20090614

E lá vamos nós traduzir uma coisa tão facilmente apreensível em algo extremamente inóspito, ao menos se você não quiser acreditar que é apenas o texto

Eu (nós, enfim) cerquei o policial e disse:


—FORA PM DO CAMPUS!

Então estou-raram as primeiras bombas de efeito moralizante e eu peguei uma delas no ar e chorei muito antes de conseguir jogar de volta aos filhos da puta, mas foi perfeito e miraram a escopeta com as balas de borracha de efeito (não-)mor(t)al pra o meu peito e eu abaixei a cabeça e foi tudo, no fim das contas, no meu cocoruto e em mais um monte de lugar, até que chegaram mais perto e começaram a me cacetear os culhões e sei lá mais o quê, não importa muito, eu achei que ia apagar.

mas
ESTOU-ROU na minha cabeça o U N I V E R S O ou pelo menos a nossa G A L ´ A X I A e eu não tive dúvida eu experimentei aquilo que eu sabia que seria capaz de fazer e eu
E X P L O D I a CABEÇA de um DAQUELES só estalando os dedos e EU CONSEGUIA SABER EXATAMENTE O QUE FARIAM e FIZ COM QUE ELES SE ATACASSEM ENTRE SI E USASSEM OS ESCUDOS PARA DEGOLAR UNS AOS OUTROS SABE deus DE ONDE VINHA TANTA FORÇA e eu só precisava sentir e saber que era eu que fazia aquilo e então meus colegas todos (INCLUSIVE OS QUE LUTAVAM POR OUTRAS CAUSAS E os que estavam claramente jogando sujo e) VIERAM PRA CIMA e a m a s s a r a m aqueles bostas e então surgiram os tanques, mas era EU DENTRO DOS TANQUES e destruímos toda a UNIVERSIDADE de uma VEZ e agora sim somos AUTÔNOMOS, até porque agora o U N I V E R S O todo é meu.



e virtual.

14 comentários:

  1. Por parte de quem?










    Você está se saindo um péssimo crítico (no sentido que suas críticas sempre são negativas), Gabriel.

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  2. Eu não sei ser crítico, você sabe.

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  3. Mas faltou sutileza por parte da polícia, mesmo.

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  4. E da crítica - que não passa afinal de uma grande e nojenta polícia invisível nas nossas cabacinhas. (:

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  5. Uma fonte anônima me apontou que esse post (em especial o título, enfim) seria uma resposta ao comentário da Clementine no texto do excelentíssimo Guilherme Assis; a falta de sutileza estaria no título, portanto.

    Devo dizer que não, enfim, que eu havia lido os textos todos da Revolução Estudantil de 2009 aqui, mas que havia sido havia algum tempo e que o título só está dizendo que é uma tentativa de "tradução" de algo que pode muito bem ser visto com os olhos e entendido com as cabeças, e que a Literatura só está aqui para atrapalhar (é a ideia do post, enfim).

    Eu não tinha em mente nenhuma das nossas tentativas de escrever "sobre" isso, mas é uma "crítica" ao que nós todos fazemos e especialmente ao que eu fiz.

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  6. Ou seja: sim, é uma resposta, mas não se intencionava direta.

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  7. Falando nisso, eu acho difícil saber exatamente o que vocês pensam sobre a greve, porque, bem, vocês são USPianos, e na SanFran tudo se resume ao incômodo das listas de presença improvisadas.

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  8. tudo que eu penso sobre a greve está aí:

    Queria que a cabeça de todo mundo explodisse e que tanques atacassem a universidade e que passasse a ser tudo virtual, que nem naquele jogo de videogame do mmorpg, lá.

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  9. O problema é quando o Capitão Marvel ler Super-Homem e perceber que é possível rodear o planeta na velociudade da luz e aí voltaríamos no tempo e as coisas estariam em um nível tão apelão, que não suportaríamos a dor das quedas infinitas dos sorvetes e, portanto, mudaríamos o conceito de dor para a suportarmos. É uma questão de derretimento global, muito atual. Ele precisa de uma Super-Mulher, aliás, pois as coisas podem se complicar ao longo dos anos.

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