20090531
Minhas pastilhas acabaram hoje - pt. 1
Alberto apareceu outro dia aqui com uma colher cheia de brigadeiro. Pediu que eu abrisse a boca que ele me dava, e eu abri, besta, e ele ia pra frente e pra trás com a colher e eu mordiscando e mordiscando o ar. Panaca, foi como se meus molares se oxidassem por completo em questão de segundos, com o ar sendo movimentado.
Eu sempre falo com a boca mais do que semicerrada, completamente fechada, eu diria. Um toque do velho Oeste, por assim dizer. E hoje, sem as pastilhas – finalmente hoje, ou seja, é uma sensação nova – minha mandíbula terá o repouso que sempre sonhou.
Agora é o momento certo de me esconder, de permanecer exatamente assim quietinho no meu quarto. Não vai demorar até virem atrás de mim com algum substituto, um xarope talvez. Eu só teria que esticar o biquinho, não seria nenhum esforço, mas uma questão de....dignidade, provavelmente, por quê haveria eu de tomar o xarope, se ele me seria oferecido justamente porque sabem que as pílulas enfastiam-me?
A TODOS: alistamento
(inscrições nos comentários)
20090528
Quando Padre Vieira subiu no palanque,
Subiu, já disse, no palanque e como um breve instante de silêncio se fez entre todos, aproveitemos a chance para dar-nos algum contexto. Ocorre que certo reboliço se havia criado na Espanha quando um grupo indecoroso começou a espalhar por aí ideias já um tanto antigas de que todos os fenômenos do mundo e mesmo a própria vida podiam existir sem necessidade alguma da influência ou mesmo da existência de Deus.
Não surpreende que a Igreja tenha querido rebater os argumentos com máxima agilidade e tentando impor o máximo de respeitabilidade aos contra-argumentos, de forma que agora, e é a última vez que repito, subia Vieira ao palanque. O padre então limpou a garganta não porque precisasse, mas porque sabia como um discurso tinha que ser feito, e ergueu a mão sinalizando para que cessassem os burburinhos (iniciados logo após o instante de silêncio, talvez enquanto ainda nos contextualizássemos). Depois disse É claro que, sem Ele, ainda se morreria e se nasceria e reações químicas continuariam a ocorrer e células se aglomerariam em mórulas e corações enrijeceriam e chuvas choveriam sem Ele. Nada disso, porém, me tira a convicção de que sem Deus é impossível que haja vida ou morte ou chuva.
Por fim, decidiu-se que uma boa pira vale mais que mil palavras, e o padre incompreendido acabou provando da nova linha de argumentação da Igreja.
vitória antiga
ZAP ( sem cha nce)
O guarda da CET assistiu a tudo incrédulo, sem fazer nenhuma anotação. Voltou para casa de olhos sempreabertos e não conversou com sua esposa, jantou em silêncio a sopa de cebola quase fria. Deitou-se na cama e fechou os olhos no escuro com o cérebro quase conseguindo reconstituir alguma paz: assim que tudo ficou escuro, morreu rasgado ao meio e sua esposa gritou.
No enterro, alguns amigos e parentes comentaram que ela tentou reanimá-lo copulando. Sentada em um canto em silêncio, a barriga já saliente, ela sibilou teias catatônicas.
20090527
Re[tratação]pública
Bom, eu não sei se esse tipo de "momento de sinceridade" vai bem com o resto do blogue nem nada, mas...
20090525
DELÍRIOS DA CLASSE PODRE - feminismos de butick e piadas de descarga
O lado ruim acho que está explícito: vende pelo mundo afora que somos um país subdesenvolvido, de terceiro mundo sub-saariano, uma republiqueta de bananas corrupta em que só os negrinhos do morro tem poder. Um erro grave, ao meu modo do ver. Nósso país não é isso, está longe de ser só isso, São Paulo é uma metrópole de fazer inveja às européias (em Paris, quando estive lá, vi que todos os restaurantes fecham às onze horas - situação impossível na capital paulista, coração econômico). Esse é o lado que não é mostrado no geral.
