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20140426

mentira branca



num espaço em branco se encontra uma mentira terrível
assim:

uma promessa incompleta que sugere – e até urge – pelo seu fim
perfeito

a expectativa do espaço vazio, no entanto, a expectativa de um vetor para
frente

a espera como se a espera não fosse apenas a falsa concretização da esperança
burra

um limite inesperado que está na própria superfície do branco, uma alvura ilimitada
contraditória

suposta neutralidade que tende para o azul, para o violeta, às vezes mesmo para o verde
horrível

o verde que sempre sugere mancha, abundância de sujeira viva, opaca, patética em si mesma
sempre

um traçado que só pode traçar-se o próprio, só pode diluir a brancura do que talvez esteja vindo
nada.

20130816

Sobre ser um ser cultural, III

Bom dia, freela. Os textos não irão a lugar algum sem minha ajuda, não é mesmo?

Lembro que quando eu era mais jovem (rsrs), escrevia um fluxo de consciência bem aleatório pra dar uma desenferrujada na cabeça e liberar a tensão antes de um trampo. Também funcionava bem em reuniões. Outro dia encontrei um colega que, quando se despediu de mim, falou jocosamente de meus haicais. "Porra, mano, muito da hora seus haicais, hein", e falou isso com um sotaque paulistano forçado de dar nojo. Abracei-o e tasquei-lhe um beijo na bochecha, mas fiquei incomodadíssimo com a ferroada do cara.

o que tá errado
com os meus haicais? caralho
corvo passa frio

Filho da mãe, você ainda não viu nada.

(
veste a pantufa
e vai passar um café
ou mais frio de novo
)


fonte: facebook

20121015

nessa noite fria

voltando pra casa, um escocês levantou a saia
e mostrou seu pirulito;

eu podia ter acertado ele com meu boom,
eu podia ter mandado ele se foder,
mas fiz nada não...

amanhã eles vão apanhar da bélgica
e minha salsicha eu prefiro no purê.



20110612

de inverno.

tá frio pra cacete
eu sinto falta na cama
daquela sua cor

* * *

vento na goela
esqueceu o cachecol
gelando sem volta

* * *

tem água no chão
ou o piso está gelado
coloco o chinelo

20110529

hum hinstante:

o pé tão gelado
o desejo de sorver-te
os prédios brilhantes