Duas pessoas sentadas são essencialmente um conluio, conspiração - ainda que não saibam. Adicionando-se álcool, os acordos & planos se tornam ainda mais confusos & ainda mais ambiciosos (em toda a acepção dessa palavra) & de repente toda palavra (toda sílaba!) tem dezesseis degraus de significação, cada fonema saindo da minha boca tem uma nuance secreta que flutua como nota musical mecânica que abre cofres hi-tech. Toda palavra é um abre-te-sésamo, podemos dizer, mas as portas estão todas invisíveis & são iguais & não se sabe para onde levam.
Aí eu levanto e vou ao banheiro e deixo ela sentada esperando porque sinceramente eu não faço mais idéia do que tou dizendo e no banheiro lambuzado de espelhos eu me olho totalmente vestido e penso em me masturbar mas lembro da minha regra - masturbação em banheiros, só na escola, só quando tiver pelo menos outra pessoa na cabine ao lado (e aqui nem tem cabine ao lado) então desisto e só vomito no chão todo e saio.
(é bom lembrar que contrariando a opinião popular o álcool não muda quem você é & sim quem os outros são & por isso existem pessoas que ficam muito melhores depois da cachaça & existem pessoas que ficam piores & existem pessoas que ficam outras mas ainda assim.)
Quando eu chego a conta já foi paga e alguém levou a outra cadeira embora, nada na mesa, só um copo tombado, meio triste, mas é a vida, o bar totalmente lotado e pulsante e irritante e barulhento e vivo (isso é negativo) tremendo em um ponto só que nem um beija-flor balançante ou um átomo vibrante e televisões por todos os lados silenciosas como se estivessem mortas, e aí você vira e passa pela primeira pessoa que vê (uma mulher falando no telefone na porta do bar, na verdade escutando alguém falar) e simplesmente agarra, com as mãos e a boca, e o gosto de cigarro mais do que a língua (mas a língua vem) é a experiência (muito mais agradável do que se imaginaria, caso você não fosse fumante), desisto em uns 15s e a mulher me olha meio feio, saio de lá por uma fresta.
E então não há resposta nenhuma, claro, não se deve esperar respostas nem narrativa, frustração garantida, só alguns passos ruabaixo ou acima, no horizonte alguns robôs dançam lenta e languidamente algum tango desfiado. Não é nem mesmo possível imaginar uma casa agora.
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20110919
20100525
Não exatamente o Josimar Melo, mas...
Admito que gosto do corre-corre de Cannes, que é regozijante, de certa maneira. É que durante o festival é impossível ir à praia...pelo menos pra mim. Praia só o Rio, e quando dá. Sou exigente com essas coisas, isso eu admito também. Quando eu volto pra lá...
Com os meus amigos! Purumpum!
Eu vou lá com meus amigos!
Margem direita, ta tá tá!
Pu pu, pu pu bli cá!
Bãm-bão, mestre-macarrão!
Critica meu prato, senhor sabichão!
Veio um, veio dois, movimentão!
Margem esquerda, preste atenção!
Mas só isso não bastará!
Cansei de só degustá! (e odiá!)
Para fazer a massa
fazer a massa é facil fazer a massa
vamos todos fazer a massa
e melhorar pra massa
a mensagem que a gente passa
é a da união!
a gente come nosso próprio macarrão!
criticar o freezer com nossas
ferramentas de televisão!
e achar que com isso a gente é
bom de garfo, bom de cozinha,
bom de garfo, bom de cozinha
bom de garfo, bom de cozinha
Ah, a Croisette.
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