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20100307

da série justiça aos injustos

Em nome do bom-gosto, resolvo compartilhar essa história com vocês:


certa feita houve uma mocinha chamada Marjeta Nováková, se não me deixam errar os anos e o esquecimento cruéis - talvez fosse Svobodová, mas eu acho difícil. Marjeta e eu nos conhecemos numa noite muito quente de Madrid, bem ao lado das bombas de Cidra de um certo estabelecimento qualquer. Minha família estava em uma mesa na calçada, todos alegres a jogar os dados com meu irmão e alguns de seus amigos europeus, jogo do qual eu havia sido eliminado sem clemência em poucas rodadas. Foi então que minhas idas freqüentes ao banheiro bem ao lado das bombas de Cidra promoveram nossa amizade, ela muito mais velha e eu muito mais sóbrio, a princípio: com o tempo, esse tipo de abismo se estreitou até valer exatamente chongas, como dizem por aí.

Depois disso, ainda nos encontramos algumas vezes durante minhas últimas noites na capital, não raro passadas em explorações solitárias pelas calles estreitas e as muitas puertas entorno da Plaza Mayor. Sim, ficamos inclusive íntimos, nós dois, entre as cañas com bacalhau frito da Casa Labra e os cinzeiros coloridos no seu apartamento à-moda-antiga...

Foi tudo muito breve, muito rápido - e também muito ébrio pra eu me lembrar com exatidão de todos os detalhes. Mas, ainda hoje, algumas poucas coisas me fazem calar e imaginar, com um bocado do fascínio de juventude que eu tinha, alguns pedaços de Marjeta entre a boêmia e La Coruña.

Essas coisas são, em [alguma] ordem:


20091028

Travel Log 1: Ahoy, ahoy!

AMIGOS:

Sinto-me cada vez menos desnorteado neste local. Meu quarto foi antes um local de concentração - o hotel era um mosteiro - e a Cultura me envolve a cada instante. Chama-se Hotel Gustav Mahler, pois Malher ele mesmo morou cá nesta Jihlava.

Eu definiria os tchecos como "uma mistura de alemães com italianos, bem bêbados, mas sem o álcool" (com ele, ficam ainda mais fanfarrões - e não há outra palavra, é isso mesmo).

Anima-me ver um festival feito por gente tão jovem e freqüentado por uma moçada tão moderna, mesmo morando no interior do interior. Todos eles adoram arte e experimentações.  Baima Jr. foi entrevistado agora pouco e o conceito por trás de tudo foi fantástico: assim que ele começou a responder, a direta Andrea agarrou minha acompanhante Marketa e a mandou passar na frente da câmera, e depois se dirigiu a mim em tcheco, ao que só pude responder um balbuciado "Pardon, nemluvín..." e aí "Just go there with Marketa and make a line, there, there, fast" (fiquei meio constrangido, pois ela foi um tanto arrogante). E todos nós passamos na frente, pegando fones (Slúchatkas!) no balcão entre Baima Jr. e o câmera (que mandava beijinhos para ele, rindo a todo instante). 

E tudo isso sem esquecermos que ontem, na noite de abertura, havia um telão com chroma key no palco para simular um "novo mundo" - pois esse é o tema da edição deste ano, "Rekonstrukce" - e um Adám ali de fraldas como o novo chiloveka. 

Por último, a única coisa que os palermas não fazem é cinema. Fakt. 

Bem, bem, vou agora jantar e me preparar para ver um alemão, Film Ist. A Girl & A Gun. 

Nashledanou!