Mostrando postagens com marcador viagem. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador viagem. Mostrar todas as postagens

20141022

diário de uma viagem de honra, primeiro dia, 1



viajo para bh para assistir à estreia do CIAO MIAO sozinho
o terminal 4 é triste, parece aeroporto de cidade do interior (cidade grande do interior)
as empadas terríveis me custam 7 reais cada
o trânsito foi muito bom e o transporte público não estava cheio
promessas de um futuro farto

20131124

dos momentos que não vingaram

treze de junho de mil novecentos e oitenta e três:
a cidade acordou com uma nova paisagem.


trinta anos depois, ficamos sem nenhum sinal da sua existência.


20120723

РОССИЯ I

nossa aqui na russia é muito legal e dá pra ver bem os contrastes tipo a gente chegou e o aeroporto era muito moderno e também o trem, muito legal!, mas aí o trem foi andando e a gente passou por uns lugares que pareciam a marginal mas aí a gentr chegou de novo na cidade e foi lindo, muita coisa muito grande e bonita e aí em casa mais um contraste: tem uma
gata que chama gato e que fez cocô na banheira achando que era a caixinha e ficou arranhando a banheira achando que era areia.

20110409

autoestrada para o azul

Nem me dei conta quando a pista da marginal virou acesso pra uma estrada – a música tocando e a manhã de sábado me embalaram de tal forma na faixa da esquerda que qualquer placa que possa ter vindo me passou despercebida. Quando vi, só me restava causar uma carnificina automotiva tentando voltar pra pista certa ou seguir em frente; contrariando meus pseudo-fetiches ballardianos, eu segui em frente.

Era sábado e por isso eu sorria tranqüilo enquanto tentava entender que raio de estrada era aquela. Quando alcancei a primeira barreira de pedágios, dei uma risada nervosa e despejei meus R$2.90 na mão da moça do guichê.

“escuta, eu... perdi o retorno, na verdade, e eu queria saber como faço pra pegar a anhanguera, sentido São Paulo” – patético, sim, mas fazer o quê?

“segunda à direita”, foi o que ela disse, depois de breve consulta a um cartaz oculto; estranhei não ver o nome anhanguera na placa da saída indicada, mas entrei mesmo assim.

A saída era uma ruazinha estreita, que subia o morro ao lado da rodovia e desaparecia no meio da vegetação. Passei por alguns complexos industriais, refinarias ou depósitos ou sei lá o quê. Era sábado e eu demorei pra encontrar alguém, mas encontrei.

“opa, amigo! pra chegar na anhanguera é só seguir reto?”

Minha segunda pergunta imbecil no dia e ainda não eram dez horas, que horror. O homem (um operário, pelo traje) me olhou como quem encontra um tamanduá no aquário da avó – misto de confusão, ternura e desconfiança.

No fim não era só seguir em frente, aliás não era nada disso; dei meia-volta e cai de novo na estrada misteriosa, andei uns quinhentos metros e “ahá!, olha lá a placa certa!”, entrei à direita e logo na segunda curva avistei o Pico. Sim, era isso, aquele sim era o caminho certo pra casa.

A estrada seguia vazia e o meu carro atravessava o asfalto com suavidade, ficando entre 120 e 130 quilômetros por hora sem preocupações. Desliguei o ar condicionado e desci o vidro, me enchendo com o cheiro de vegetação fresca num sábado de manhã. Aumentei o volume da música no rádio e segui em frente.

Não demorou muito pra perceber que eu não ia seguir a placa seguinte, que indicava a saída pra São Paulo, e nem a próxima, de retorno. O tanque estava cheio, minha cabeça estava vazia e a manhã de sábado estava linda! Não queria perder aquilo, não tão rápido assim.

Passei pelo meu segundo pedágio, muito menor que o primeiro e escondido no meio de árvores mais ou menos altas. Sem pressa, contei as moedas soltas no painel para completar R$1.35; dei um sorriso e desejei sinceramente um ótimo dia pra mocinha da baia antes de atravessar a cancela e seguir em frente.

Não perguntei nada, não queria saber de nada. Acho que o maior desafio foi educar a vista pra não ler os nomes com setas para frente nas placas (se bem que, mesmo quando minha disciplina falhava, aqueles nomes pouco ou nada significavam pra mim).

