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20130226

poesia


é preciso muita energia positiva para não ser, assim, um cara negativo

lágrimas de jacaré


 acordei hoje de um sonho muito contente: eu assistia no youtube um vídeo de coreanos sorriam muito em uma praia, vestindo um de seus amigos de jacaré. eu também teria sorrido um monte, se estivesse lá.

era uma fantasia muito-muito incrível: uma lona plástica verde por cima do torso, a cabeça do jacaré em espuma e o escolhido para interpretá-lo dando urros de jacaré que pareciam arrotos. em determinado momento, os amigos decidiam que o jacaré ainda estava muito mirrado e começavam a bombear ar para a roupa de lona, que crescia-crescia até ficar gigantesca. eles então passavam uma resina verde em spray para fixar bem as escamas de papelão. não lembro como o amigo-jacaré fazia para se locomover, porque a roupa parecia pesada, mas ele se punha a dar uns passos pela beirada do mar, arrotando e rindo, até ser puxado por uma onda imensa que levou a roupa embora. eles deviam ter muitas delas ou eram muito desapegados, porque continuaram genuinamente felizes!

e, depois disso tudo, terei eu mesmo um dia muito feliz.
tenham um bom dia, meus amigos!



PS: o jacaré só chora no bote por causa dos canais lacrimais curtos.

20110314

Atrás do trio elétrico só não vai quem já morreu

O trono só estava um pouco sujo, um pouco mais sujo do que o mínimo que eu achava que era necessário para que alguém pudesse ver alguma poeira da distância a que ficavam em geral.... mas não deu outra, e justamente por isso eu fui levantado pelos cabelos:

- A troco de quê você sujou o trono, Ram-Tsa-Ka?!

- Mas eu não sujei, de modo algum, não!...

Me jogaram para fora do palácio, junto com minha bolsa e uns outros pertences espalhados, mas bem nessa hora o faraó estava voltando da guerra. Fui envolvido na felicidade geral e abraçado tão forte, mas tão forte pelo próprio filho do faraó que acabei ficando ali mesmo. No meio do caminho eu dancei, enfim, na verdade todos nós dançamos muito, eu só dancei porque todos dançavam e justamente a filha do faraó também começou a me puxar uns passos, sorrindo. Puxa, que sorriso charmoso ela tem! Me senti querido, bem querido!

- Viva!

- Viva!

- Viva!

Fiquei tão feliz que fui obrigado a quebrar o coro e confidenciei a ela:

- E eu, que na hora exata da festa estava sendo atirado para fora do palácio...

Ela me sorriu ainda mais desenfreada, dando uns pulinhos ritmados. Fiquei com a impressão de que não me ouvira e acabei repetindo, também eu sacudindo um pouco mais:

- E eu, que na hora exata da festa estava sendo atirado para fora do palácio!

Não só o sorriso continuou como seus olhos viraram para mim com uma doçura que nunca pensei que experimentaria, vindo de onde venho! E sacolejamos, dançamos e fomos seguindo, diria que até cada vez mais próximos...que beleza!

Mas como sempre acontece, meu outro lado do espírito começou a levantar suspeitas. Havia algo de emboscada nisso tudo, algo nos salamaleques que a impediam de naquele momento exato agir, mas o que me garantiria a vida e o emprego, quando terminasse a festança? Assaltaram-me dúvidas atrozes sobre tudo à minha volta, uma infelicidade que foi só crescendo conforme avançávamos palácio adentro na batucada.

Puxa, como eu fui infeliz nas horas e nos dias seguintes... Eu berrava, eu me esgoelava enquanto os banquetes e mais banquetes continuavam, enfim, “Eu estava sendo atirado para fora do palácio!”, “Viu?! Para fora!”, eu agarra qualquer um pelas mangas, e não importava, todo mundo ali pulava e eu logo ficava feliz de novo por uns instantes. E quem diria, também a filha do faraó continuava sorrindo e com os olhos ali para mim, dançando, dançando...ai, ai...até eu mesmo botei meu pé em cima do trono e sacolejei, rebolei, o escambau, deixei uma pegada e ninguém se importou! O medo, o medo!

E aconteceu que a festa não terminou mesmo. Enquanto duramos eu, a filha, o faraó e mais as figuras importantes do governo, ficamos ali pulando e acho que até fizemos sexo. Pois é, acho que até me diverti.