
cabeça.
E
se o interlocutor já conversou ao menos duas vezes com Niltão, há grandes chances de que saiba
algum detalhe de sua vida pessoal: sua mãe judia; sua experiência no exército;
sua iniciação maçônica; seu aperto financeiro.
Hélio ouve as histórias repetidas
vezes, calado, sorrindo.
Mas
basta uma conversa para que o interlocutor ouça Niltão reclamar sobre a precariedade do
cenário erudito brasileiro: as orquestras tocam apenas velharias, sempre
velharias; onde estão as novidades? E se algo interessante aporta por aqui, o
preço é uma barbaridade, seja de vinte a duzentos reais. E Niltão
dará ao menos dez
exemplos de eventos promissores que o decepcionaram por completo.
Hélio – “o carequinha”, como o chama Niltão
- concordará, talvez
com algumas palavras. E depois sorrirá.
Onde
eles moram? Como moram? Como vivem?
Acho que eles não são de mentira.
20110719
Não apenas se recomprovou a existência em 2011 do efeito Kulechov, como também se montou um belo quadro que pode ser admirado pelas famílias que nutrem apreço pela descoberta humana. O horror da morte também possui sua beleza, bem como sua emoção pode ser explicitada pelo recurso do campo (vemos uma árvore ao fundo na densa neve) e contracampo (o horror da morte por animais selvagens da neve sob suéter).
O tableaux que vemos a seguir se refere justamente ao efeito que se comprovou ativo na atualidade apesar das suspeitas de que o efeito Kulechov havia se dissipado em 1983 após medições equivocadas de Henrich Mikaelh e Ram-Tsa-Kah, falecido em maio passado. Observamos objetivamente que de acordo com o sentido estabelecido no segundo contracampo, a neve não causaria males aos seres que ali vivem se estes se protegessem de acordo com seu alto grau de luminosidade, permitindo eventuais fugas de animais selvagens, bem como a prevenção de acidentes com planadores de neve automotivos.
A pesquisa concluída em junho de 2011 permanece inédita, atualmente sob o domínio© do pelotão brasileiro de cientistas juvenis® e em negociação com blogs acadêmicos.
.
Assinar:
Postagens (Atom)