20090531

Minhas pastilhas acabaram hoje - pt. 1

Minhas pastilhas acabaram hoje. Ainda bem – elas me obrigavam a mastigar, movimento que odeio. Não há nada pior do que movimentar a mandíbula sem que seja extremamente necessário. Meus dentes sempre ardem quando tenho que falar alguma coisa, como se um gelzinho ficasse se esfregando neles, fazendo barulhinho de borracha, que dá aflição.

Alberto apareceu outro dia aqui com uma colher cheia de brigadeiro. Pediu que eu abrisse a boca que ele me dava, e eu abri, besta, e ele ia pra frente e pra trás com a colher e eu mordiscando e mordiscando o ar. Panaca, foi como se meus molares se oxidassem por completo em questão de segundos, com o ar sendo movimentado.

Eu sempre falo com a boca mais do que semicerrada, completamente fechada, eu diria. Um toque do velho Oeste, por assim dizer. E hoje, sem as pastilhas – finalmente hoje, ou seja, é uma sensação nova – minha mandíbula terá o repouso que sempre sonhou.

Agora é o momento certo de me esconder, de permanecer exatamente assim quietinho no meu quarto. Não vai demorar até virem atrás de mim com algum substituto, um xarope talvez. Eu só teria que esticar o biquinho, não seria nenhum esforço, mas uma questão de....dignidade, provavelmente, por quê haveria eu de tomar o xarope, se ele me seria oferecido justamente porque sabem que as pílulas enfastiam-me?

A TODOS: alistamento

oi, tudo bem? você sabe que eu faço cinema, né? então, tou trabalhando numa produtora há um tempo, como assistente de direção, participando de várias filmagens, tá muito legal, tou aprendendo bastante e até que ganhando bem. enfim, tou procurando gente pra atuar em uns filmes que a gente vai rodar em julho. se chama Vadias e Pau grande, a gente tá pagando 50 mil pra mulher e 30 pra homem. tá afim?



(inscrições nos comentários)

20090528

Quando Padre Vieira subiu no palanque,

a expectativa pelo que diria era grande. Cada dia mais gente se perdia na blasfêmia e na heresia e Vieira era um dos religiosos que mais interesse despertava para os céticos por conta de seus raciocínio agudo e argumentação venenosa.
Ele mesmo parecia mais ansioso do que de costume, cochichando com um frei rechonchudo e jogando água na nuca porque era verão em Madri.

Subiu, já disse, no palanque e como um breve instante de silêncio se fez entre todos, aproveitemos a chance para dar-nos algum contexto. Ocorre que certo reboliço se havia criado na Espanha quando um grupo indecoroso começou a espalhar por aí ideias já um tanto antigas de que todos os fenômenos do mundo e mesmo a própria vida podiam existir sem necessidade alguma da influência ou mesmo da existência de Deus.

Não surpreende que a Igreja tenha querido rebater os argumentos com máxima agilidade e tentando impor o máximo de respeitabilidade aos contra-argumentos, de forma que agora, e é a última vez que repito, subia Vieira ao palanque. O padre então limpou a garganta não porque precisasse, mas porque sabia como um discurso tinha que ser feito, e ergueu a mão sinalizando para que cessassem os burburinhos (iniciados logo após o instante de silêncio, talvez enquanto ainda nos contextualizássemos). Depois disse É claro que, sem Ele, ainda se morreria e se nasceria e reações químicas continuariam a ocorrer e células se aglomerariam em mórulas e corações enrijeceriam e chuvas choveriam sem Ele. Nada disso, porém, me tira a convicção de que sem Deus é impossível que haja vida ou morte ou chuva.

Por fim, decidiu-se que uma boa pira vale mais que mil palavras, e o padre incompreendido acabou provando da nova linha de argumentação da Igreja.

vitória antiga

Havia uma aranha gigante: ela se chamava [impronunciável].

ZAP ( sem cha nce)
(ateu) ZUM
BLAST ( tiroemfals o)
( pata nasal) BOING
ELASTIK(alg'antigo ri)
(reencarna- não) TRAZZZ
BLEEEEP (previsão:templo escuro)
(transporte ativo, corte) GRULLVV
thiago chão nariz córtex.

