habita as palavras o hábito
o mau hálito
halitose ácida, acidose básica
a cidade ácida germina o germe
poético político estético
transeunte em transe no trânsito nervoso
das manifestações vorazes da vontade de falar
denunciar o falo, o falso, o fascista
a família falha
o coxinha coxo de razão
assume o gosto da denúncia na boca
mas percebe: o amargor é menor que a doçura
as palavras são jogo, a luta é linda, tudo explode no floreamento da linguagem
flores, não dores
a sede cede ao poema
posiciona-se e sinaliza-se solidário
busca-se o calor do corpo social
e o quentinho dentro do peito
não importa se boa; se Boa e Bonita (rubrica: sons soberbos sob suave indignação vocal), já está bem
muito bem
de bem
para bens
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20141220
poema político contra a poesia de jogo de palavra (manifesto contra a juventude ou: a nova rima é entre e intra palavras ou: aliteração radical é Bela ou: mais um manifesto contra a beleza ou: o poeta enquanto manifestante enquanto Homem de bem ou: a revolta como situação adormece ou: facebook é ainda mais uma morte da poesia ou: argumentontardio contra vídeo que vi faz tempo no youtube)
20140827
mais uma despedida
quando adolescente, fiz um teste de aptidão.
resultou que eu devia ser advogado, promotor, juiz (elevado senso de justiça, capacidade analítica de sistemas autorreferentes, tendência a culpar os outros apenas quando há um ganho explícito à vista).
olhei bem nos olhos do profissional que aplicou o teste (psicólogo?) e perguntei se ele era feliz.
ele sorriu, primeiro aquele sorriso "ah, espertinho", e depois um sorriso amplo, simpático e simpatético: "SIM, sou feliz".
"doutor, o negócio é seguinte: sou infeliz e desconfiado, além de tudo sou um mentiroso incontrolável. não acredito em você, direito é uma ideia terrível"
ele manteve o sorriso por algum tempo, embora o sorriso esvaziasse... as rugas iam desaparecendo de sua face, mas a boca continuava ali, semi-lua. "isso nada tem a ver. você seria um ótimo... bom, aqui diz que você também podia ser bailarino".
***
Isso já foi há uns 12 anos. Hoje vejo que o cara tava certo. Prestarei vestibular de novo neste ano. Em 2015, estarei na SanFran. Amém.
isto é:
facebook,
ficção,
literatura de facebook,
ricardo miyada
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