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20120810

Loucura de amor

1.

Aprendi a ler e escrever ainda na pré-escola. Minha primeira história foi pra Tatiana, uma garotinha do colégio. Tínhamos sete ou oito anos. Num reino distante eu era o rei, ela a rainha. Ganhei um beijo na bochecha. Desse dia em diante não parei mais de escrever. Algo dizia que eu me daria bem com a literatura e com as mulheres.

Me enganei nos dois casos.

2.

Depois da aula, Tatiana e eu brincávamos de papai e mamãe no quarto dela. Fazíamos tudo às pressas (comida, limpeza, pagamento de contas) para chegarmos logo ao beijo de boa noite. Era quando as bocas ansiavam pelo toque, os corações disparavam com medo de que alguém entrasse no quarto justo naquele momento. Os lábios se procuravam lentamente, mas quando se encontravam o recuo era tão rápido que às vezes doía o pescoço. Depois a gente se deitava e fingia dormir. Então eu logo dizia: é hora de acordar. E ela: vou dar mamadeira pro bebê.

E tudo recomeçava.

3.

Um dia Tatiana peidou na sala de aula. Todos ouviram. O cheiro se espalhou. Risos gerais. Nossas mesas coladinhas. Ela vermelha que nem pimentão. Levantei a voz e disse com firmeza: fui eu!

Essa foi minha primeira loucura de amor.

20101116

ANARQUISTA [14.03.2010]

Anarquista

Fogo

Porrada

Punhos em chamas

Cocota

Viagem

Qu’est-ce que je faire? Unfaire!

Ou seje...


Depressão. Tesão. Fuga da prisão, quebra de lacres, rompimento de pedágios em altíssima velocidade, mas derrepente!: bossa nova, sacocheio. Tacar fogo na praia, correr com a roupa do corpo, correr sem roupa no corpo; queda do abismo. Grito, peito rasgado, paixão sem limites imaginários. Fronteiras, perseguição, bombas – “Matei um, matei um”... Três meses depois sozinho numa cabana solta no mato, bebendo urina. É o fim.

Bebi com eles, joguei e contei as piadas que eu sabia. Foi pouco, muito pouco.

Euzébio nasceu em 3 dias diferentes: 21 de março pelo RG, 22 de abril pela certidão de nascimento e 4 de janeiro pela sua mãe. Confiemos, pois, na mão direita de seu pai.

20100224

Viva, meu amigo

Nuno fez pum.

Na patota, pum é pedir tapa,

mas Pedro tampou a napa

e pediu "Para aí!".

Pacifista, esse Pedro.