Troquei o disco do rádio e segui em frente, numa manhã de sábado maravilhosa.

20110226

missão de vida número vinte e um

O que eu acho mesmo é que a gente devia conhecer melhor o interior do Estado (de São Paulo, no caso). Tem uma caralhada de cidadezinha que eu nunca vi, nunca nem passei perto, e campo pra chuchu e... Sei lá, deve ter coisa bacana nisso tudo.

Pegar uma semana, um mês, sei lá... Só pra dirigir pelo interior.
Ia ser mais bacana se tivesse fronteira com outro país, pensando bem, mas não importa. É meio absurdo que a gente não conheça porra nenhuma do próprio quintal, não é?

20101216

facts diver, literatura de front(page): jornal do futuro

Silvio Santos é um senhor de idade avançada que atira aviõezinhos de dinheiro no meio das multidões para se divertir e divertir todo o mundo; não sei o que ele tem a ver com o Banco Panamericano e o Grande Calote (aliás, nem sei qual calote que é esse), mas logo deixo de prestar atenção e vejo ali num canto outro rosto conhecido e é o de um bom-moço, sem sombra de dúvidas, é BILLY BOLHA e ele diz que já soprou o canudo três vezes - perda de tempo, policiais, Will é um homem SÉRIO, pai-de-Família e cordial visitante de todas as noites Bresilafora, como podem sequer pensar que ele tomou alguma coisinha antes de pegar o volante? Ele não é como aquele outro, ali, com o carro bem no meio da lanchonete, que barbaridade... Bom, também é certo que pelo metrô é que não o encontrariam, ele que é um homem tão SÉRIO e OCUPADO, não tem condições de perder seu tempo valioso dando com a cara na porta das estações fechadas da linha Azul. Não ele.
Olá, Billy! Adeus, Billy! Espero que a "dança das cadeiras" não te aborreça, Billy!
E lá vai o Nenê preso, enfim. E lá vai o Assanger processado, HERÓI DE NOSSO TEMPO, e falam de conspiração - ha! ha! - os putos.
...
Pelo menos está mais quente que aqui, pena que chove tanto... Espero que meu vôo não atrase - mas eu também não posso me atrasar pro vôo, preciso voar!
(que com essa chuvarada a lentidão não vai ser mole, não)

20101013

bilhetes de entrada

No meio da noite, no meio do sono, no meio do nada:

"O senhor está me incomodando"

-Ora, pois... Desculpe, me avise que eu lha desincomodo, o que é que estou fazendo de incômodo?

silêncio
"O senhor sabe."

...

ORAVÁTOMARNOCU
VELHA CRETINA!



Chegar cheguei, mas entender não entendi nadinha e daí ao ônibus ao trem à rua cheia de gente e movimento que não prendi. Saí da estação e esperei, incomodei, sei que sim. Querer voltar, querer nunca mais voltar de novo (pra lá / pra cá). "J'ai tenté téléphoner", mas tive que correr, aqui sempre se corre, ônibus e trem e trem de novo e chatice sem fim pra no fim do dia eu deitar a cabeça no chão e pensar com gosto que gosto de você.

Aí vale a pena.



20101007

bilheta de despedida


Eu vou pegar a estrada.


vai chover - eu sei,
vai fazer frio - eu sei,
você vai morrer - NUNCA!



20100707

se fosse papel seria um pedaço de papel (mas não é).

Agora também ele já fez alguma amizade na escola nova, as vezes até com alguma menina bonitinha da idade dele, sei lá. Quando era criança eu já achava que ele tinha assim uma coisa de galanteador, mesmo sendo todo daquele jeitinho... Bom, pelo menos ele nunca que deu trabalho nenhum pros pais, não que eu saiba e tomara Deus que isso não mudou agora. Acho que o pai pegava pesado demais com os dois, daí é claro que isso acabou caindo mais em cima dele, caçula e tudo e depois ainda tem aquele negócio com a mãe, mas aí eu lavo as mãos. Cada coisa que o povo faz, Deus que me livre! Às vezes acho que é muita falta de coração mesmo, com filho pequeno e tudo fazer um negócio desses mas também a gente nunca sabe como é que são as coisas ali nas quatro paredes, por isso que eu nem falo disso. Mas a sua prima tá aqui me botando pra fora já, não sei como consegue ficar o dia todo aqui na frente do computador, eu mesmo já estou com o olho coçando e acho melhor sair por que eu não aguento muito tempo olhando assim com a cara na tela, nem na novela não dá muito daí eu fico fazendo minhas coisas e só escuto quase.
Mas aí amanhã eu te ligo de noitinha pra gente bater um papo mais sossegado tá bom?? Deixa um beijo aí no noivo e fala que qualquer dia desses eu apareço pra ele me levar num jogo.

