Mesmo dentro de um apartamento (veneno antinatural) as pernas dele sabiam trabalhar, sabiam correr jornadas simbolicamente válidas. Os rituais persistem.
É por isso que o chão de madeira nua é mais cavado em curvas estranhas e sinuosas e sensuais. E então pronto:
(pois os pés ardem mas tudo bem e a mente derrama mas tudo bem e os olhos emudecem mas tudo bem e o cabelo viceja mas tudo bem e a língua gruda mas tudo bem e o ventre fome mas tudo bem e o ouvido riacho e a alma não)
(...)de uma mulher que se não maravilhosa, ao menos o queria. Não ardia - não-meteoro. Mas o amava. E seus pés molhados se secaram. E, infeliz, se acolheu. Às 19h quando o sol já era uma lembrança de teocratas emudecidos ele abraçou uma moça no meio da av. Ipiranga e cumpriu seu destino, tão pequenino.
[leu aquilo feito hieróglifo na parede do banheiro, em letrinhas de aranha que pareciam se esfregar nas suas bochechas. o cheiro do lado de dentro se tornara intangível. desejava o saara.]
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20110627
20090829
Sininho da madrugada
Sabia porque se incomodava tanto quando queria escrever de'noite. Sua máquina de escrever com carinha de safada olhava lá do fundo do quarto. Entendia bem o sentimento da governanta nas madrugadas. Era como se gozasse com fogos de artifício ainda que nas transas surdinas ou mesmo como se pintasse o rodapé com metralhadoras. Deselegância comunitária.
Amanhã é domingo, meu amor, de pernas longas e carnudas,
me olhará como uma menininha perguntando se pode.
E era madrugada, e o sótão todo vazio de escuro e de madeiras recheadas de baratas discretas. Não havia muito o que fazer além de pensar ou dormir. Quando já não pôde fazer nenhuma das coisas, o dia já pulverizava todo o pó por onde se passou e pensou fogos e metralhadoras e aquele amor todo delicadinho que se tem vergonha de dizer e só se tem vontade de tocar, em discrepânc-.
Até a noite e a inspiração chegarem. E não se poder mais escrever com gemidos ou sirenes atômicas. Pelo bom con-domínio. Ele precisava transcender os clichês, era um fato.
Amanhã é domingo, meu amor, de pernas longas e carnudas,
me olhará como uma menininha perguntando se pode.
E era madrugada, e o sótão todo vazio de escuro e de madeiras recheadas de baratas discretas. Não havia muito o que fazer além de pensar ou dormir. Quando já não pôde fazer nenhuma das coisas, o dia já pulverizava todo o pó por onde se passou e pensou fogos e metralhadoras e aquele amor todo delicadinho que se tem vergonha de dizer e só se tem vontade de tocar, em discrepânc-.
Até a noite e a inspiração chegarem. E não se poder mais escrever com gemidos ou sirenes atômicas. Pelo bom con-domínio. Ele precisava transcender os clichês, era um fato.
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