O guarda da CET assistiu a tudo incrédulo, sem fazer nenhuma anotação. Voltou para casa de olhos sempreabertos e não conversou com sua esposa, jantou em silêncio a sopa de cebola quase fria. Deitou-se na cama e fechou os olhos no escuro com o cérebro quase conseguindo reconstituir alguma paz: assim que tudo ficou escuro, morreu rasgado ao meio e sua esposa gritou.
No enterro, alguns amigos e parentes comentaram que ela tentou reanimá-lo copulando. Sentada em um canto em silêncio, a barriga já saliente, ela sibilou teias catatônicas.

20090527

Correção histórica II - Tempos Modernos


Re[tratação]pública




Bom, eu não sei se esse tipo de "momento de sinceridade" vai bem com o resto do blogue nem nada, mas...

Eu só queria me desculpar aqui, pros meus companheiros da República e também pra quem quer que venha aqui ler e acompanhar esse espaço (que é super-legal), porque eu sinto que não ando dando colaborações muito positivas, assim, não é de sacanagem nem nada do tipo, é só que eu não me sinto ultimamente tão bem das minhas idéias e aí eu fico nessa vontade de escrever mas não consigo e não consigo nada e daí eu "escrevo" meio que qualquer coisa, sei lá, e eu não sei se ando postando coisas que eu ache realmente legais.

Bom, é só que eu comecei a pensar que talvez eu estivesse causando um pouco demais, então achei melhor me desculpar.
Mal aí galera.

Vou viajar nesse final de semana, ver se eu arejo um pouquinho essa caxola e espero poder voltar com coisas mais interessantes, pra todos! :)

Brigado, e bom final de semana/fim de semana pra vocês!




LISSAUM DU DIA - POR ALMYRa

ESTAMOS APRENDENDOO

Z=D
<--`< [mango fantastique]

20090525

DELÍRIOS DA CLASSE PODRE - feminismos de butick e piadas de descarga

O cinema nacional tem uma característica muito clara: ele é como que baseado no social, seja pelo lado bom ou pelo lado ruim. O lado bom da base social do nosso, digamos, "cinema nacional" (não acredito nessa 'unidade', que acho necessária para um país se constituir como uma nação que pode, talvez, definir um cinema próprio dela mesma e acho que o brasil não tem) é que ele espõe mazelas - os podres, por assim dizer - que os anos e anos de escravidão - voltando muito no tempo, mas o que me parece preciso nesses instantes - e exploração do povo trouxe, e geralmente, a tela do cinema vem como que um CARIMBO pra autenticar que essa mazela existe e deve ser sarada.

O lado ruim acho que está explícito: vende pelo mundo afora que somos um país subdesenvolvido, de terceiro mundo sub-saariano, uma republiqueta de bananas corrupta em que só os negrinhos do morro tem poder. Um erro grave, ao meu modo do ver. Nósso país não é isso, está longe de ser só isso, São Paulo é uma metrópole de fazer inveja às européias (em Paris, quando estive lá, vi que todos os restaurantes fecham às onze horas - situação impossível na capital paulista, coração econômico). Esse é o lado que não é mostrado no geral.

Com muita satisfação o público recebe então um filme como "Divã", ad priori. Como que uma forma de de-sufocar o 'cinema nacional' (que com raras excesções, como essa e talvez a linha Renato Aragão, Xuxa, etc. e o fenômeno Se Eu Fosse Você) tirando do universo da favela-morro, a trama que concatena as cenas; é uma forma de trazer para as telas a classe média, média-alta.

Lília Cabral é uma mulher de meia idade, classe média, meio feliz, meio triste, cujo casamento vai bem nas aparências e no consciente dela mesma, mas que esconde, no subconsciente, uma grande insatisfação.