Com muita satisfação o público recebe então um filme como "Divã", ad priori. Como que uma forma de de-sufocar o 'cinema nacional' (que com raras excesções, como essa e talvez a linha Renato Aragão, Xuxa, etc. e o fenômeno Se Eu Fosse Você) tirando do universo da favela-morro, a trama que concatena as cenas; é uma forma de trazer para as telas a classe média, média-alta.
Lília Cabral é uma mulher de meia idade, classe média, meio feliz, meio triste, cujo casamento vai bem nas aparências e no consciente dela mesma, mas que esconde, no subconsciente, uma grande insatisfação.
Temas-tabus, chocantes, são abordados de um modo muito saudável que parece querer deixar tudo em pratos limpos também no mundo do público-alvo (justamente as mulheres de meia idade). Masturbação é discutida, ela fala sem grandes constrangimentos, e transforma em piada o desconforto que isso causa em certas mulheres e em outras. Lília Cabral se masturba pensando em Mel Gibson (índice de nossa dependência imperialista: por que não colocar que a personagem se masturba pensando em Herson Capri, em Marcos Palmeira?) , e sua amiga que estranha um pouco as liberdades da amiga, ao final, morre. Mas não é uma morte punitiva, é uma morte bonita, mais uma forma de aceitar as coisas da vida. Tudo isso acompanhado da figura-chave: o analista.
O analista-espectador (e é aqui que está o pulo do gato: somos nós os analistas, que assistimos á vida da protagonista, pelo olhar filtrado, é claro, mas nós que analisamos e pensamos sobre ela), que sabiamente não aparece em quadro (apenas em uma brincadeirinha final) faz com que Lília Cabral se modifique aos poucos, libertando-se das amarras de sua condição de boa-esposa-classe média. Ela fuma maconha, em ato não-condenado, ela tem um caso -enquanto é casada - com um rapaz mais jovem (o sempre galã Reynaldo Gianechinni), não tem medo de ser vaidoza.
Tudo seria uma amostra de avanços na mentalidade cinematográfica do cineasta brasileiro: sem pretensões de crítica social, mostra uma mulher realmente moderna, e sem que seja criticada por isos, e sim feliz, uma "diva (~)". Mas e qual o sentido verdadeiro do filme?
O público das salas não ri das piadas que são realmente engraçadas. O que chama a atenção e o que faz o público-alvo gargalhar é Lília Cabral fingindo estar corcunda na balada, ela pulando gritando "Tô na vibe!" ou parecendo estar se masturbando (novamente) na cabine do banheiro.
Será que o público então não percebe os verdadeiros avanços e ri das piadas de descarga? Será que todo o progressivismo do filme passará por um simples desfile de roupas classe-média de boutick barata? Temo ser esse o destino deste filme de nossa cinematografia. Se assim for...qual o sentido?
20090520
Aula de Cultura - 02
"O hiperrealismo de “Cidade de Deus”, construído de forma clássica e dotado de grande presença (pois é parte principal do espetáculo construído) difere, assim, do neorrealismo de Fellini, que não busca tanto uma representação ou reprodução do real, mas muito mais um esboço que sustente sua fantasia, por mais que trágica, leve."
Heh!
Heh
Heh
heh
Heh heh heh]
heh
heh heh heh heh heh
hohahahahehhaihh
ahuahuahuahauhu
cof cof cof
Goddamnit
oh!
uh oh!
!!!!
oh!
ah
ih!!!
uhh...
zzzzzzzzzzzzzzzzzz
20090519
20090517
o meu terceiro pegar no pau, ou segundo
minha primeira vez, ou segunda. não lembro.
20090516
Berlusconi Sex Tape
As fotografias-still como criadoras de narrativa (3 quebras da 4a parede).
Nesta primeira foto, me interessam especialmente 3 pontos.
