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20150425

aaah

retomando as boas tradições, tomo o foro público para falar sozinho, certo de que estou solitário, de que não me ouvem, de que está tudo bem apesar de eu falar sozinho, solitário, sem ninguém para ouvir, mais que um pouco oco

não tive consciência até pouquíssimo tempo atrás – troquei a aba do browser e tomei conhecimento sobre isto –, mas um sonho irrealizável meu foi escrever a letra de uma canção, apesar de não ter estudado e me importado com música durante toda minha vida

diferente de um filme que, em algum nível – à superfície e fedendo a mangue –, pode ser entendido como uma tradução de um roteiro, isto é, um movimento de translação entre diferentes linguagens, a música não traduz a letra. talvez se pudesse dizer que suas intenções são traduzidas, mas isso não me interessa nesta simplificação

a letra de uma canção é a transcrição de algo muito concreto, i.e. a concretização de um arranjo de palavras. em oposição ao que o roteiro é para o cinema, um objeto anterior ao filme que o direciona, a letra acontece simultânea à música.

pelo menos é assim que me parece, nunca tendo escrito uma letra e sem saber um pingo de música
e escrevendo de olhos fechados  e quase dormindo
exatamente como me sentia estudando geografia na época do cursinho, a certeza de que vou dormir e nem sequer perceberei o que aconteceu

obrigado por manter a guarda enquanto

20120721

se ao menos uma calculadora de nuvens nubladas

Como você pode medir a passagem do tempo de tempo em tempo? Não há meios!!!

Sete vezes cinco sete meia oito sobe doze - ela suspirou no guardanapo e me deixou ali, café gelado na mesa e tudo. DIABOS!, voltei pra casa pro meu banho e uísque e quem sabe um filminho (geladogeladogelado...

Mas na mesma noite veio a moto e eu não pude acreditar, não posso acreditar - eu não acredito de maneira alguma "jamais!!", mas é verdade.

ele me olha, estática cinzazulada  em cheio na minha cara e vai embora, whitenoise no pneu e tal.



***


Já faz horas que eu encaro o painel, números piscando vermelho vivo atrás do outro e começo a derreter em M3046, L2334 e C0457, 82 ou 94...
o rapaz à minha esquerda tem um papel com uma sessão totalmente diferente da minha (H ou talvez bananas) e fico pensando, então, se eu devo odiá-lo e lutar contra ele em nome da HONRA; talvez não, talvez pelo contrário, por sermos de sessões tão diferentes jamais cruzaríamos o caminho um do outro, livres da rivalidade - e daí, será que deveríamos nos aproximar?, uma amizade cortante no meio do labirinto de mesas e botões que sorriem!!

Os números continuam me martelando, e eu sei que eles não são só o que parecem, sei que eles querem me FALAR ALGUMA COISA, e se ao menos ela estivesse aqui - mas não está.

só as máquinas me sussurram, agora.


20110221

história de amor: framboesa

Ela me amava
e eu amava ela de volta,
mas nunca daria certo.



Porque ela era