Temas-tabus, chocantes, são abordados de um modo muito saudável que parece querer deixar tudo em pratos limpos também no mundo do público-alvo (justamente as mulheres de meia idade). Masturbação é discutida, ela fala sem grandes constrangimentos, e transforma em piada o desconforto que isso causa em certas mulheres e em outras. Lília Cabral se masturba pensando em Mel Gibson (índice de nossa dependência imperialista: por que não colocar que a personagem se masturba pensando em Herson Capri, em Marcos Palmeira?) , e sua amiga que estranha um pouco as liberdades da amiga, ao final, morre. Mas não é uma morte punitiva, é uma morte bonita, mais uma forma de aceitar as coisas da vida. Tudo isso acompanhado da figura-chave: o analista.

O analista-espectador (e é aqui que está o pulo do gato: somos nós os analistas, que assistimos á vida da protagonista, pelo olhar filtrado, é claro, mas nós que analisamos e pensamos sobre ela), que sabiamente não aparece em quadro (apenas em uma brincadeirinha final) faz com que Lília Cabral se modifique aos poucos, libertando-se das amarras de sua condição de boa-esposa-classe média. Ela fuma maconha, em ato não-condenado, ela tem um caso -enquanto é casada - com um rapaz mais jovem (o sempre galã Reynaldo Gianechinni), não tem medo de ser vaidoza.

Tudo seria uma amostra de avanços na mentalidade cinematográfica do cineasta brasileiro: sem pretensões de crítica social, mostra uma mulher realmente moderna, e sem que seja criticada por isos, e sim feliz, uma "diva (~)". Mas e qual o sentido verdadeiro do filme?

O público das salas não ri das piadas que são realmente engraçadas. O que chama a atenção e o que faz o público-alvo gargalhar é Lília Cabral fingindo estar corcunda na balada, ela pulando gritando "Tô na vibe!" ou parecendo estar se masturbando (novamente) na cabine do banheiro.

Será que o público então não percebe os verdadeiros avanços e ri das piadas de descarga? Será que todo o progressivismo do filme passará por um simples desfile de roupas classe-média de boutick barata? Temo ser esse o destino deste filme de nossa cinematografia. Se assim for...qual o sentido?

Carlos Márques

A força é a parteira de toda sociedade antiga grávida de uma sociedade nova.

20090520

Aula de Cultura - 02

"O hiperrealismo de “Cidade de Deus”, construído de forma clássica e dotado de grande presença (pois é parte principal do espetáculo construído) difere, assim, do neorrealismo de Fellini, que não busca tanto uma representação ou reprodução do real, mas muito mais um esboço que sustente sua fantasia, por mais que trágica, leve."


Na verdade, 2008 foi assim:

Heh!

He

Heh

Heh
heh

Heh heh heh]

heh
heh heh heh heh heh

hohahahahehhaihh

ahuahuahuahauhu
cof cof cof

Goddamnit
oh!

uh oh!

!!!!
oh!
ah
ih!!!

uhh...

zzzzzzzzzzzzzzzzzz

20090519

Orlando


(e a falta que faz um scanner)

20090517

o meu terceiro pegar no pau, ou segundo

se                         o          escrever n'
 se o editor de    texto   d  este blog       não é fácil de lidar,
o problema não émeu                                                     (lh)
se não recebi o  émeio
daquela gente    idiota
que me quer      mas         nem morto
não sei bem se   é
masachoqueé     meu                              esse presente


se o meu texto eu         repostei,
                                     pois
é porque não gosto de rebostar
                                     é
nem de poesia             concreto(a)


lindo

minha primeira vez, ou segunda. não lembro.

se                         o              escrever n'
 se o editor de    texto   d  este blog       não é fácil de lidar,
o problema não émeu                                                     (lh)
se não recebi o  émeio
daquela gente    idiota
que me quer      mas         nem morto
não sei bem se   é
masachoqueé     meu                              esse presente

E o resumo de 2008 é:

20090516

Berlusconi Sex Tape

Vermont is more beautiful in the moonlight of your cumming face.
Me tirou do táxi, me atirou na cama dans mon cellulaire il avait une vidéo nouvelle et je ne croyais pas dans ma CHANCE.la mia testa era come una nube piovosa Il m'a enlevé du taxi, m'a lancé dans le lit Eu não sabia, minha cabeça era uma nuvem de chuva mi ricordo appena svegliare só lembro de acordar Cogí mi materia J'ai été effrayé no meio da noite, meu cabelo soltanto quando ho ottenuto la casa I didn't know, my head was like a rainy cloud todo grudado, eu fiquei apavorada era il migliore sesso della mia vita Peguei minhas coisas e corri dali, foi só depois quando eu já estava em casa My hair was all sticky no meu celular tinha um vídeo novo e eu não acreditava na minha SORTE.
An angel shouldn’t be sad.