Um beijao e fica com Deus Linda!!!!!!!!

20100620

Guia turístico para uma bela cidadezinha.

A melhor coisa pra se fazer assim que se chega na cidade é arrumar um par de rodas: as ruas planas, retas e com trânsito razoavelmente tranqüilo fazem da bicicleta uma das melhores pedidas.

Devidamente "motorizado", é hora de explorar!!!
Você pode começar dando uma passeada pela avenida principal, que é a Nove de Abril. Dali você conhece rapidamente o grosso da área comercial do centro, que é muito bem provida de óticas, salões de beleza e lojas de roupa (aos fãs de ar condicionado, a grande loja da Marisa é uma boa pedida).

Reconhecido o pedaço, é bacana passear pela margem do rio - sem atravessar a ponte ao final da avenida, que leva para a zona fabril. Existe uma pequena saída, ao lado do hospital, que leva para um caminho de cascalhos à beira do rio. Ali você adentra em um bairro residencial bastante simpático!

Para o almoço, o centro é bem suprido de buffets por quilo; o preço não varia muito, então vale escolher pela cara da comida mesmo. O preço médio dos quilos fica na casa dos R$20. A hora da siesta merece ser respeitada!

Bem alimentado, você pode terminar de explorar a margem do rio, pela Avenida Tiradentes, ou seguir a Nove de Abril até a parte sul da cidade. Um ponto obrigatório é a Igreja São Francisco de Assis, na Avenida Nossa Senhora da Lapa: ela é paralela à Nove de Abril, a partir do cruzamento com a Avenida Martins Fontes, bem fácil de chegar lá.

A partir daí, é só explorar!! A cidade é quase inteira com ruas retinhas, entrecortadas pelas avenidas, que você já conheceu. Então, é botar força nas canelas e sair desbravando essa linda pérola ao pé da nossa serra! :)

20100510

PIRULITO é o melhor doce que há.

Eu era pequeno quando, estando em viagem à Portugal, visitamos um abrigo de velhinhos (eu mais meu irmão). Era coisa de fazer visita a algum amigo antigo de nossos avós que lá estava internado, não lembro bem - tenho a impressão, contudo, que foi ao falar da visita a ser feita ao tal amigo que eu ouvi de minha avó pela primeiríssima vez a expressão "dormir com as galinhas". Tenho também na memória a sensação de desconforto que se aportava em mim nessas visitas, sinal, analiso hoje, dos tempos finais da infância que se aproximavam (outro seria minha discussão algo acalorada em defesa de uma escultura abstrata, em prol de um conceito ainda incerto de "arte"). Mais forte que todas essas lembranças, até mesmo mais forte do que o cheiro de velhice que tinha o lugar, fica a de uma senhora (alheia, se não me engano, ao círculo de minha família) muito simpática que nos achava muito educados e nos dava pirulitos de cereja.

Eis: aquele sabor de cereja que não era o mesmo dos confeitos brasileiros, um sabor do qual me lembro muito bem e ao qual associo, muito mais que ao dito "sabor de infância", à experiência de visitar uma terra estrangeira. Algo de aventura, quem sabe, esse lançar-se num desconhecido vertiginoso, omnipresente - embriagante, até. É certo que eu estava, na ocasião daquela viagem, bem escorado pelos meus avós, e também em terra isófona (mas por pouco que não, diga-se de passagem). Não sei se isso importava muito.

