Gritaram comigo com tanta força e com uma vontade tão violenta que os lóbulos das minhas orelhas se enrolaram e, sozinhos, taparam meus ouvidos.
- Mais forte -, eu pedi.
Dessa vez, os olhinhos se espremeram tanto no rosto dela que eu achei engraçado e rompi no riso. E meu riso ressoou mais que o grito.
- É injusto!
Cada narina inchou bastante. No urro seguinte, só consegui prestar atenção nelas.
Mais um e senti que a garganta começava a rachar. Coisas ruins poderiam acontecer.
No que veio depois, meus lóbulos, sozinhos, escorregaram para fora dos ouvidos e ficaram pendurados como de costume, e eu senti uma dor. Mais um, e dor ainda mais aguda.
Os olhinhos meus dessa vez, dolorida, devem ter sido tão engraçados que desenrolaram nela uma risadona que foi mais forte do que qualquer grito e eu, apesar da dor, quis rir também.
- Desculpe, terei que rir...
- Tudo bem.
E então fomos embora, gargalhando.
PALMaS! bela intervenção, caramada
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