As fotografias-still como criadoras de narrativa (3 quebras da 4a parede).




Nesta primeira foto, me interessam especialmente 3 pontos.

1- O enquadramento, que transforma o ato grupal em uma experiência subjetiva; não há dúvidas que a protagonista é a moça do meio (que vou chamar de Mila daqui a diante), que recebe o falo e o carinho no peito. O enquadramento arranca as cabeças dos outros participantes, o homem tende gentilmente em direção a ela, o corpo sinuoso de Mila revela, num espelho ao fundo, seu próprio reflexo;

2- ainda assim, nosso olhar é rapidamente conduzido pelo jogo de corpos ao rosto dela, que olha diretamente para fora do quadro, à esquerda. Ménage à trois? Não exatamente;

3- o mistério do olhar para fora-do-quadro revela-se dentro do próprio quadro: Mila olha para a câmera (a outra, a irmã mais nova, a filmadora) e, portanto, atua.

 


1- Aqui, temos os rostos dos dois outros participantes. Ainda assim, a posição central e o fato de ambos tentarem dar prazer para Mila a mantém como importantíssima protagonista do ato;

2- o olhar se dá direto para a câmera. O jogo se simplifica: não há mais filmadora, não há mais olhares-para-fora, só há uma cumplicidade tremenda com o público; Mila sente prazer (sente?) para nós, e não por ela.



1- A luz no difusor, que antes clipava no espelho, deslocou-se para a direita um bocado e... Ora, lá está a câmera filmadora! Mas...

2- agora os atores riem olhando para o fora de quadro. Está aí o ponto-final: a atuação não é apenas para as câmeras, mas é, ora só, dirigida pelas câmeras. Esse sorriso no rosto de Mila, esse olhar do jovem, a moça debaixo quase que ainda dentro do jogo... isso pode ser encontrado em qualquer coleção de fotos de set, este é o curto momento em que os atores saem do personagem e riem de algo que a equipe disse... ou quando se diz 'Corta!'. De repente, tudo é humano demais.

******

Escolhi essas fotos para mostrar como a câmera fotográfica pode se apropriar dos momentos de uma filmagem para criar algo inevitavelmente novo e diferente do processo cinematográfico por si só - muito além do simples making of.

Deixo, de presente, uma irmã da foto um:



Obs.: Cliquem nas fotos para versões maiores.

20090515

O Jogo de Cartas

Não há regras do jogo. Comemos morangos nos arredores de Paris, sentados na grama quase sempre nus e ao sol, até que a mais novinha – Joaquina, eu acho – se punha a correr pelo campo com ramas de morango presas debaixo dos braços. Os homens iam atrás, tentando apanhar os moranguinhos das ramas com os dentes, enquanto que as moças se instalavam em determinados lugares e tentavam nos acertar com cascalhos, seixos ou bolotas de carvalho, se fosse época de bolotas de carvalho.
Eram estes os bons tempos, Gabrielle.
-Haia, 9 de Agosto, 1923


UM BILHÃO PARA O PIAUÍ - A Cruzada de Mão Santa

"UM BILHÃO PARA O PIAUÍ!

Sodoma;escassez de honra e vergonha na casa da mãe joana, povo. Eu não creio na Bíblia, somente no que ela contém. O livro de indícios mais consistentes que há no universo e que a fé diz que DEUS escreveu sobre a existência dele.Precisamos de fé.Urgente e muita!Perdoem-me as maiúsculas do título, nada mais que meu espanto. A imprensa conta, e edita somente o que quer.Eu, conto tudo, tudo o que vi e ouvi,letra por letra. "Quem vê pouco vê sempre muito pouco; mas, quem ouve pouco, ouve sempre muito mais" Nietzsche. Mesmo porque não sou baú para guardar bizú! Leia e acredite quem quiser: "estou pouco me lixando!".

