20090609

TODOS AMAM JENECI - cap. 1.1

Eu gosto de contar essa história, porque me lembra de todas as pessoas maravilhosas com quem eu já me envolvi. Tudo começou com aquele urro um tanto rouco que nós escutamos, lá mesmo em Manaus:
- Prenderam o Brandão!
Bem, isso já não era exatamente novidade para nós ali presentes, rsrs...de toda maneira, quando optamos levar a sério certas situações nas quais nos encontramos, alguns riscos estão obviamente envolvidos. Foi por isso que decidi permanecer por pelo menos mais um mês e meio na cidade. Hospedagem eu teria, sem problema, e com diferentes temas: se eu quisesse, casa de intelectual (Hatoum não me negaria um sofá...), ou bangalô flutuante (minhas reservas me permitiam), ou ainda um belo hotel (talvez pago pela Rede).

Pela companhia, continuei no hotel, no terceiro andar. Acho que quem gritou a "novidade" foi uma mulher que parecia estar só de passagem, por alguns dias. Ninguém deu muita atenção, como eu já disse, e todos continuaram comendo. Suzana apareceu horas mais tarde e disse que também tinha ouvido o rumor numa barraquinha do mercado, quando fora comprar lanchinhos pras atividades dos dias à frente. A Suzana é assim, não é uma pessoa que fica triste com muitas coisas...é sempre pra cima!! Mas senti que alguma coisa havia acontecido, e duvido que tivesse sido o rumor que se espalhava. Alguma coisa na barraquinha. Mas eu não gosto tanto de me envolver nesses assuntos, acho importante, acho interessante pra nossa relação, mas uma intimidade completa pode até atrapalhar o andamento das coisas.

Fiquei observando o andamento do humor de Suzana nos dias que vieram, sempre tentando parecer mais distante do que realmente estava. Alguma coisa continuava me intrigando. Foi quando me telefonaram do Rio, querendo saber dos progressos. Tudo corria bem, mas poderia estar melhor. Pedi autorização para contratar mais alguns assistentes que levantassem tudo a tempo. Tudo dentro dos conformes, claro, porque pedir mil novos funcionários não faz sentido numa estrutura como a nossa...mas o inesperado aconteceu: eles se negaram. Eu senti uma onda ruim vindo (como disse o Cedrico ano passado).

Na tarde desse dia, saí para caminhar pelos arredores com o Cauã, que parecia entediado também. Não havia muito o que ele fazer, no estágio em que estávamos. E ele é assim, se fica sem trabalhar, amarra a cara e não consegue se concentrar em muitas outras coisas...e foi nessa mesma tarde que nós dois descobrimos, escondido atrás dumas árvores, um verdadeiro templo para almas desoladas...como nós.

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