1- O enquadramento, que transforma o ato grupal em uma experiência subjetiva; não há dúvidas que a protagonista é a moça do meio (que vou chamar de Mila daqui a diante), que recebe o falo e o carinho no peito. O enquadramento arranca as cabeças dos outros participantes, o homem tende gentilmente em direção a ela, o corpo sinuoso de Mila revela, num espelho ao fundo, seu próprio reflexo;
2- ainda assim, nosso olhar é rapidamente conduzido pelo jogo de corpos ao rosto dela, que olha diretamente para fora do quadro, à esquerda. Ménage à trois? Não exatamente;
3- o mistério do olhar para fora-do-quadro revela-se dentro do próprio quadro: Mila olha para a câmera (a outra, a irmã mais nova, a filmadora) e, portanto, atua.
1- Aqui, temos os rostos dos dois outros participantes. Ainda assim, a posição central e o fato de ambos tentarem dar prazer para Mila a mantém como importantíssima protagonista do ato;
2- o olhar se dá direto para a câmera. O jogo se simplifica: não há mais filmadora, não há mais olhares-para-fora, só há uma cumplicidade tremenda com o público; Mila sente prazer (sente?) para nós, e não por ela.
1- A luz no difusor, que antes clipava no espelho, deslocou-se para a direita um bocado e... Ora, lá está a câmera filmadora! Mas...
2- agora os atores riem olhando para o fora de quadro. Está aí o ponto-final: a atuação não é apenas para as câmeras, mas é, ora só, dirigida pelas câmeras. Esse sorriso no rosto de Mila, esse olhar do jovem, a moça debaixo quase que ainda dentro do jogo... isso pode ser encontrado em qualquer coleção de fotos de set, este é o curto momento em que os atores saem do personagem e riem de algo que a equipe disse... ou quando se diz 'Corta!'. De repente, tudo é humano demais.
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Escolhi essas fotos para mostrar como a câmera fotográfica pode se apropriar dos momentos de uma filmagem para criar algo inevitavelmente novo e diferente do processo cinematográfico por si só - muito além do simples making of.
Deixo, de presente, uma irmã da foto um:
Obs.: Cliquem nas fotos para versões maiores.
20090515
O Jogo de Cartas
Não há regras do jogo. Comemos morangos nos arredores de Paris, sentados na grama quase sempre nus e ao sol, até que a mais novinha – Joaquina, eu acho – se punha a correr pelo campo com ramas de morango presas debaixo dos braços. Os homens iam atrás, tentando apanhar os moranguinhos das ramas com os dentes, enquanto que as moças se instalavam em determinados lugares e tentavam nos acertar com cascalhos, seixos ou bolotas de carvalho, se fosse época de bolotas de carvalho.Eram estes os bons tempos, Gabrielle.-Haia, 9 de Agosto, 1923
UM BILHÃO PARA O PIAUÍ - A Cruzada de Mão Santa
Sodoma;escassez de honra e vergonha na casa da mãe joana, povo. Eu não creio na Bíblia, somente no que ela contém. O livro de indícios mais consistentes que há no universo e que a fé diz que DEUS escreveu sobre a existência dele.Precisamos de fé.Urgente e muita!Perdoem-me as maiúsculas do título, nada mais que meu espanto. A imprensa conta, e edita somente o que quer.Eu, conto tudo, tudo o que vi e ouvi,letra por letra. "Quem vê pouco vê sempre muito pouco; mas, quem ouve pouco, ouve sempre muito mais" Nietzsche. Mesmo porque não sou baú para guardar bizú! Leia e acredite quem quiser: "estou pouco me lixando!".
Assistia ontem ao final da tarde a TV Senado. Mão Santa presidia a sessão e já ia mudar de canal para assistir o Jornal da...(aqui é assim, nunca se sabe o que se pode escrever). Pior para a Folha. Inicia-se um debate incrível e inacreditável, quadri-patético, entre: "Virgílio, Jereissati e Guerra" de um lado e "Mão Santa",na Presidência do "Senado e o povo!" de outro. Aqueles querendo convencer o Presidente em exercício para ler o requerimento sobre a mesa do pedido de abertura da CPI da Petrobrás que continha 32 assinaturas de senadores, bem mais do que o número necessário.Alegavam legitimidade e legalidade Regimental ostensiva a que a Presidência se obrigava .