Assistia ontem ao final da tarde a TV Senado. Mão Santa presidia a sessão e já ia mudar de canal para assistir o Jornal da...(aqui é assim, nunca se sabe o que se pode escrever). Pior para a Folha. Inicia-se um debate incrível e inacreditável, quadri-patético, entre: "Virgílio, Jereissati e Guerra" de um lado e "Mão Santa",na Presidência do "Senado e o povo!" de outro. Aqueles querendo convencer o Presidente em exercício para ler o requerimento sobre a mesa do pedido de abertura da CPI da Petrobrás que continha 32 assinaturas de senadores, bem mais do que o número necessário.Alegavam legitimidade e legalidade Regimental ostensiva a que a Presidência se obrigava .

Mão Santa, mais desajeitado ainda do que já o é, negava-se com desculpas simplórias e simplistas. Administrativamente, dizia-se constrangido em proceder a leitura porque entendia que quebraria a hierarquia. Somente estava Presidente, não o era de fato e, por mais, que o colégio de líderes havia decidido que a leitura do requerimento seria postergada até ulterior comparecimento do Presidente da Petrobrás ao Senado,isto, quando a agenda dele permitisse.Moralmente e de modo contraditório, Mão Santa usava em seu favor, que também tinha assinado o requerimento e que não iria retirar de modo algum a assinatura.

Por outro lado Virgílio,genuflexo e sob os olhares visivelmente contrariados de seu pares superiores (Jereissati e Guerra) choramingava as mágoas dele:solicitava, implorava, pedia,repetia e repetia de novo que a questão era legal, de direito líquido e certo, que colégio de líderes era mero costume, práxis sem valor sobre o escrito e Mão Santa resoluto e impávido, também repetitivo, negava.

Irrompe o 1º secretário e assume a Presidência do Senado da República no lugar do 3º Secretário (o folclórico piauiense Mão Santa que já havia esgotado tudo que sabia de: Maquiavel a Saint-Exupéry). Heráclito, o novo Presidente em exercício do Senado da República e, com sua peculiar pose e arrogância, ecoa forte e solene: Deixa comigo! (Protógenes não deixou, divulgou) Segue a mesma linha sinuosa do conterrâneo Mão Santa; mesma lengalenga e somente acrescenta que o Senador Agripino (líder do DEM) havia representado Virgílio na reunião de líderes e, lembrando Mão Santa, ou lembrado por ele, questiona o PSDB: por que não convocar então, de jatinho, da vizinha Goiânia, o 1º Vice-Presidente do Senado da República Democrática Brasileira, do próprio PSDB, o Senador Marconi Perillo?

Jereissati,Guerra e Virgílio continuam se lamentando e colocando pedido nos duros e gordos muros insinuando graves falcatruas na Petrobrás. Parte e aparte concedido e o meu conterrâneo do PT que nada me envaidece, João, que também é Pedro, mas que de joão nada tem, surgindo da macabra penumbra, grita:

UM BILHÃO para o PIAUÍ!

- Quanto?

Olhos arregalados, mas, com sangue nos lábios, perguntou instantaneamente Heráclito, Mão Santa, que dormitava ao lado,acorda e dá um pulo. Jereissati, então, exultante, agarra o microfone e avisa: o par Marconi, 1º Vice presidente do Senado e do PSDB está vindo de jatinho da vizinha Goiânia. Virgílio ri:

- Prorroguemos a Sessão!

Então... uma esquisita Senadora do PT, de nome sarnento: Serys Slhessarenko - somente urna eletrônica permite que tenha voto num país de analfabetos funcionais - surgida qual alma penada e na calada da noite de sombrios corredores, assume a Presidência sob aplausos Do cavalheiro, brioso e honrado Heráclito, do DEM. Assim, lépida, rápida e faceira como num belo domingo de sol e feira, encerra a sessão a 2ª Vice-Presidente do Senado da República democrática e de DIREITO da Nação brasileira.MP com 1 BILHÃO PARA O PIAUÍ!"

