Há alguns dias assisti a um filme chamado "Sobre a Violência", a respeito das lutas de descolonização na África com base no texto de Frantz Fanon, "Os condenados da Terra". Um lindo filme, uma defesa da violência (sim, a violência) como mecanismo de superação da condição exploratória que a colonização européia impôs sobre a África. Assim começa o último capítulo de seu livro: "VAMOS, CAMARADAS, é melhor que mudemos de procedimento desde já. A grande noite em que estivemos mergulhados, cumpre que a abalemos e nos livremos dela. O dia novo que já desponta deve encontrar-nos firmes, avisados e resolutos". Não é fácil defender a violência como meio de se libertar da própria violência - e o texto de Fanon (também o filme) consegue fazê-lo lindamente.
Em um determinado momento, imagens de mulheres segurando armas, lutando por sua liberdade. Isso me comoveu muito; não por um sentimento feminista, mas justamente pela quebra de uma afirmação feminista e a reiteração disso através da luta, da ação direta, da organização, e, principalmente, da compreensão de que há sim contextos em que a individualidade é posta de lado em prol de um objetivo comum. Então, aquelas mulheres eram mulheres, mas não se vangloriavam de suas vitórias por serem mulheres, e sim por avançarem cada vez mais rumo à conquista de sua liberdade.
Isso tudo para dizer que
Ucrânia, MAIO-2014:
segurar em armas não é fetiche
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