Normalmente não é assim que se dá, mas como os métodos científicos andam se abrangendo sem fim, temos que flexibilizar nossa história e tudo mais. Em sendo assim, convido os excelentíssimos senhores F.A. e F.K., leitores costumeiros de nossas paragens, a participar dessa bela e pequena família incestuosa, como colaboradores ativos e produtores indomáveis de conteúdo. Em caso de resposta positiva, por favor entrem em contato pessoalmente, emailmente ou através dos comentários. Deixo ambos os nomes assim, codificados, para evitar envolvê-los desnecessariamente em nosso antro de prostituição literária. Abraços,
a direção
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20101030
Convite especial ao sr. F. A. e ao "sr." F. K.
20100617
variação em fagote
“(...) a opressão impõe ao dominado limitações que vão além do espectro político (tanto a negação democrática mais direta quanto a manipulação ideológica definida pelos exemplos dominantes) e do óbvio alijamento que se dá pela influência esmagadora da cultura opressora – a condição de oprimido, até mesmo quando autoconsciente, é uma prisão exclusivista : o dominado se descobre dominado e passa a se definir por isso – é apenas oprimido, sua personalidade sendo suprimida ante um traço tão forte – e isso se reflete na arte “rebelde” dos dominados, sempre preocupada com sua condição, sempre voltada para si mesma em um solipsismo preocupante, sempre nervosamente ciente de sua situação desfavorável, nunca capaz da leveza (irresponsável, burguesa, alegre) inconsequente da arte dominante. Os oprimidos somos incapazes de sorrir.” Paulo Emílio Salles Gomes in “Êxodo”
nunca na vida eu queria ser assim um moço pequeno e aleijado, não mesmo, queria ter perna-de-pau e ser pinóquio crescido, voando, elementar que nem carbono, fonte, fui passando pelo beco com os dedos cobertos de melaço - me chamo juca, sou esperto, pego duas moças pelo preço de uma; gêmeas, uma não sabe quem é a outra, escapo-já em tumtumtá - acusando crime: LADRÃO, assassino!, enfiei o braço na botija mas não sabia que tudo ficava tão feio, achei que era só uma moça-estátua-recipiente-de-felicidade, enfarto não é minha culpa...
CORO:
Veja só
o menino
que fugiu
da escola!
Pé-de-pato
sorridente
morre logo,
joga bola!
E Juca, agora, sem chance alguma de escapar - uma vida inteira de marginalidade resumida em um instante, decisivo, clássico, definidor, autocontido - fractal (um conceito que não sabemos entender; chegamos no máximo até a teoria dos fluidos ilustrada pelo carrossel holandês, no máximo, e a polícia cabisbaixa cercando o prédio olhando no relógio, 15h25, o Robinho já deve tar na quinta marcha, e aqui... Ele não existe mais, é só arquétipo e, droga, pera) agora sim, ele não existe mais, acuado em um barraco (se fosse desenvolvido (entre aspas, já que detroit ACABOU, ouviu, A-CA-BOU, a queda do império, agora só vivem ratos e astrólogos lá) seria uma fábrica abandonada - símbolo do quê, exatamente?, não sei) com uma bazuca, isso mesmo, BAZUCA nas mãos, ameaçando estourar tudo se não deixam sair, a rua vazia, ninguém

e aí, bumpaticurungudum, um salto temporal - o capitão major tenente olha o relógio e, nããããão!!!!, 17h40 já, uma gritalhada danada, na rua uma escola de samba chamada POVO, explodindo, balançando, logo Juca já sumiu, colorido, e vai votar esse ano, jájá todo mundo vota, eu sou assim, aqui, sambote, ê-ô-ê, eu
Queria falar sobre o que não bate mais no meu peito e o medo de
não, preciso explicar porque pensar numa solução já é
agora, só agora, murmuro sobre os gatos e as suas caudas
meu deus do céu eu
Os detetives John e Adolph nunca encontraram ninguém; "isso é passado, garoto, poeira de sonho" ----- não,!, num deserto sacando uma pistola e matando Cai-Sentado com fumaça mas não tem, não, eu ----- cambalhotando com voz-em-tudo rindo, Eu gosshtow dee voucêee, nossas mulheres, não, fiquem!!, fugindo pro abrigo agora
JOÃO: VEM VAGABUNDA
ELA: SUA.
beijo, sem pôr-do-sol.