(texto do comentarista assíduo José Reis Barata Barata, do dia 15/05/09. Modificações feitas apenas na formatação.
fonte:http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/comentarios/cpi_da_petrobras_all-1.shtml)



20090512

Use função metalinguística

"[...]"

Use função emotiva

...

Use função conativa

!

20090511

revisão crítica de Imagem.01

É bonito ver o trabalho com as cores feito nessa obra, a saturação trazendo uma textura próxima do tipo de surrealismo praticado em imagens publicitárias. Tudo é cor, uma cor tão carregada que vaza das formas - é o que percebemos a partir do leve borrar dos contornos. Tudo é difuso, plástico, apetitoso. De certa maneira, é um trabalho bastante auto-consciente, a artificialidade sendo assumida de vez pelo autor ao invés de ser trabalhada em níveis mais aceitáveis, que trazem esse tipo de fantasia próximo demais da realidade (como em várias outras obras do gênero). Aqui, existe um trabalho de desconstrução da verossimilhança, tanto pela textura publicitária quanto, até certo ponto, pelo enquadramento insólito. Os limites do quadro dão à nossa visão uma área muito grande de eventos aceitáveis de beleza tolerável, e temos a impressão de que poderíamos ver a foto com facilidade com uma logomarca de uma grife no canto entre os outdoors de alguma cidade (que não São Paulo, claro). Só com um olhar um pouco mais demorado percebemos, então, os dois detalhes que entregam a proposta da foto, forte e ao mesmo tempo sutil. Um deles sobreposto pelo fim do quadro, e o outro magicamente disfarçado em um certo jogo de embaralhamento dos membros. Os cortes também trabalham para tirar a individualidade das mulheres por um momento, pois não são indíviduos inteiros que a imagem retrada, mas apenas uma parte, a parte que mais interessa e que é separada despudoradamente, ou ainda mais que isso: o quadro fica em um certo ponto em que não apenas constrói a imagem imperceptivelmente, mas se delata de maneira escandalosa. 
É uma peça de grande beleza, uma beleza plástica e muito bem construída - assumindo, quem sabe, que todas as outras obras são igualmente construídas, sendo a fantasia que se assume como tal para servir ao público consumidor - e também bastante provocativa, talvez em mais níveis do que a própria temática da obra pode transparecer.



20090510

Testemunho sentimental

“Eighteen”
“Eighteen? BAABY!!”
['(sNAAAaakes! That's good, that's good!)

“It’s cool, man, it’s cool, really, that’s great. Yeeah, now THAT’S wonderful, man, please, never stop playing, really. Keep playing forever, don’t stop playing, really.”



“Oooh, yeah, ooh, fuck, ‘Virada’, phoooeew, those guys....terrible, terrible. But here it was.......('OK' com a mão, bem lento) wooonderful!”

20090508

O celeiro ao fim de nosso mandato

(trecho do conto de mesmo nome de Karen Russel, tradução de Cássio Arantes Leite, publicado na primeira edição de Granta em Português)

A garota

A garota voltou. Sua silhueta recorta-se contra a luz do sol, as grandes portas do Celeiro escancaradas. Punhados de feno recém-cortado dispersos e estocados no palheiro. Luz inunda as baias.
– Ei, cavalinhos! – A garota segura um guardanapo de pano cheio de pêssegos. Caminha até a primeira baia e oferece o fruto pálido e amarelo.
Rutherford arqueia o pescoço na direção da mão estendida. Manchas de luz flutuam sobre seu traseiro malhado. Ele lambe a palma da mão da garota seguindo um código que formulou, –.–., significando que é Rutherford Birch Hayes, o 19º presidente dos Estados Unidos da América, e que ela deve alertar as autoridades locais.
– Ah-ah! – ri a garota. – Faz cócega.

20090507

Rousseau II

ORA, É FÁCIL DE

COMPREENDER QUE O MORAL
, NO AMOR, É UM


SENTIMENTO ARTIFICIAL, NA
SCIDO DO COSTUME D
A SOCIEDADE E CELEBRADO COM
MUITA HABILIDADE



E CUIDADO PELAS MULHERES
, QUE VISAM A ESTABELECER
SEU IMPÉRIO E TORNAR
DOMINANTE

O SEXO QUE DEVERIA OBEDECER

boniteza









- Quero ver se segunda-feira vai ter mais emprego!
- É tudo mentira.
- Gasta o dinheiro que podia o aluguel.

