20100307

da série justiça aos injustos

Em nome do bom-gosto, resolvo compartilhar essa história com vocês:


certa feita houve uma mocinha chamada Marjeta Nováková, se não me deixam errar os anos e o esquecimento cruéis - talvez fosse Svobodová, mas eu acho difícil. Marjeta e eu nos conhecemos numa noite muito quente de Madrid, bem ao lado das bombas de Cidra de um certo estabelecimento qualquer. Minha família estava em uma mesa na calçada, todos alegres a jogar os dados com meu irmão e alguns de seus amigos europeus, jogo do qual eu havia sido eliminado sem clemência em poucas rodadas. Foi então que minhas idas freqüentes ao banheiro bem ao lado das bombas de Cidra promoveram nossa amizade, ela muito mais velha e eu muito mais sóbrio, a princípio: com o tempo, esse tipo de abismo se estreitou até valer exatamente chongas, como dizem por aí.

Depois disso, ainda nos encontramos algumas vezes durante minhas últimas noites na capital, não raro passadas em explorações solitárias pelas calles estreitas e as muitas puertas entorno da Plaza Mayor. Sim, ficamos inclusive íntimos, nós dois, entre as cañas com bacalhau frito da Casa Labra e os cinzeiros coloridos no seu apartamento à-moda-antiga...

Foi tudo muito breve, muito rápido - e também muito ébrio pra eu me lembrar com exatidão de todos os detalhes. Mas, ainda hoje, algumas poucas coisas me fazem calar e imaginar, com um bocado do fascínio de juventude que eu tinha, alguns pedaços de Marjeta entre a boêmia e La Coruña.

Essas coisas são, em [alguma] ordem:


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