Mostrando postagens com marcador loko. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador loko. Mostrar todas as postagens

20140730

criei um personagem, e agora?

muitos jovens literatos costumam me enviar perguntas sobre o que fazer com um personagem, uma vez concebido. questões éticas sobre os direitos ou vontades desse personagem parecem turvar um pouco a visão criativa de alguns colegas. outros se encontram simplesmente paralisados ante a infinitude de possibilidades para cada personagem, e acabam vendo sua estória definhar entre episódios cotidianos totalmente desinteressantes e situações absurdas que parecem ser a única maneira de empuxar a narrativa. nada disso, no entanto, importa; desde que seu personagem seja fera, BEM fera. no momento em que vivemos, o da pós-narrativa neoantidramática, pode-se dizer que toda a nossa energia criativa deve se concentrar na criação do personagem. então ele existe (como imagem, acima de tudo) e já não é mais preciso contar o que acontece com ele. ele de fato não precisa fazer nada - é claro, desde que ele cumpra sua função primordial: a de ser muito fera. com isso feito, basta a você, criador antenado com seu tempo e sua realidade, presentear o mundo com sua criação. espalhe seu personagem por aí! coloque-o em todos os lugares, absolutamente todos! ele merece viver por si só, longe do mofo da velha narrativa, longe de situações mal-ajambradas e descrições desnecessárias. deixe-o viver, e ele viverá. talvez ele morra, mas se isso acontecer é porque ele não é fera o suficiente (lembre-se: essa é a única coisa que importa). só assim seu sucesso será pleno.



20130425

tartaro

você coça coça coça
mas aquilo não sai


você bebe bebe bebe
mas aquilo não sai

você assoassoassoa
mas a quilo não sai

você tenta tenta tenta
[coro: é a paixão de viver]




EDIT:

20121228

de longas léguas eu rogo

que sejam felizes
como vermes ao sol








[mesmo que eu não os ame nem um pouquinho]

20110430

counting on me

i was counting
one two and three
how many of us can there be

(and when i say us i mean
me and me and me
and not me and you and she)

because being in a whole
one two and three
is not at all being free

it is on the contrary
being free to be me
but not to be me or to be me

for all the time i think about us
(i mean me and you and she)
i am not even there to be me