[...]

- Veja que beleza, em diversas cores.
- Veja que beleza, em vários sabores.
- A burrice está na mesa.

[...]

- Tem três opções.
- Hum.
- Ou a gente se vê toda semana, ou a gente não se vê mais, ou a gente tem também umas aventuras.
- A terceira.
- Oi?
- As aventuras.
- Eu não quero aventuras.
- Então?

20090505

Rousseau I

Ora, quanto menos se
relacionem as vontades
particulares com a vontade
geral, isto é, os costumes com
as leis, tanto mais deverá a
força repressora aumentar.
Conclui-se, pois, que o
Governo, para ser bom, deve
ser relativamente mais forte
na medida em que o povo for
mais numeroso.

um comentário futuro de um hoje jovem kineasta/escritor brasileiro sobre sua magnus opus, Previsão de.:

"Sim, é do mesmo gênero que Bande à part, que é um filme muito ruim. Lembro-me de que, numa página de publicidade que fiz, empregara uma frase de Griffith que dizia: 'O que é cinema? É 'a gun and a girl'. E eu acreditava nisso."



Y E L L E:

20090504

Trechos de entrevistas com Peter Koor, baixista da banda "Fem Familien Faasborgel":

ABR. 07
[...]

PETER: A questão dos loops e sintetizadores não nos interessa mais desde o Kapitan Gaespajer [álbum lançado em 2005, último a contar com a participação de Johan van der Keuken, vocalista original da banda]. Pratos e jarras já deram nos nossos cornos.

JL: Mesmo considerando que a instrumentação eletrônica poderia ser usada para muitas outras coisas?

PETER: Não vejo outra aplicação prática, no atual estágio da música. Quero dizer, você pode juntar sua meia dúzia de egos, fingir uma guitarra num programa de computador qualquer e lançar sua banda-indivíduo no Myspace. Mas falta a barba, os tendões.

JL: Usar sintetizadores para simular o som de louça quebrando não parece um retrocesso? É uma emulação de algo que poderia ser feito em estúdio...

PETER: Não é retrocesso. Economizamos louça e podemos compor melodias que nem o pivete mais arteiro poderia produzir. Agora, o sujeito que faz sua própria banda sozinho e lança no Myspace seu trabalho masturbatório está economizando amor, amizade e interatividade. As bases de uma boa música. Eu não gosto disso.

[...]
MAR. 08

Encontramos Peter em seu atelier/estúdio em Aarhus, Dinamarca. De cabelos raspados, ele concedeu uma longa entrevista de duas horas e meia.

[...]

PETER: Meu trabalho no último disco foi bem simples: mandá-los à merda. Dá até pra ouvir em uma ou duas faixas, se você prestar bastante atenção.

JL: Você diz, botando pra quebrar?

PETER: Não, estourando as cordas de propósito e xingando o Jan [Danspoorj, guitarrista do Fem Familien Faasborgel]. Pelo caráter documental do negócio, a banda decidiu usar o primeiro take.

[...]

intercambio

Cara-cara yang dilakukan oleh Bung Karno tidak berhasil, karena antara komunis dengan umat beragama pada umumnya, terutama Islam terdapat pertentangan konsep yang luar biasa. Ibarat air dengan minyak, karena komunisme dipahami sebagai ajaran yang atheis. Berbeda dengan umat beragam yang percaya pada Ketuhanan Yang Maha Esa. Kedua konsep itu tidak mungkin ketemu, walaupun Bung Karno melakukan revisi-revisi bahwa komunisme di Indonesia adalah sosialisme yang diterapkan di Indonesia. Dengan kata lain, Bung Karno tidak mau mengatakan ada atheis.



A única coisa que nós jovens temos para colocar no currículo é
"JOVEM QUE TEM INTERESSE POR", só temos a juventude (a não-velhice, a vida pela frente)
para esfregar
na cara dos empregadores safados que querem dinheiro e mais dinheiro e mais dinheiro.

Eu acho isso um absurdo.