NÃO DÁ MAIS, explodindo (mas não, explodir não é meu, não, pulando)
Juca segue dançando, ô danado, êêê.
nunca na vida eu queria ser assim um moço pequeno e aleijado, não mesmo, queria ter perna-de-pau e ser pinóquio crescido, voando, elementar que nem carbono, fonte, fui passando pelo beco com os dedos cobertos de melaço - me chamo juca, sou esperto, pego duas moças pelo preço de uma; gêmeas, uma não sabe quem é a outra, escapo-já em tumtumtá - acusando crime: LADRÃO, assassino!, enfiei o braço na botija mas não sabia que tudo ficava tão feio, achei que era só uma moça-estátua-recipiente-de-felicidade, enfarto não é minha culpa...
CORO:
Veja só
o menino
que fugiu
da escola!
Pé-de-pato
sorridente
morre logo,
joga bola!
E Juca, agora, sem chance alguma de escapar - uma vida inteira de marginalidade resumida em um instante, decisivo, clássico, definidor, autocontido - fractal (um conceito que não sabemos entender; chegamos no máximo até a teoria dos fluidos ilustrada pelo carrossel holandês, no máximo, e a polícia cabisbaixa cercando o prédio olhando no relógio, 15h25, o Robinho já deve tar na quinta marcha, e aqui... Ele não existe mais, é só arquétipo e, droga, pera) agora sim, ele não existe mais, acuado em um barraco (se fosse desenvolvido (entre aspas, já que detroit ACABOU, ouviu, A-CA-BOU, a queda do império, agora só vivem ratos e astrólogos lá) seria uma fábrica abandonada - símbolo do quê, exatamente?, não sei) com uma bazuca, isso mesmo, BAZUCA nas mãos, ameaçando estourar tudo se não deixam sair, a rua vazia, ninguém

e aí, bumpaticurungudum, um salto temporal - o capitão major tenente olha o relógio e, nããããão!!!!, 17h40 já, uma gritalhada danada, na rua uma escola de samba chamada POVO, explodindo, balançando, logo Juca já sumiu, colorido, e vai votar esse ano, jájá todo mundo vota, eu sou assim, aqui, sambote, ê-ô-ê, eu
Queria falar sobre o que não bate mais no meu peito e o medo de
não, preciso explicar porque pensar numa solução já é
agora, só agora, murmuro sobre os gatos e as suas caudas
meu deus do céu eu
Os detetives John e Adolph nunca encontraram ninguém; "isso é passado, garoto, poeira de sonho" ----- não,!, num deserto sacando uma pistola e matando Cai-Sentado com fumaça mas não tem, não, eu ----- cambalhotando com voz-em-tudo rindo, Eu gosshtow dee voucêee, nossas mulheres, não, fiquem!!, fugindo pro abrigo agora
JOÃO: VEM VAGABUNDA
ELA: SUA.
beijo, sem pôr-do-sol.
NÃO DÁ MAIS, explodindo (mas não, explodir não é meu, não, pulando)
Juca segue dançando, ô danado, êêê.
20100505
DAMORTE
EU JÁ DISSE QUE NÃO HÁ MENIRES, deixem-me em paz!, não vou ceder, não vou m'entregar, não deixo de lado meus princípios NEM POR UM CARALHO!, mesmo coberto de feridas já lazarento já leproso já morto já anjo, ainda assim persisto!, sigo para sempre numa trilha totalmente constituída de sorrisos de bebê fotografados por J.R. Duran/Tolkien, sou um tanque, RODOPIO!, frigorífico hermeneuta astronauta, você me sorri serpente sedutora mas SOU CEGO; TATEIO minha trilha até chegar, a via crúcis são minhas veias explodindo de TESÃO, COMO sua filha mas não me entrego NÃO!
...
...
...
SOU COWBOY!
(ou jesusmichê)
(um oferecimento Petrobrás. --- persiana.)
...
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SOU COWBOY!
(ou jesusmichê)
(um oferecimento Petrobrás. --- persiana.)
20090801
20090712
Nelson Pereira dos Santos Está Vivo
NELSON PEREIRA DOS SANTOS -
Rsrsrs...umas três pessoas se assustaram e me perguntaram: "Que?! Mas ele não morreu?!". Quase respondi que, cinematograficamente, sim, depois de 'Brasília 18%' (que é uma piada só, filmeco pra mostrar os peitos da Bruna Lombardi)...mas Nelson acaba de completar 80 anos e vem recebendo várias homenagens mundo afora, mas a de ontem foi, ele disse, especial, porque ele nasceu aqui, então era o povo dele.
