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20140909
20090215
Instruções para jogar robato (versão espanhola, com 67 cartas)
Bom mesmo é jogar robato. O ponto-cruz mais forte geralmente é o de paus, mas isso não é regra; talvez seja regra cósmica, porque o que define o mais forte é o desenrolar das trenentinas do jogo e, se em grande parte das vezes, elas indicam o naipe dos brotinhos, o crupiê não deve ser culpado.
No entanto, um mal embaralhador inevitavelmente esbarra na intrincada questão dos valetes vermelhos. Se for de copas, pode condenar todo o jogo à ruína, mesmo antes do começo. É só ele aparecer entre quaisquer números ímpares que tudo com certeza travará, mais cedo ou mais tarde – e aí não há ponto-cruz de paus que salve.
“É complicado”, ouvi um crupiê dizer uma vez, “Requer muito de seus dedões.” É muito mais mecânico do que qualquer outra coisa. A sorte conta, claro, mas está longe de ser o principal fator determinante.
Imaginando uma situação: jogador 1 escolhe que a primeira trenentina será a “perenne”. Logo, a segunda deverá ser “ronã-lima”. A terceira, “nunimar”, e assim por diante até a nona, “ulapa”. Como a ordem não muda, somente os números (se o jogador 1 tivesse escolhido que a primeira seria “ronã-lima”, a segunda seria “nunimar”, etc., etc.), o crupiê está nas mãos do primeiro a jogar. Quanto mais próximo da nona limpa, ou seja, a nona trenentina original – estabelecida em 1887 por Henry J. Robato, divulgador e suposto criador do jogo – mais difícil para quem dá as cartas, porque dadas as multiplicações possíveis das cartas em jogo pela diferença de trenentinas entre a original e a escolhida pelo jogador, isto é, total x (T. original – T. escolhida), as chances de números ímpares tornam-se cada vez menores quanto mais próximas forem T. original e T. escolhida.
Apesar da aparente complexidade, a prática de robato sempre me caiu muito bem, em especial quando acompanhada de petiscos. Os petiscos, por sua vez, podem também exercer alguma influência: dê bolinhas-de-amendoim gordurosas ao crupiê e veja qualquer habilidade nos dedões escapar como mágica.
Resta então a última dica para os futuros robatingos: nunca desconfiar e sempre ajudar seus adversários. O ponto-cruz beneficia a todos, não importando as circunstâncias do jogo(Diz-se, aliás, que a nomenclatura escolhida foi amplamente influenciada pela fervorosa pregação pentecostal de Henry J. Robato. “Jesus and us, no need for fuss”“ era seu lema.) Dessa forma, a ajuda pode ser prejudicial a seus adversários, sendo essencial mostrar-se altruísta sempre que possível. Como as ajudas não podem ser impedidas – a menos que se tenha um coringa – um ponto-cruz formado mutuamente pode virar completamente o jogo e dar a vitória àquele que não chegara nem perto da primeira trenentina.
Regras na cabeça, cartas na mão, resta-nos o caramanchão.
No entanto, um mal embaralhador inevitavelmente esbarra na intrincada questão dos valetes vermelhos. Se for de copas, pode condenar todo o jogo à ruína, mesmo antes do começo. É só ele aparecer entre quaisquer números ímpares que tudo com certeza travará, mais cedo ou mais tarde – e aí não há ponto-cruz de paus que salve.
“É complicado”, ouvi um crupiê dizer uma vez, “Requer muito de seus dedões.” É muito mais mecânico do que qualquer outra coisa. A sorte conta, claro, mas está longe de ser o principal fator determinante.
Imaginando uma situação: jogador 1 escolhe que a primeira trenentina será a “perenne”. Logo, a segunda deverá ser “ronã-lima”. A terceira, “nunimar”, e assim por diante até a nona, “ulapa”. Como a ordem não muda, somente os números (se o jogador 1 tivesse escolhido que a primeira seria “ronã-lima”, a segunda seria “nunimar”, etc., etc.), o crupiê está nas mãos do primeiro a jogar. Quanto mais próximo da nona limpa, ou seja, a nona trenentina original – estabelecida em 1887 por Henry J. Robato, divulgador e suposto criador do jogo – mais difícil para quem dá as cartas, porque dadas as multiplicações possíveis das cartas em jogo pela diferença de trenentinas entre a original e a escolhida pelo jogador, isto é, total x (T. original – T. escolhida), as chances de números ímpares tornam-se cada vez menores quanto mais próximas forem T. original e T. escolhida.
Apesar da aparente complexidade, a prática de robato sempre me caiu muito bem, em especial quando acompanhada de petiscos. Os petiscos, por sua vez, podem também exercer alguma influência: dê bolinhas-de-amendoim gordurosas ao crupiê e veja qualquer habilidade nos dedões escapar como mágica.
Resta então a última dica para os futuros robatingos: nunca desconfiar e sempre ajudar seus adversários. O ponto-cruz beneficia a todos, não importando as circunstâncias do jogo(Diz-se, aliás, que a nomenclatura escolhida foi amplamente influenciada pela fervorosa pregação pentecostal de Henry J. Robato. “Jesus and us, no need for fuss”“ era seu lema.) Dessa forma, a ajuda pode ser prejudicial a seus adversários, sendo essencial mostrar-se altruísta sempre que possível. Como as ajudas não podem ser impedidas – a menos que se tenha um coringa – um ponto-cruz formado mutuamente pode virar completamente o jogo e dar a vitória àquele que não chegara nem perto da primeira trenentina.
Regras na cabeça, cartas na mão, resta-nos o caramanchão.
isto é:
agulhas,
baralho,
crochê,
edir macedo,
jesus,
robalo,
robato,
Swordfishtrombone,
universal
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