20151210
Meus amigos são todos ricos.
20110712
estratégias para a vida (parte 4 de 13?)
VI - Há algum tempo trabalho no C. e tenho que responder muitos e-mails, várias vezes para mais de um destinatário de sexos diferentes. Sempre me embananei para decidir se mando "beijos", "abraços", "Um abraço!" ou o quê para as pessoas. Muitos fatores pesariam para a decisão: proximidade, sexo, tipo e conteúdo do e-mail etc. Há um pouco mais de um ano, decidi, sempre que ficasse em dúvida, mandar o seguinte ao fim dos e-mails:
20110506
Sobre Ser um Ser Cultural
20101208
INSTRUÇÕES DE MÁXIMA IMPORTÂNCIA
20100516
Mas que melodia bela é essa, meu Pacheco?
“Acho que essa eu nunca tinha escutado você tocar.”
“Ah, já tem uns anos que caiu do repertório. Mas é boa, eu gosto.”
“Como você gosta de tocar?”
“Como assim?”
“É mais com a mão ou com a boca?”
“O que for jazz, bossa, tá valendo.”
Importante dizer que Pacheco verdadeiramente sorriu-se com isso. Ele foi guardar o trompete na maleta num canto. O baixo continuava ainda do lado de fora e com as cordas já perdendo o brilho.
Lia ficou um tempinho em silêncio porque também era legal ver o Pacheco guardando os instrumentos, recolhendo alguns cabos ainda soltos, tirando os amplificadores da tomada.
“E é só isso?”
“O que? Tocar?”
“Não, que você toca.”
“O que mais que existe pra se tocar?”
A Lia lembrou que precisava ligar pra mãe e avisar uma coisa das compras, pegou o celular e saiu. Isso deu tempo pro Pacheco terminar de fechar sozinho o estúdio. Faltavam: ar-condicionado, que foi desligado mas mais umidificava que qualquer coisa; computador; o som tirou-se da tomada. Por instinto Pacheco pegou um pacote de CDs virgens pra levar pra casa enfiado na pasta. Recolheu trompete, deixou o baixo lá mesmo, bateu a porta e trancou. Abriu de novo porque esqueceu do afinador pro José, que tinha pedido.
E de trás da porta saíram Goran Tortavic, Jan Kormeca, Ilja Paracov e Grande Elenco a tocar Kalasnjikov! O trompetista era Paracov e jogou Pacheco no chão enquanto terminava a ponte que levava ao refrão e foram-se em opa, e foram-se em opa, e foram-se em opa e OPA!
A Lia voltou assustada. Pacheco levantou-se do chão, com o mindinho possivelmente quebrado. Lia até choramingava um pouquinho, meio emocionada, mas aí ele tirou o trompete da maleta, arremessou-o com força pro alto e ele bateu na lâmpada,
catouô baixossem capa trancou tudde novo
e foram-se em opa, e foram-se em opa, e OPA!
Mas afinal, o que havia-se de fazer?
20100315
O Níquel da Eternidade - Esboço de um Road Movie
Direciono meu olhar para uma pedra, uma pedra brilhante à minha esquerda. Abaixo-me para tocá-la, para sentir a incomparável sensação de plenitude. Um susto. Quem é aquele que vejo? Seu rosto está turvo – a água é rápida – mas reconheço seus traços. São familiares. Tantos anos se passaram desde a última vez que vi esta expressão, uma expressão que transmite segurança. Segurança. E, em uma fração de segundo, torno-me inseguro novamente. Pois percebo, assim, que o rosto que vejo, na turva água do rio, é o meu.
Não reconheço as rugas que o cobrem agora. Abaixo-me mais um tanto. Consigo encostar na brilhante pedra, e um arrepio percorre meu corpo – o suave frescor da natureza. E raciocino. As rugas denunciam. Denunciam que, inesperadamente, rolou de meu bolso, perdendo-se para sempre, o Níquel da Eternidade.