Mão Santa, mais desajeitado ainda do que já o é, negava-se com desculpas simplórias e simplistas. Administrativamente, dizia-se constrangido em proceder a leitura porque entendia que quebraria a hierarquia. Somente estava Presidente, não o era de fato e, por mais, que o colégio de líderes havia decidido que a leitura do requerimento seria postergada até ulterior comparecimento do Presidente da Petrobrás ao Senado,isto, quando a agenda dele permitisse.Moralmente e de modo contraditório, Mão Santa usava em seu favor, que também tinha assinado o requerimento e que não iria retirar de modo algum a assinatura.
Por outro lado Virgílio,genuflexo e sob os olhares visivelmente contrariados de seu pares superiores (Jereissati e Guerra) choramingava as mágoas dele:solicitava, implorava, pedia,repetia e repetia de novo que a questão era legal, de direito líquido e certo, que colégio de líderes era mero costume, práxis sem valor sobre o escrito e Mão Santa resoluto e impávido, também repetitivo, negava.
Irrompe o 1º secretário e assume a Presidência do Senado da República no lugar do 3º Secretário (o folclórico piauiense Mão Santa que já havia esgotado tudo que sabia de: Maquiavel a Saint-Exupéry). Heráclito, o novo Presidente em exercício do Senado da República e, com sua peculiar pose e arrogância, ecoa forte e solene: Deixa comigo! (Protógenes não deixou, divulgou) Segue a mesma linha sinuosa do conterrâneo Mão Santa; mesma lengalenga e somente acrescenta que o Senador Agripino (líder do DEM) havia representado Virgílio na reunião de líderes e, lembrando Mão Santa, ou lembrado por ele, questiona o PSDB: por que não convocar então, de jatinho, da vizinha Goiânia, o 1º Vice-Presidente do Senado da República Democrática Brasileira, do próprio PSDB, o Senador Marconi Perillo?
Jereissati,Guerra e Virgílio continuam se lamentando e colocando pedido nos duros e gordos muros insinuando graves falcatruas na Petrobrás. Parte e aparte concedido e o meu conterrâneo do PT que nada me envaidece, João, que também é Pedro, mas que de joão nada tem, surgindo da macabra penumbra, grita:
UM BILHÃO para o PIAUÍ!
- Quanto?
Olhos arregalados, mas, com sangue nos lábios, perguntou instantaneamente Heráclito, Mão Santa, que dormitava ao lado,acorda e dá um pulo. Jereissati, então, exultante, agarra o microfone e avisa: o par Marconi, 1º Vice presidente do Senado e do PSDB está vindo de jatinho da vizinha Goiânia. Virgílio ri:
- Prorroguemos a Sessão!
Então... uma esquisita Senadora do PT, de nome sarnento: Serys Slhessarenko - somente urna eletrônica permite que tenha voto num país de analfabetos funcionais - surgida qual alma penada e na calada da noite de sombrios corredores, assume a Presidência sob aplausos Do cavalheiro, brioso e honrado Heráclito, do DEM. Assim, lépida, rápida e faceira como num belo domingo de sol e feira, encerra a sessão a 2ª Vice-Presidente do Senado da República democrática e de DIREITO da Nação brasileira.MP com 1 BILHÃO PARA O PIAUÍ!"
(texto do comentarista assíduo José Reis Barata Barata, do dia 15/05/09. Modificações feitas apenas na formatação.
fonte:http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/comentarios/cpi_da_petrobras_all-1.shtml)
20090513
20090512
20090511
revisão crítica de Imagem.01
20090510
Testemunho sentimental
“Eighteen? BAABY!!”
“It’s cool, man, it’s cool, really, that’s great. Yeeah, now THAT’S wonderful, man, please, never stop playing, really. Keep playing forever, don’t stop playing, really.”
“Oooh, yeah, ooh, fuck, ‘Virada’, phoooeew, those guys....terrible, terrible. But here it was.......('OK' com a mão, bem lento) wooonderful!”
