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20091208

Trepýblica.

Não li seu "texto" com muita atenção, pois estava comendo um delicioso brigadeiro feito por mim; ainda assim, sua estupidez é sintomática do que tento dizer aqui.

Seu marxismo enrustido, adquirido nesse monte de papéis vermelhos, aprisiona sua mente e é o motivo de sua derrocada. Eu, longe de ser um misticista ou um platônico, utilizei a palavra Alma para indicar apenas a essência do ser, que não existe per se, mas é a união da suposta mente (que supostamente existe) com o suposto corpo, e então divide-se por dois e se tem a Alma, que é também o Ego de alguns papéis e o Ian Fleming de outros.

O que eu sinto é minha Alma, e não há nada de religioso nisso: minha mente apreende algo que não é meu corpo e que está deslocado alguns centímetros à direita; o nome que dou a isso só interessa a outros prisioneiros de papel, como você fez questão de mostrar.

De resto, não entendi o que o Padre Sérgio tem a ver com a empreitada.


Espero que tenha sido um malentendido e que fique claro que sou absolutamente ateu, apostólico e romano.


Best wishes.

20091207

Réplica.

Bom, para mim isso não diz que estamos presos ao papel não, meu amigo. O senhor, pelo menos, está é preso pela religião, ou melhor, pela religiosidade e misticismo.

(Quer dizer, Kafka talvez estivesse - preso ao papel, não à religião. Mas Kafka ficou atormentado porque ninguém lia suas coisas, essa que é a verdade. Só se pode levar a sério um escritor que tenha se colocado ativamente e criticamente em relação a seu PRÓPRIO ofício mediante sucesso ainda em vida.)

"Papel preso a nossas Almas". Nas nossas mentes, vá lá, mas na alma, é? Que raio de alma é essa? Não digo que não exista, mas durma-se com um barulho desses. Se o senhor vê isso aqui como alguma forma de sublimação, ou de elevação espiritual, se o senhor acha que sendo um artista consegue realizar seu desejo de querubim frustrado, vá ler Joyce e arrependa-se em segredo!

Mas não me venha com essa. Religiosidades frustradas e precárias em torno de "papel na nossa alma" são do pior tipo. Sejamos Padres Sérgios, pois. Que trabalhemos em segredo, mas sem buscar o segredo - e sem buscar que os outros saibam do nosso segredo. Não digo, com isso, que não se deve publicar nada - falo em relação ao trabalho interior. Ao ofício-em-si. Sem esperanças de purificação pós-vida. Sem ilusões de reconhecimento póstumo. Ao inferno com tudo isso, que o trabalho impresso seja dado como feito, que passemos ao próximo obstinados, mas obstinados por estarmos cultivando um ofício, não melhor nem pior do que qualquer outro.

Somos incapazes de pensamentos puros, nossos? Mas se o senhor acredita nessa palavra - e sublinho que a questão é a palavra - alma, é óbvio que não estamos livres, pois de chofre o senhor já está vinculado a uma crença um tanto quanto duvidosa!

A verdadeira religião e a verdadeira alma emanarão naturalmente e não serão chamadas assim. Se quiser que sejam "bigorna" e "badulaque", respectivamente, que sejam - mas eu as negarei assim que colocares esses nomes, pois estarão novamente instituídos. Meu ponto gira em torno do impronunciável. Não se pode nomear o que se vai experimentar durante a fatura de sua "obra" (se quiser ser mais petulante ainda, que diga então 'obra artística') - pois isso implicará na qualificação da sensação, seja negativa ou positiva do ponto de vista de sua crença instituída.

Que faça da sua "prisão" uma prisão muda e branca, que o senhor por disciplina não conseguirá definir. Aí, sim, o seu pensamento "puro" irá despontar, aí sim sentirás que seu/sua/a/o/e/k/c/ "_________" ou



ou



irá aparecer.

Prisioneiros do papel.

Quando Kafka disse que os homens eram prisioneiros dos papéis de escritório queria ele dizer que os homens eram vítimas da própria burocracia e sistematização [vide O Processo], que, muitas vezes, não quer dizer nada. Só hoje entendi que kafka, eu, meus amigos, todos nós que nos julgamos livres dos papéis de escritório, estamos ainda mais presos por outro tipo de papel, que gruda em nossas Almas e em nossa mente e acaba com qualquer chance de pensamento limpo, puro, nosso.

O tigre que me engole é de papel e é essa porra de literatura.





à merda!

20090220

hommmage

He was a bright young fella
whose friends were all named George
and more I shall not say.
For all those bright young fellas
who died there back in 'Nam:
they deserve a homage
but this man here does not.

I once met Dylan McDermott
his breath was all too sweet.
We hit it right away:
with vodka and champagne
and love and tender swans
we came back to my house;
now I am all alone
his cum still on my walls
I cry for him, O lord.

I feel a lack of words
to shape my will right now
my laughs and oh the rhytm
trying to escape
slowly
as the happiness I paint
erased from the pencils
wet paint
licked by a monkey
at last. [
now only left
a funny laugh
not even that
i dip my finger
dream of a woman:
(aperdade] palavras)
c'est une catastrophe.