O que me trouxe até aqui? Estes pés? Serão os pés, que nos fazem caminhar, os responsáveis pela viagem? E, se assim não forem, serão eles apenas servos de alguma outra faceta física do Eu? Não posso crer nisso. Sim. Os pés me trouxeram até aqui. Assim como me trouxe até aqui meu baço. Assim como me trouxe até aqui a tireóide. Assim como me trouxeram até aqui meus fígados, todos os três que possuo. Não há hierarquização entre os órgãos. Assim quis minha Mãe. Minha Mãe que é por tantos renegada – a Mãe Vida.
Mãe Vida escolheu-me outra Mãe. Uma Mãe de carne e osso. Uma Mãe Humana. E esta, por sua vez, forneceu-me uma Mãe, uma Mãe menor, unicelular. Seu óvulo. Poderia ter sido qualquer outro, mas foi aquele. Foi aquele, aquele se tornaria minha Mãe. Minha Mãe, dentro de minha Mãe, escolhida por minha Mãe Vida.
Pai, não tenho. O que é o pai? Fornecedor do material genético, do Sopro Existencial? Pois meu pai era aquele espermatozóide. E, no momento em que perfurou – (consigo sentir essa dor sofrida até hoje) – a parede de minha Mãe Unicelular, ele se desfez. Seu material genético – Meu material genético – foi espalhado por dentro da Mãe Unicelular. E desfez-se o espermatozóide. O homem que gerou o espermatozóide, diriam os mais biológicos, esse sim é meu pai. Não o espermatozóide. Nego. Ele era apenas um vetor...um vetor que fez minha existência ser possível.
(E será por isso que o vejo apenas como um Vetor?
Pois assim fui concebido.
Meu coração dispara. Apalpo meu bolso. Nada. Perdido. O Níquel foi perdido. Durante anos cunhado, durante anos estudado...e agora, perdido.
Resignação?
Derrotado?
Não. Olho novamente a água. É como um filme passando em minha cabeça e, traindo as leis da Natureza – Natureza suprema, pois então como tão facilmente traída? – a água inverte seu curso. Procuro-me no reflexo. As rugas...Permanecem. Percebo que estava de olhos fechados.
(Quais olhos?)
Abro-os. A água segue seu curso regular. As rugas...Permanecem. O Níquel, este se foi. Sinto que minha Metade Menor impulsiona-me para baixo. Olho a grama tão verde, tão verde -- e o Verde, a cor-mor da Mãe Natureza. Ela me seduz.
“Venha, Filho”, ecoa.
20090520
Aula de Cultura - 02
"O hiperrealismo de “Cidade de Deus”, construído de forma clássica e dotado de grande presença (pois é parte principal do espetáculo construído) difere, assim, do neorrealismo de Fellini, que não busca tanto uma representação ou reprodução do real, mas muito mais um esboço que sustente sua fantasia, por mais que trágica, leve."
20090427
AULA DE CULTURA - 02
Pior que isso só ficar lendo livro que já virou filme, mas pelo menos perder tempo é prejuízo mesmo só pra pessoa. Mas teatro? Por que é que ainda não fecharam todos??
Mas é que essa gente adora ficar presa no passado, né? Uma juventude que prefere ficar pra sempre ouvindo musiquinha dos anos sessenta ao invés de olhar pro próprio tempo e começar a fazer alguma coisa que converse de verdade com a própria geração. Acho que essa é a realidade no Brasil, sempre foi, né?
20090416
AULA DE CULTURA 01
20090414
AULA DE CULTURA - 1
More than what the collective one, the poverty. Its representation, its symbols, its imaginary one. The representation of it as spectacle is subject and parody of some workmanships since years 60 and 70. The laboring family of Bony, displayed as work of art in a museum, or the construction of a barraco in time has remembered - as well as the inclusion of a classic laboring family inside of it - guaranteed for the inserted chronometer in the image. At the same time, we have the film of foreigners in the slum quarter, the data base in the Internet of “real” personages of the community, the catalogues of cliches of the representation of the people in the cinema.
These are the questions of the cinema Latin American politician.
20090407
Transferência
- eu vou embora.
- Ainda não terminei!
não consigo não dá é só uma coceira no peito que parece... putaquepariu, eu queria que vocês aqui conseguissem porque.
- Não tenho coragem pra paixão.
(nem com a data próxima)
e eu fico assim isolado sem conseguir dizer.