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20140506

fetiche bélico

Há alguns dias assisti a um filme chamado "Sobre a Violência", a respeito das lutas de descolonização na África com base no texto de Frantz Fanon, "Os condenados da Terra". Um lindo filme, uma defesa da violência (sim, a violência) como mecanismo de superação da condição exploratória que a colonização européia impôs sobre a África. Assim começa o último capítulo de seu livro: "VAMOS, CAMARADAS, é melhor que mudemos de procedimento desde já. A grande noite em que estivemos mergulhados, cumpre que a abalemos e nos livremos dela. O dia novo que já desponta deve encontrar-nos firmes, avisados e resolutos". Não é fácil defender a violência como meio de se libertar da própria violência - e o texto de Fanon (também o filme) consegue fazê-lo lindamente.

Em um determinado momento, imagens de mulheres segurando armas, lutando por sua liberdade. Isso me comoveu muito; não por um sentimento feminista, mas justamente pela quebra de uma afirmação feminista e a reiteração disso através da luta, da ação direta, da organização, e, principalmente, da compreensão de que há sim contextos em que a individualidade é posta de lado em prol de um objetivo comum. Então, aquelas mulheres eram mulheres, mas não se vangloriavam de suas vitórias por serem mulheres, e sim por avançarem cada vez mais rumo à conquista de sua liberdade.

Isso tudo para dizer que

Ucrânia, MAIO-2014:

segurar em armas não é fetiche






20130604

Mulheres, quem entende? – As com mania de perseguição

São bonitinhas, gostosinhas, cobiçadas e sabem disso (e olha que mulheres costumam ter um senso auto-crítico mais elevado que homens, que se acham galãs com suas barrigas de cerveja e pelos escapando pelo canal auditivo). O problema é que superdimensionam o último aspecto. Aonde vocês forem, sempre vai ter alguém que já deu em cima dela – o colega do curso de reiki, o professor da quinta série, o vizinho do conhecido da prima do namorado da amiga –; em todo lugar vai ter metade dos homens prontos para atacarem-na, comendo ela com os olhos – pouco importa que seja uma balada gay em que ninguém parece ter o menor interesse por mulheres. Se fumar maconha, então, até deus estará a observando e, muito provavelmente, de xaveco pra cima dela – que era ateia convicta dez minutos antes e voltará a sê-lo em algumas horas. Por conta disso, ela preferirá um lugar mais reservado, menos movimentado, mais escuro – o que é ótimo, ainda mais se você não for o rei da desenvoltura! Há, contudo, necessidades de cuidados. Quando tiver levado a moça até sua casa, cabe lembrar de trancar a porta do quarto – mesmo que seu companheiro de casa tenha seu próprio quarto e esteja viajando. Mas o principal é fechar toda a persiana. Este lapso é mortal para o prosseguimento do relacionamento. Não vai adiantar você, depois da transa e de ela ter percebido, tentar argumentar que ninguém do prédio em frente, cinqüenta metros longe, conseguiu vê-los – muito menos filmá-los – em tão íntimo momento por uma fresta de dez centímetros às quatro da manhã de uma terça-feira. Ela não vai acreditar. E também não vai adiantar fazer busca pelos youporn da vida: você estava certo e não havia mesmo ninguém para registrar.

20130528

Mulheres, quem entende? – As jogadoras e as direto ao ponto

Comecemos por uma distinção básica no comportamento feminino: as raparigas que jogam, as gurias que vão direto ao ponto, sem enrolação.
Para alguém com a elegância e desenvoltura de um Mr. Bean e uma retidão lógica teuto-lusitana, uma jogadora é o colapso das referências, me deixa mais perdido do que em meio a ideogramas japoneses. Grosso modo, mulher jogadora seria aquela que diz que quer, mas chega na hora e dá todos os sinais que não quer (vale o inverso, diz que não quer, e fica provocando). Claro, se eu não levasse tão a sério o que as mulheres dizem, tudo ficaria mais simples – mas lembrem-se de minha retidão lógica, para não falar da minha auto-confiança na arte da sedução. Seguidamente acho que elas fingem que querem que o homem entrem no seu jogo, quando na verdade estão em busca do macho-alfa, que faça justo o contrário, por mais que se achem agressivas sexualmente. Como nunca me dei bem em grego, termino em ômega... O duro é quando a jogadora é tão hardcore que se contradiz em menos de dez minutos. Primeiro diz, logo que o clima começa a esquentar, que não quer transar aquela noite para, dez minutos depois, soltar um “pode fazer o que quiser comigo”. Nada contra sutis contradições, acho elas encantadoras, fascinantes, mas diante de tamanha contradição, a brochada é inevitável – na hora vem os Segundo analíticos à mente. Parece que às jogadoras a irritação e a frustração são sentimentos inevitáveis quando estão diante de um pega-ninguém – mas não mudam seu jeito de ser.
As que vão direto ao ponto dão a impressão de simplificar a vida – ao custo de perda de um pouco de poesia e um certo jogo lúdico-erótico das jogadoras. Algumas tentam contornar esse papo reto com algumas estratégias para enrolar um pouco e fingir algum caminho menos “é isso”. A transa certeira e desejada por ambos ocorrerá assim que o homem preencher as três guias do formulário, ela carimbar no lugar especificado e você adicionar, ao final do processo, uma carta de intenções. É só fazer que dá certo, não tem fila, só uma demora habitual de carregar a papelada pra lá e pra cá. Mas fica com um certo gosto burocrático em tudo – se ela quiser combinar as posições autorizadas de antemão, então...
As legítimas direto ao ponto, essas nada de perder tempo com joguinhos, acordos, contratos, formulários, o que for – elas dizem logo qual a opção pro momento. Se for o caso, é tirar a roupa e mandar ver; se ela não tiver a fim, não rola; e se ela mudar de opinião, cumpra o que ela quer – ou, como escutei uma vez de uma garota desse tipo: “esquentou tem que comer”. Convenhamos, essa frase não soa exatamente poética. Me senti com a mulher-microondas, lembrei das lasanhas congeladas com o mesmo gosto, independente do sabor, ou mesmo das simples torradas feita no aparelho, que têm que comer logo, se não ficam intragáveis. Poupei a guria da minha comparação, mesmo assim chegamos à conclusão que havia alguma incompatibilidade entre nós.

