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20130929
20110625
A culpa e a impotência (notas sobre ser um homem, reação ao masculinismo)
Existe a parte fácil de ser um homem (em minúscula, sempre), que é estar no lado de dentro, em cima da mesa, armado com um rifle e uma espada e talvez até uma granada, e as pessoas não têm dúvida que o mundo tenha sido feito à sua imagem e semelhança, por nós, homens – nós, eles. Sem dúvida, não posso dizer que já fui discriminado, ao menos não seriamente, por ser um homem. Não preciso – eles não precisam, nós não precisamos – provar nada. A História é masculina.
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Esta posição não foi conquistada por mim, nem por qualquer homem vivo hoje, e não me orgulho nada dela. Provavelmente estou enganado no meu paralelismo, mas me sinto como um filho de nazista que tem nojo do passado do pai e não sabe como lidar com sua dívida – culpa – histórica. Ser um homem, isto é, ter um pinto, significa o massacre constante e sem fim das mulheres, um peso demasiadamente enorme para alguém como eu, confuso como um ganso.
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Um filho de nazistas que faz piada sobre o nazismo e se sente intensamente envergonhado por fazer parte dessa História.
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Declaro-me culpado de partida. Herdo todos os erros e os torno meus.
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Não acho que seja questão só de se garantir todos os direitos às mulheres, chega a ser patético termos que falar nesses termos. Às vezes tenho vontade de entregar tudo a elas – vocês –, tudo, e fugir, correr, correr, morrer. Todos os homens. Suicídio programado.
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Desafio: como, sendo um homem, escrever as mulheres (e não sobre as mulheres)? Tê-las como sujeitos – verbais, sociais, líricos – mesmo que vistas pelos meus olhos treinados como os de um homem?
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Acredito que há uma fenda entre os sexos, intransponível. A distância que me faz amar – como a fotografia.
20110401
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