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20131220

resumo do furto



bagunçando os hemisférios
um escorpião escala seu pescoço
quando você dorme de bruços.


20110316

Ram-Tsa-Ka pega a estrada

- Me contaram um causo uma vez, de uns velhos que eram bem chatos e não pareciam querer ser jovens de novo...especialmente porque o efeito de um velho falando que “O p’blema tod’ são é quando hãm-mmnnhf-p’t’t- no cu” é bem diferente de um jovem dizendo isso aí. Todo mundo fica meio enternecido com o cu do velho, aplaudem, dão risada, acham engraçado, e não ficariam assim se ele fosse jovem, sei lá. E isso valia pra tudo. Aí não queriam voltar a ser meninos. Será?

- Não queriam mesmo, ainda bem. Eu acho. Talvez a graça seja justamente o velho falar do cu pra todo mundo rir.

- Veja.... mas, oras, lá vem Ram-Tsa-Ka!

Ram-Tsa-Ka já estava com 73 anos, ainda muito cabreiro e impressionantemente magro, porque havia, afinal, feito sexo com a filha do faraó, com o próprio e os ministros e ministras por cinqüenta anos.

- Ram-Tsa-Ka, diga lá: tu queria voltar a ser jovem?

- ....

- Ei, Ram-Tsa-Ka, volte aqui! Não nos deixe falando sozinhos!

Só que ele tinha finalmente sido expulso do palácio do faraó e não queria muito saber de papo naquela hora do dia. Mas os três acabaram andando juntos até uns quilômetros à frente.

- Ram-Tsa-Ka, você viveu bem aí? Acha que ainda é tão gracioso quanto quando era jovem? É mais gracioso agora?

- Como é crescer, Ram-Tsa-Ka? Como foi ficar cada vez mais adulto, até que você deixa de ser adulto e vira tipo um velho?

- Espera, espera, com calma... Sendo honesto consigo mesmo, Ram-Tsa-Ka, você sabe que só agora está realmente crescendo, porque, oras!, você viveu num limbo maracatútico de uns cinqüenta anos, festejando, pulando e fornicando até ser finalmente expulso do palácio por um delito que cometeu no que teria sido chamado de “auge da sua juventude”, não é?

- Compreende que é como se o que seria um apêndice da sua vida agora deveria conter todo um resto de, não sei, o que seria normalmente meio século? Enfim, e o que você vai fazer? Vai dar para ser assistente do faraó?, eu acredito que não, vai ter que encontrar outra coisa pra fazer, não é? Responde a perguntinha, é rapidinho, Ram-Tsa-Ka!

- Vão se foder, babacas.

Mano, todo mundo rachou o bico, menos eu =(

20100620

Guia turístico para uma bela cidadezinha.

A melhor coisa pra se fazer assim que se chega na cidade é arrumar um par de rodas: as ruas planas, retas e com trânsito razoavelmente tranqüilo fazem da bicicleta uma das melhores pedidas.

Devidamente "motorizado", é hora de explorar!!!
Você pode começar dando uma passeada pela avenida principal, que é a Nove de Abril. Dali você conhece rapidamente o grosso da área comercial do centro, que é muito bem provida de óticas, salões de beleza e lojas de roupa (aos fãs de ar condicionado, a grande loja da Marisa é uma boa pedida).

Reconhecido o pedaço, é bacana passear pela margem do rio - sem atravessar a ponte ao final da avenida, que leva para a zona fabril. Existe uma pequena saída, ao lado do hospital, que leva para um caminho de cascalhos à beira do rio. Ali você adentra em um bairro residencial bastante simpático!

Para o almoço, o centro é bem suprido de buffets por quilo; o preço não varia muito, então vale escolher pela cara da comida mesmo. O preço médio dos quilos fica na casa dos R$20. A hora da siesta merece ser respeitada!

Bem alimentado, você pode terminar de explorar a margem do rio, pela Avenida Tiradentes, ou seguir a Nove de Abril até a parte sul da cidade. Um ponto obrigatório é a Igreja São Francisco de Assis, na Avenida Nossa Senhora da Lapa: ela é paralela à Nove de Abril, a partir do cruzamento com a Avenida Martins Fontes, bem fácil de chegar lá.

A partir daí, é só explorar!! A cidade é quase inteira com ruas retinhas, entrecortadas pelas avenidas, que você já conheceu. Então, é botar força nas canelas e sair desbravando essa linda pérola ao pé da nossa serra! :)

20090605

Atividade_2: Chá

Nice entrou no quarto e atirou a mochila ao chão. Fechou a porta, abriu a janela, tirou a blusa e se deitou, dormindo a tarde inteira sem almoçar. Quando acordou horas mais tarde com frio e com fome, se levantou, fechou a janela, vestiu um moletom e foi para a cozinha. Comeu um resto de risoto de frango, um pote de sagu de vinho e banana-nanica. Tocou o telefone, era Guilherme perguntando se ela ia ao show naquela noite; Nice diz que sim.
(...)
São sete da manhã e Nice ainda dorme. Quando acordar vai perceber que está sem voz. Quando levantar vai perceber que está sem nenhuma roupa por baixo da coberta. Quando colocar os óculos vai perceber que na sua mesinha-de-cabeceira existe uma xícara coberta por um pires. Se ela erguesse o pires, encontraria um chá ainda morno, fumegando de leve à camomila e gengibre, mas não ergue, não cheira, não bebe. Só aos trinta e tantos anos de idade, descasada e malempregada (enquanto mulher) é que Nice vai perceber que xícaras de chá não se fazem sozinhas.

Por enquanto, só lhe resta mostrar seus peitinhos para Mim, do prédio ao lado.