20130521

Mulheres, quem entende? – Uma introdução.

Com um histórico de conquistas de causar inveja no máximo a um padre honesto e que segue fielmente seu voto de castidade, e sem ser gay para saber dos meandros do submundo da fofoca feminina (meu complexo de amigo-gay (gfc, em inglês) não me abre tamanhas intimidades), talvez eu não seja a melhor referências para discorrer sobre mulheres. Mesmo assim, insisto aqui em compartilhar as anotações que há anos faço – de experiências minhas e alheias – sobre esses seres tão fáceis e lineares, que conseguem fazer com que eu seja um cara simples, simplório. São notas que tomei para evitar cometer o mesmo erro duas vezes – no caso em que as experiências foram minhas –, ou de cometer erros grosseiros comentados por outras pessoas, e se acaso serviram para esse propósito, serviram também para descobrir que sempre dá pra cometer um erro novo, uma cagada pior do que a última, que já parecia grande o suficiente – e te custou um sonho de verão logo na primeira chuva de fim de tarde. Sim, malditos dez centímetros ou uma banal pedra no rim podem te custar um relacionamento. Enfim, não é um pega-ninguém dando dicas de sedução, antes alertas de dessedução, avisos de perigos para quem se embrenha nesse labirinto indecifrável. A inspiração, deixo aqui claro, se é que precisava, é do mestre Xico Sá – apesar d'eu não ter nem um décimo da sua verve e um centésimo da sua experiência. Pelas próximas terças, na República dos Cabaços, "Mulheres, quem entende?".

20100227

Godard é meu amigo





O problema não é o Godard.

O problema é o rabo cheiroso do Godard e os fungadores incessantes.

Mas, oras, livres são os narizes: a questão é que temos duas narinas e o bumbum do Godard parece às vezes magnetizar as duas (não que seja culpa do bumbum em si - é algo das narinas, que entre si acabam formando um pólo e atraem-se umas às outras).

Como é cheiroso o derrière world music, e o próprio Godard nos ensina isso!

(Mas melhor que se procure também aquilo que ele ainda não conhece! O melhor jeito de se conseguir um amigo é dar-lhe um presente surpreendente, assim meu amigo Henrique acredita.)


Sou eu mesmo um cheirador do Godard, como alguns dos meus amigos mais íntimos. Mas que beleza que é que tenhamos também uns aos outros e toda uma vasta carta para visitarmos de vez em quando. Não é de fazer tremer nas bases, aqueles que só gostam do bumbum da Seberg, Karina, Bardot, Goya, Fonda, Miéville?
(Se bem que estejam em boa companhia)






De todo modo, esperamos todos nós pelo Socialismo.
três pra casar.



20100118

Un homme n'âge à: la chanson, les cigarrettes et la sexualité humaine.

Uma linda menina assiste televisão e aprende coisas sobre cigarro, amor, masculinidade e cordas vocais.

20090716

SONNET IN FIDELITY

SONNET IN FIDELITY

From all to my love will I attempt
Before, and so zealous, and always, and such
That even facing the biggest enchantouch
Should my thinking be more enchampt.

I want to live it in every moment vain
And in its praise shall I spread my chant
'N laugh me laughain' cry my crain
To your regret or your contant

And so, when you later look
Who knows? Death, livings' deathwill
Who knows? Solitude, lovings' end

I could say meself about love (mylove):
Not to be immortal, lest it's flame
Infinnite though 'till it lasts.


original: V. Moraes
tradução: Ricardo M.

20090619

Atividade_6: [___½___] as Lacunas.

