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20110803

A Morte do Poeta

(...)
Já hoje aqui esteve pra testemunhá
A vítima, meu quase chará
Cuja felicidade do seu gargalho
Nos fez compensar todo o trabalho

As diligências foram concluídas
O inquérito me vem pra relatar
Mas como nesta satélite acabamos de chegar
E não trouxemos os modelos pra usar
Resta-nos apenas inovar

Resolvi fazê-lo em poesia
Pois carrego no peito a magia
De quem ama a fantasia
De lutar pela Paz ou contra qualquer covardia

Assim seguimos em mais um plantão
Esperando a próxima situação
De terno, distintivo, pistola e caneta na mão
No cumprimento da fé de nossa missão

20110608

eu, um osso

devagar
mais que devagar: silenciosamente
eu preencho
os espaços.

certa vez tentei perguntar a um amigo se ele achava que eu era uma boa pessoa mas antes que eu conseguisse começar qualquer frase ele morreu sem nem piscar os olhos e desde então não tenho resposta portanto nem me pergunte

somos refrães
(isso é, plurais difíceis)
de momentos difíceis.
nem chegam a me pedir fé
conhecem minhas alergias
mas não conhecem meu marca-passo
nem bengala
nem as lentes
nem os remédios
nem o tigre.

meu peito de sangue
não
meu peito de carne
não
meu peito de nada.
não meu. não. um trem
de vago.

o céu diz
intraduzível
meu legado intransponível de cobra sem asas
transparece sob a lividez de quem disse
disse disse disse
disse
disse
diz se disse disso
os jogos não são o suficiente.

os jogos não são o suficiente
então marcho
mar sem ondas
destino bordado
infelizmente tangível
the dernière blague
beijo em cobre
desconversão.

luta-pela-luta
é.
veneno de chumbo.

os jogos não são o
jogos são
jogos não
eu.