Lembro-me de bem poucas coisas daquela viagem; das histórias mais famosas, como o "incidente da sopa de agrião" ou de quando eu sumi da vista de meus avós em uma pequena aldeia e reapareci munido de um graveto, riscando o chão com gestos até hoje imitados pela minha avó quando ela narra a ocasião, trago lembranças vagas de que ocorreram - às vezes, tão isenta de detalhes que fica a suspeita de que me lembro apenas de ouvir-contar.

Sobreviveu na minha cabeça aquele sabor artificial de cereja.

É cada coisa idiota que a gente repara quando é criança...

20100427

(<: dia grama :>)

<------------------>
 pegadas     passos

20100426

кино-поезд [kino-trem]

viagem-cinema, se não for



cinema-viagem, não existe por



cine-viadagem.




Pelo resgate mais que bem-vindo.

20100423

As minhas férias foram:

"A aproximação é sempre mais bela que a chegada."

Da visita à Albânia, levo no peito saudades profundas de seu povo, comida e bodegas cheias de ares brutos e gargalhadas gentis.

Do brilhante motorista que me acompanhou me lembrarei sempre, a cada "aurôra" que romper no céu.
Espero que sua bexiga já não esteja infestada de dinheiro, nem as ruas livres de seu humor.

20100111

Uma crônica terrível passada na sua pequena casa branca na África-do-Sul (em meados de agosto, talvez)

"Ek gaan na die klub op 'n Saterdag aand
Ek bestel n vodka maak my voel reg
Die plek is gepak
Dansende paartjies oral
Ek neem 'n stoel in die hoek en staar."

As coisas ficam engraçadas quando você para e pensa "oh, puxa vida, outro dia mesmo eu era jovem" e se lembra do que era aquela vida descompromissada no mais das vezes, com as farras ocasionais e o desejo latente de juntar aquela turma toda na outra semana, mas logo esquece disso tudo e olha para o relógio, preocupada com o que você vai inventar pro almoço hoje - já pensando em algo que passe bem a noite na geladeira, porque vai ser a marmita do seu amorzinho no trabalho amanhã.

Aí você põe uma música animada e se sente muito bem sentindo os dias passando e te deixando cada vez mais longe daquele tempo horrível de juventude vazia e sem rumo.

20091113

Nu pogodi, caipira manquitola! (ou algo como um dia foi "krighabandolo", só que ao contrário.)

Na mala vazia (mas que mala, meudeus?) tem-se que colocar algumas roupas, por supuesto; roupas de calor, roupas confortáveis, roupas minhas, talvez até mesmo uma terrível sunga, quem sabe. Tem que pôr também... Livro? Baralho, jogo de dados, um caderno que eu não comprei e que por isso nem tenho. Câmera. Será? Bom, a velha tá emprestada, só pode ser a nova, mas encher uma reflex de areia, sei não... E a teleobjetiva pra brincar de zoom, será que eu levo ou não? Ah, mas vai ser mesmo mais do mesmo, a mesma galera tudo de novo, além do quê vai chover pro diabo. Supérbe, todo mundo jogando baralho no apê durante o fim de semana. Opa! Roupa de cama e toalha, isso não posso esquecer! Bom, nem isso nem o protetor solar e o juízo. Porra, juízo, se eu tivesse juízo eu não ia acordar às 5 da manhã pra pegar um ônibus pra ir pro metrô pra pegar um ônibus na puta que pariu da Jabaquara. Pra ir pruma praia. Ai, cacete, que vida que é essa? A mala vai ter que ser maior que a minha mochila de sempre, pois.

Acho que vou aproveitar e levar umas caixinhas de som pro meu iPod, isso seria legal, sim. E o carregador.

Cueca. Não tenho nenhuma cueca limpa... Bom, acho que uma só já é o suficiente. Bermuda também, todas as duas. E meia? Meia eu não tenho nunca, precisava era comprar. Mas também que cazzo eu vou ficar de meia na praia, só enchendo o pé daquela areia nojenta. Isso se rolar de ficar na areia. Ai, que preguiça disso tudo... Bem que eu podia ser uma dessas pessoas legais que se empolgam, acho que a vida ia ser mais bonita.

Mas no fim, no fim, o que importa é a convivência e a juventude. Depois que eu morrer cedo, bom, aí não tem mais volta, né.

Que se foda esse mundo.