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20120213

Capricho

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Dos planos que eu gostaria de ver no filme dos meus amigos:
Talvez com uma narração literal
uma guerra ou um rompimento
sangue ou baba
onde é dito ou é finalmente percebido que não voltarão para carregá-lo (ferido ou babado)
Algo como
E então percebeu que não voltariam para carregá-lo, 
não era nem mais um peso, mas ultrapassado.
Talvez alguns ruídos que mostrem quão duro é o chão em que repousa, talvez sua garganta esteja seca também.
E aí uma explosão (de bomba ou de lembrança).
E aí um pouco de fumaça (de combustão ou de esquecimento).
Talvez um beijo no final, um beijo no chão, solitário, que soe o mais redundante possível, pois aí ao cabo de tudo possam finalmente nos criticar.

Era mais ou menos assim.


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20110220

proposta de direção: CIAO MIAO (ou como quer que venha a se chamar)

Filme metafórico – os monstros pelo cotidiano, pelas ideias; explosões em miniatura por explosões gigantescas –, metonímico – mostrar os efeitos pelas causas, ou fazer as causas produzirem efeitos que não precisam ser mostrados –, isto é, realismo parabólico, alcançar o chão alçando uma enorme linha curva que o toca em dois pontos.

Assumir que o real do cinema não é ser, nem parecer ser, mas sim acreditar. Crise do valor das ideias mas ao mesmo tempo valorização da abstração.

Destruir o mundo por vias indiretas.

tags:

pop, anime, decupagem bressoniana, filme de feição, cocotas explodindo o mundo

20110217

ANNA VAH - um esboço:


Em algum lugar, nalgum ponto da infinita linha do tempo, uma rapriga, doravante conhecida por ANNA, tenta escapar de uma realidade a qual é incapaz de aceitar. Por anos e anos ela buscou uma forma de remendar aquela falha, derrubar as amuradas e acabar com toda a opressão da alma humana.

Um dia, adquiriu a Compreensão, e então se libertou das amarras de várias Leis, seu próprio corpo se tornando algo distinto de todo o resto, imune às Regras e liberto da Ordem. Mas a perseguição foi intensa, as Leis do Mundo não podiam permitir que um grão sequer se pusesse fora do quadro, tornando-se imprevisível, ameaçador! O Caos deve ser extirpado, é o que se dizia.

Num último golpe, ela consegue se desvencilhar das garras que tentavam detê-la naquele Mundo que ela não queria que existisse. Anna mergulhou no sub-tempoespaço, num limbo de estática onde todas as coisas absurdas como ela eram fadadas a se desmanchar. Mas ela não se desmanchou, nem ao menos um pouquinho! Ao invés disso, apurou os olhos e passou todo aquele não-tempo em busca de uma saída, por menor que fosse, por mais breve ou distante. Vagou e perscrutou, com a paciência de um Deus, a pele daquela tripa cósmica a procura de uma brecha. Enquanto isso, Anna foi consumindo o conhecimento que nadava naquele caldo, o Conhecimento das coisas que não devem ser conhecidas. Descobriu sua missão, as tarefas que deveria cumprir, traçou um plano, se preparou.

Foi num não-dia como qualquer outro que a fresta surgiu à sua frente; Anna saltou sem dúvidas, atravessando, assim, o ouvido de POTI - caindo num ponto distante da infinita linha do tempo, no que conhecemos como Mundo.