eu sei porque vocês apagaram as luzes.
eu sei justamente porque vi quando vocês apagaram as luzes, uma a uma, enquanto olhavam desconfiados pra minha janela. que bosta essas janelas.
eu realmente não me importo, e é provável que eu nem ficasse olhando pra sua janela.
mas e se a minha janela estivesse fechada?
se você não pudesse de fato ver que eu te via?
será que você teria apagado as luzes - uma a uma, gesto muito mais interessante que qualquer outro que possa ter acontecido depois, com aqueles re-enquadramentos audaciosos e quebracabeçantes.
e se não tivesse, você, apagado as luzes, com aqueles olhares e risadas irritadas de me ver assim tão indiscretamente na sua janela, o que eu teria feito?
se eu estivesse, de fato, com minha janela fechada, mas podendo lhe olhar, e você deixasse as luzes acesas. eu teria olhado? teria fugido? teria me embrenhado mais ainda nos meus tiros-laseres de sábado-à-tarde?
eu nunca fechei a minha janela.
malditos arquitetos.
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20130309
20110706
20100716
el fin de mundo
y ahora todos somos...
Não havia mais o que fazer a não ser seguir em frente; todos amávamos mais agora do que nunca. E então seguimos... rumo a lá.
(um, dois, três, quatro, pegadas de urso -- dedicadas, em ambos os sentidos; no fim das contas, o olhar [gaze] era o de pegar e cutucar e esse, ah, esse não encontrou nada: só sobrou o vazio.)
Não havia mais o que fazer a não ser seguir em frente; todos amávamos mais agora do que nunca. E então seguimos... rumo a lá.
(um, dois, três, quatro, pegadas de urso -- dedicadas, em ambos os sentidos; no fim das contas, o olhar [gaze] era o de pegar e cutucar e esse, ah, esse não encontrou nada: só sobrou o vazio.)
isto é:
beijos,
fim do mundo,
guilherme assis,
retrato,
teatro,
voyeur
20090808
20090606
Fazendo as contas, no fim das contas, continuo sendo exatamente o mesmo.
Fomos 5, eu era 1 - ou seja, infinito -, mas, quando se fizeram 2, que trouxeram os 4 para todos, eu, infinito, tornei-me nada: sumi.
20090605
Atividade_2: Chá
Nice entrou no quarto e atirou a mochila ao chão. Fechou a porta, abriu a janela, tirou a blusa e se deitou, dormindo a tarde inteira sem almoçar. Quando acordou horas mais tarde com frio e com fome, se levantou, fechou a janela, vestiu um moletom e foi para a cozinha. Comeu um resto de risoto de frango, um pote de sagu de vinho e banana-nanica. Tocou o telefone, era Guilherme perguntando se ela ia ao show naquela noite; Nice diz que sim.
(...)
São sete da manhã e Nice ainda dorme. Quando acordar vai perceber que está sem voz. Quando levantar vai perceber que está sem nenhuma roupa por baixo da coberta. Quando colocar os óculos vai perceber que na sua mesinha-de-cabeceira existe uma xícara coberta por um pires. Se ela erguesse o pires, encontraria um chá ainda morno, fumegando de leve à camomila e gengibre, mas não ergue, não cheira, não bebe. Só aos trinta e tantos anos de idade, descasada e malempregada (enquanto mulher) é que Nice vai perceber que xícaras de chá não se fazem sozinhas.
Por enquanto, só lhe resta mostrar seus peitinhos para Mim, do prédio ao lado.
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