20090508
O celeiro ao fim de nosso mandato
A garota voltou. Sua silhueta recorta-se contra a luz do sol, as grandes portas do Celeiro escancaradas. Punhados de feno recém-cortado dispersos e estocados no palheiro. Luz inunda as baias.
– Ei, cavalinhos! – A garota segura um guardanapo de pano cheio de pêssegos. Caminha até a primeira baia e oferece o fruto pálido e amarelo.
Rutherford arqueia o pescoço na direção da mão estendida. Manchas de luz flutuam sobre seu traseiro malhado. Ele lambe a palma da mão da garota seguindo um código que formulou, –.–., significando que é Rutherford Birch Hayes, o 19º presidente dos Estados Unidos da América, e que ela deve alertar as autoridades locais.
– Ah-ah! – ri a garota. – Faz cócega.
20090507
Rousseau II
COMPREENDER QUE O MORAL
, NO AMOR, É UM
SENTIMENTO ARTIFICIAL, NA
SCIDO DO COSTUME D
A SOCIEDADE E CELEBRADO COM
MUITA HABILIDADE
E CUIDADO PELAS MULHERES
, QUE VISAM A ESTABELECER
SEU IMPÉRIO E TORNAR
DOMINANTE
O SEXO QUE DEVERIA OBEDECER
boniteza
- Quero ver se segunda-feira vai ter mais emprego!
- É tudo mentira.
- Gasta o dinheiro que podia o aluguel.
[...]
- Veja que beleza, em diversas cores.
- Veja que beleza, em vários sabores.
- A burrice está na mesa.
[...]
- Tem três opções.
- Hum.
- Ou a gente se vê toda semana, ou a gente não se vê mais, ou a gente tem também umas aventuras.
- A terceira.
- Oi?
- As aventuras.
- Eu não quero aventuras.
- Então?
20090505
Rousseau I
relacionem as vontades
particulares com a vontade
geral, isto é, os costumes com
as leis, tanto mais deverá a
força repressora aumentar.
Conclui-se, pois, que o
Governo, para ser bom, deve
ser relativamente mais forte
na medida em que o povo for
mais numeroso.
um comentário futuro de um hoje jovem kineasta/escritor brasileiro sobre sua magnus opus, Previsão de.:
20090504
ABR. 07
[...]
PETER: A questão dos loops e sintetizadores não nos interessa mais desde o Kapitan Gaespajer [álbum lançado em 2005, último a contar com a participação de Johan van der Keuken, vocalista original da banda]. Pratos e jarras já deram nos nossos cornos.
JL: Mesmo considerando que a instrumentação eletrônica poderia ser usada para muitas outras coisas?
PETER: Não vejo outra aplicação prática, no atual estágio da música. Quero dizer, você pode juntar sua meia dúzia de egos, fingir uma guitarra num programa de computador qualquer e lançar sua banda-indivíduo no Myspace. Mas falta a barba, os tendões.
JL: Usar sintetizadores para simular o som de louça quebrando não parece um retrocesso? É uma emulação de algo que poderia ser feito em estúdio...
PETER: Não é retrocesso. Economizamos louça e podemos compor melodias que nem o pivete mais arteiro poderia produzir. Agora, o sujeito que faz sua própria banda sozinho e lança no Myspace seu trabalho masturbatório está economizando amor, amizade e interatividade. As bases de uma boa música. Eu não gosto disso.
[...]
MAR. 08
Encontramos Peter em seu atelier/estúdio em Aarhus, Dinamarca. De cabelos raspados, ele concedeu uma longa entrevista de duas horas e meia.
[...]
PETER: Meu trabalho no último disco foi bem simples: mandá-los à merda. Dá até pra ouvir em uma ou duas faixas, se você prestar bastante atenção.
JL: Você diz, botando pra quebrar?
PETER: Não, estourando as cordas de propósito e xingando o Jan [Danspoorj, guitarrista do Fem Familien Faasborgel]. Pelo caráter documental do negócio, a banda decidiu usar o primeiro take.
[...]