20140426

mentira branca



num espaço em branco se encontra uma mentira terrível
assim:

uma promessa incompleta que sugere – e até urge – pelo seu fim
perfeito

a expectativa do espaço vazio, no entanto, a expectativa de um vetor para
frente

a espera como se a espera não fosse apenas a falsa concretização da esperança
burra

um limite inesperado que está na própria superfície do branco, uma alvura ilimitada
contraditória

suposta neutralidade que tende para o azul, para o violeta, às vezes mesmo para o verde
horrível

o verde que sempre sugere mancha, abundância de sujeira viva, opaca, patética em si mesma
sempre

um traçado que só pode traçar-se o próprio, só pode diluir a brancura do que talvez esteja vindo
nada.

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