Aqui vão duas coisas que ele disse MESMO ontem:
"Eu prefiro ser cabeludo por dentro!"
- quando inquirido pelas Autoridades se não era ele também um cineasta barbudo e cabeludo.
"Me irrita muito essa história de que agora...bom, cinema não é mais cinema, agora é tudo 'audiovisual'. Mas me digam uma coisa, teatro não é um meio audiovisual também?"
ALGUMAS PERGUNTAS ENDEREÇADAS AO CINEASTA HOMENAGEADO:
"Afinal, o cinema americano dos começo dos anos 60 viu o surgimento de um grupo de cineastas independentes que buscavam outro tipo de cinema, não é mesmo?, Cassavettes, até mesmo o Andy Warhol, todos faziam um cinema mais livre, da mesma forma que aos poucos foi acontecendo na França, quando começam a fazer filmes os já-clássicos Truffaut, Godard, Chabrol, o grupo que ficou conhecido como 'nouvelle vague', então, bom, pensando nesse sentido, me diga: o senhor gosta de caqui?, enfim, queria que você falasse um pouco sobre a sua relação entre a narrativa em si e a produção. O que é que vem antes: a idéia ou a produção? "
- estudante de comunicação da Unesp
"Os cineastas aqui no Brasil até a década de sessenta eles eram, podemos dizer, meio marginais, aliás, o intelectual no Brasil sempre foi marginal , nunca teve assim um reconhecimento e voz na sociedade [suprimido da pergunta depois que Nelson&Cia evocam os modernistas]. Mas aí chega nos anos sessenta, cinema novo e tal, o cineasta ganha uma nova postura, um novo lugar na sociedade, pode ter voz [...] e você poderia falar um pouco sobre como era assim trabalhar com o Glauber Rocha, como ele era?
- estudante de história da (?)
Nelson respondeu a perguntas durante mais de uma hora e parecia bem disposto. Arriscaria dizer que tomara um bom café da manhã e que um delicioso jantar cheio de honras o esperava.
Rsrsrs...umas três pessoas se assustaram e me perguntaram: "Que?! Mas ele não morreu?!". Quase respondi que, cinematograficamente, sim, depois de 'Brasília 18%' (que é uma piada só, filmeco pra mostrar os peitos da Bruna Lombardi)...mas Nelson acaba de completar 80 anos e vem recebendo várias homenagens mundo afora, mas a de ontem foi, ele disse, especial, porque ele nasceu aqui, então era o povo dele.
Aqui vão duas coisas que ele disse MESMO ontem:
"Eu prefiro ser cabeludo por dentro!"
- quando inquirido pelas Autoridades se não era ele também um cineasta barbudo e cabeludo.
"Me irrita muito essa história de que agora...bom, cinema não é mais cinema, agora é tudo 'audiovisual'. Mas me digam uma coisa, teatro não é um meio audiovisual também?"
ALGUMAS PERGUNTAS ENDEREÇADAS AO CINEASTA HOMENAGEADO:
"Afinal, o cinema americano dos começo dos anos 60 viu o surgimento de um grupo de cineastas independentes que buscavam outro tipo de cinema, não é mesmo?, Cassavettes, até mesmo o Andy Warhol, todos faziam um cinema mais livre, da mesma forma que aos poucos foi acontecendo na França, quando começam a fazer filmes os já-clássicos Truffaut, Godard, Chabrol, o grupo que ficou conhecido como 'nouvelle vague', então, bom, pensando nesse sentido, me diga: o senhor gosta de caqui?, enfim, queria que você falasse um pouco sobre a sua relação entre a narrativa em si e a produção. O que é que vem antes: a idéia ou a produção? "
- estudante de comunicação da Unesp
"Os cineastas aqui no Brasil até a década de sessenta eles eram, podemos dizer, meio marginais, aliás, o intelectual no Brasil sempre foi marginal , nunca teve assim um reconhecimento e voz na sociedade [suprimido da pergunta depois que Nelson&Cia evocam os modernistas]. Mas aí chega nos anos sessenta, cinema novo e tal, o cineasta ganha uma nova postura, um novo lugar na sociedade, pode ter voz [...] e você poderia falar um pouco sobre como era assim trabalhar com o Glauber Rocha, como ele era?
- estudante de história da (?)
Nelson respondeu a perguntas durante mais de uma hora e parecia bem disposto. Arriscaria dizer que tomara um bom café da manhã e que um delicioso jantar cheio de honras o esperava.
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