Enquanto escrevíamos, sentou na nossa mesa um russo putiniano: careca de cabeça raspada, muito forte, uns quarenta anos. Eu só entendi por alto o que ele falou (que ele tinha uma boa vodca e que queria tomar com alguém). Um cara que estava na mesa também, e que eu descobri nessa conversa que é da Bulgária, aceitou. O putinesco sentou na minha frente e eles brindaram. Aí logo começou a tirar sarro do fato estarmos escrevendo. Perguntou o que era que eu estava batucando (e fez uma imitação, acrescentando logo depois que - 'respect, respect', e, em russo, мне не нравится англискй язык, isso é, eu não gosto da língua inglesa). Perguntou se era um diário, pra quem era, pra que é que eu estava escrevendo. Perguntou pra Julia pra quem que ela escrevia. Ela respondeu, já um pouco irritada, que era para ela mesma. E o russo perguntou, "Pra quê? Você não consegue lembrar? Vai esquecer?" "Pra daqui a cinquenta anos, talvez", ela disse. "Hêh! Esclerose, é? Você já está pensando em esclerose? O povo russo não precisa disso. Nós lembramos de tudo, não precisamos escrever o que vemos. Nós só vivemos e vemos, isso aí não faz sentido. Nós vivemos com os olhos. Ou isso ou escrevemos poemas."
Então sendo assim, dedico a ele os seguintes versos:
Vim a Petersburgo
Sabendo que não era inverno
Mas calor assim não esperava
Baita forno, um inferno...
Suei montão. Mas!
o verão ao menos trouxe alguma recompensa:
Vi na fortaleza uma praia
Com muita cocota de saia
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aí sim, campeão!...
ResponderExcluirmas peralá! na foto
só tem bunda de gordão!!
Tem a bunda da cocota, também.
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