A sociedade vem sendo alterada ao longo dos séculos; seus hábitos, crenças e evidentemente seus [__1__] são o foco da [__2__]. Cada região com seu povo, sua cultura, possui uma forma de construir suas [__3__], e até o século XIX não havia outra forma de [__4__] que não aquelas trazidas pela cultura européia. No século XX, [__5__] pela primeira vez ganharam status por suas criações. Estes tentaram trazer outras culturas na [__4__] de seus trabalhos, iniciando um processo de ampliação da restrita visão ocidental. O estopim de tal processo se deu com o final dos anos 40, meados de 50, com o surgimento do [___6___], quando o consumo em massa de criações outrora exclusivas exigiu dos criadores a amplitude real de seus horizontes; desencadeando na caça por novas culturas, novas [___7___], enfim, novos ares. Culminou no "exotismo moderno", um híbrido [__8__] entre a sofisticação européia e a exuberância estrangeira. Já a busca de inspiração em outras épocas é o desejo de conhecer o futuro, de renovar o passado, perseguindo constantemente o ideal da juventude eterna, ou seja, a negação da morte.


DICA:
"É quase impossível se defender de suas foices atacantes. Seus movimentos são como os de um ninja."

20090511

revisão crítica de Imagem.01

É bonito ver o trabalho com as cores feito nessa obra, a saturação trazendo uma textura próxima do tipo de surrealismo praticado em imagens publicitárias. Tudo é cor, uma cor tão carregada que vaza das formas - é o que percebemos a partir do leve borrar dos contornos. Tudo é difuso, plástico, apetitoso. De certa maneira, é um trabalho bastante auto-consciente, a artificialidade sendo assumida de vez pelo autor ao invés de ser trabalhada em níveis mais aceitáveis, que trazem esse tipo de fantasia próximo demais da realidade (como em várias outras obras do gênero). Aqui, existe um trabalho de desconstrução da verossimilhança, tanto pela textura publicitária quanto, até certo ponto, pelo enquadramento insólito. Os limites do quadro dão à nossa visão uma área muito grande de eventos aceitáveis de beleza tolerável, e temos a impressão de que poderíamos ver a foto com facilidade com uma logomarca de uma grife no canto entre os outdoors de alguma cidade (que não São Paulo, claro). Só com um olhar um pouco mais demorado percebemos, então, os dois detalhes que entregam a proposta da foto, forte e ao mesmo tempo sutil. Um deles sobreposto pelo fim do quadro, e o outro magicamente disfarçado em um certo jogo de embaralhamento dos membros. Os cortes também trabalham para tirar a individualidade das mulheres por um momento, pois não são indíviduos inteiros que a imagem retrada, mas apenas uma parte, a parte que mais interessa e que é separada despudoradamente, ou ainda mais que isso: o quadro fica em um certo ponto em que não apenas constrói a imagem imperceptivelmente, mas se delata de maneira escandalosa. 
É uma peça de grande beleza, uma beleza plástica e muito bem construída - assumindo, quem sabe, que todas as outras obras são igualmente construídas, sendo a fantasia que se assume como tal para servir ao público consumidor - e também bastante provocativa, talvez em mais níveis do que a própria temática da obra pode transparecer.



20090414

Feminulity.

O! It hurts so well, why? Someone may ask me, someone could make (it, all, I mean) stop. Is there someone there? Do you copy? If you do, mayday. Make (the) pain go away, make me feeling anyway. I dont want to fill. I wish I could only choose. Could I choose? Tell me, tell me, te-te-te-te-te-tell me what can I do? How could I? Could take the pain away. 'could stop beliving, anyway. Wish I could be back to the imperfect, more-than-perfect, I mean. To be back when I used to be certain that it couldnt work and then I used to (only) smile. Id only see your facesmile. Id back to premier photos. Cliché-laughing.
[...]
Why do persons think marriage is obliging yourself to be totally strange to the persons with whom you sleep with, everynight, and wakes on his side up?
[...]
Alone.
Foreve
r.I wa
nt asi
p of c
offee.
tradução minha,
original: C.

20090223

Enganação

Ela era sozinha, não fumava, não gostava nada de R&B. Ele nunca tomava cerveja, não trabalhava, não queria trabalhar, nunca tinha ido em festa de nenhuma aninha e não tinha a mais puta idéia do que era R&B, mas ela pareceu gostar tanto e aquele decote... [e tão bebinha!]

Ele não tinha um carro no conserto e nem morava tão perto assim, nunca teve dinheiro para táxi, não tinha uma coleção de discos de vinil superlegais pra mostrar. Ela não queria mais uma rodada, não estava tarde demais para pegar o ônibus pra casa, não estava interessada em ouvir música.

Ela chamou o táxi;

ele não foi para o banco da frente;

ela não se lembra de ter pago 47 reais para o motorista, ele não acertaria isso lá dentro.

A cama não rangia, o vizinho não reclamava, a luz estava queimada mesmo, ela não estava tomando pílula, ele não estava sem camisinha na casa; ela gozou e ele, não.

Não amanheceu.

Ela não tinha que ir embora, ele não estava sem água quente no chuveiro, ela não deixou o telefone, ele não tava nem aí e descongelou uma pizza de calabreza – ele não era vegetariano nem a pau.