Mostrando postagens com marcador demônio. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador demônio. Mostrar todas as postagens

20140625

pensar no mal


pensar no mal
com bondade
é uma maldade
ou só idiotice?

20090609

Atividade_5: Doutor F.

“Acredito que o momento mais difícil desse processo seja, ao final de tudo, tirar o lençol. É nesse momento em que expomos o nosso trabalho, nossa monstruosidade para o mundo, mesmo que ninguém mais efetivamente veja o que fizemos. É complicado.

Expomos nosso trabalho ao ar que nos cerca, aos olhares de desgosto, inclusive o nosso próprio. Pois mesmo que saibamos em nossas mentes o resultado de tudo aquilo... O nosso trabalho é feito quase sempre debaixo do lençol, por trás de uma névoa segura que isola nossos monstros em uma outra realidade, um outro modo de existência. Ao erguer o lençol, estamos destruindo esta ilusão, aceitando a existência de nossas monstruosidades mais íntimas; não podemos mais negar a proximidade daquilo que fizemos e de nós mesmos, nossas mãos estão impregnadas pelo fruto do nosso trabalho.

Este momento crítico de revelação se agrava ainda mais por não termos, ao nosso lado, a mesma euforia que tínhamos antes, durante o trabalho febril e apaixonado que resultou naquilo tudo. Estamos de volta aos nossos sentidos, não há mais desculpa para nossa consciência; só nos resta enfrentar a nossa criatura, nosso monstro irreversivelmente concebido. Arrancar o lençol é descobrir este monstro logo ali, colado à nossa pele – e não mais em algum ponto distante de nossas mentes ou almas. Quando se ergue o lençol, caímos de volta ao mundo do real e do racional, somos surpreendidos por essa luz dura justamente no momento que expomos o que nós temos de mais vulnerável, o ponto mais maleável de nossa carne à mercê de um mundo pontiagudo. Não é fácil.

Mesmo assim continuo, continuamos criando nossos monstros, um após o outro, erguendo o lençol e sofrendo a cada vez que somos forçados a encarar nossas criações. Pois isso é encarar o que há de pior em nós, é destruir as ilusões confortáveis de que somos, ao final de tudo, boas pessoas. Fazemos isso porque somos escravos de nosso poder, do êxtase que o segue e que nos domina. Tentamos nos tornar deuses, mas nosso poder é incompleto, a nossa vida não é viva e nem é bela – é horrenda e monstruosa; é a Morte nos encarando na sua forma mais primitiva.”

[Ingolstad's Tribune - Julho de 1915]

20090528

vitória antiga

Havia uma aranha gigante: ela se chamava [impronunciável].

ZAP ( sem cha nce)
(ateu) ZUM
BLAST ( tiroemfals o)
( pata nasal) BOING
ELASTIK(alg'antigo ri)
(reencarna- não) TRAZZZ
BLEEEEP (previsão:templo escuro)
(transporte ativo, corte) GRULLVV
thiago chão nariz córtex.

O guarda da CET assistiu a tudo incrédulo, sem fazer nenhuma anotação. Voltou para casa de olhos sempreabertos e não conversou com sua esposa, jantou em silêncio a sopa de cebola quase fria. Deitou-se na cama e fechou os olhos no escuro com o cérebro quase conseguindo reconstituir alguma paz: assim que tudo ficou escuro, morreu rasgado ao meio e sua esposa gritou.
No enterro, alguns amigos e parentes comentaram que ela tentou reanimá-lo copulando. Sentada em um canto em silêncio, a barriga já saliente, ela sibilou teias catatônicas.