20130528

Mulheres, quem entende? – As jogadoras e as direto ao ponto

Comecemos por uma distinção básica no comportamento feminino: as raparigas que jogam, as gurias que vão direto ao ponto, sem enrolação.
Para alguém com a elegância e desenvoltura de um Mr. Bean e uma retidão lógica teuto-lusitana, uma jogadora é o colapso das referências, me deixa mais perdido do que em meio a ideogramas japoneses. Grosso modo, mulher jogadora seria aquela que diz que quer, mas chega na hora e dá todos os sinais que não quer (vale o inverso, diz que não quer, e fica provocando). Claro, se eu não levasse tão a sério o que as mulheres dizem, tudo ficaria mais simples – mas lembrem-se de minha retidão lógica, para não falar da minha auto-confiança na arte da sedução. Seguidamente acho que elas fingem que querem que o homem entrem no seu jogo, quando na verdade estão em busca do macho-alfa, que faça justo o contrário, por mais que se achem agressivas sexualmente. Como nunca me dei bem em grego, termino em ômega... O duro é quando a jogadora é tão hardcore que se contradiz em menos de dez minutos. Primeiro diz, logo que o clima começa a esquentar, que não quer transar aquela noite para, dez minutos depois, soltar um “pode fazer o que quiser comigo”. Nada contra sutis contradições, acho elas encantadoras, fascinantes, mas diante de tamanha contradição, a brochada é inevitável – na hora vem os Segundo analíticos à mente. Parece que às jogadoras a irritação e a frustração são sentimentos inevitáveis quando estão diante de um pega-ninguém – mas não mudam seu jeito de ser.
As que vão direto ao ponto dão a impressão de simplificar a vida – ao custo de perda de um pouco de poesia e um certo jogo lúdico-erótico das jogadoras. Algumas tentam contornar esse papo reto com algumas estratégias para enrolar um pouco e fingir algum caminho menos “é isso”. A transa certeira e desejada por ambos ocorrerá assim que o homem preencher as três guias do formulário, ela carimbar no lugar especificado e você adicionar, ao final do processo, uma carta de intenções. É só fazer que dá certo, não tem fila, só uma demora habitual de carregar a papelada pra lá e pra cá. Mas fica com um certo gosto burocrático em tudo – se ela quiser combinar as posições autorizadas de antemão, então...
As legítimas direto ao ponto, essas nada de perder tempo com joguinhos, acordos, contratos, formulários, o que for – elas dizem logo qual a opção pro momento. Se for o caso, é tirar a roupa e mandar ver; se ela não tiver a fim, não rola; e se ela mudar de opinião, cumpra o que ela quer – ou, como escutei uma vez de uma garota desse tipo: “esquentou tem que comer”. Convenhamos, essa frase não soa exatamente poética. Me senti com a mulher-microondas, lembrei das lasanhas congeladas com o mesmo gosto, independente do sabor, ou mesmo das simples torradas feita no aparelho, que têm que comer logo, se não ficam intragáveis. Poupei a guria da minha comparação, mesmo assim chegamos à conclusão que havia alguma incompatibilidade entre nós.

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