20100228
Every now and then
eu ouço a história de uma menina que viajou para Paris, gostou da cidade e não voltou mais. Quero dizer, nem para buscar mais roupas, para dar uns beijos de tchau, para cancelar matrículas ou coisa do tipo. Não voltou mais. Ou então a história de um cara que foi para o sertão sem lenço nem documento, indo de vilarejo para vilarejo até morrer de sede numa salina.
Tudo ficção, claro. Sempre, pra mim.
É que nem quando de bicicleta subindo alguma rua, me cansando por não ter marchas (nem freio, aliás), eu penso e se eu fosse mais pra lá, o que me impede, se eu pedalasse mais, mais, talvez pra Foz ou pro Uruguai, talvez pra sempre. As pessoas que chorariam já estariam longe, até eu mesmo quando chorasse já estaria longe, eu podia viver com, sei lá, uns reais, escrevendo e dormindo por aí e afinal, eu sou formado, sou crescido, podia bem me virar, acho, podia conhecer gente pra esquecer depois, freeridear algum trem (se houvesse!), subir de ônibus um penhasco na Bolívia só pra ver o vento e sentir as lágrimas gelando minha cara lá em cima e aí eu faria um poema mais lindo do mundo e o mandaria para um jornal sensacionalista castelhano onde ele seria tão ignorado quanto aqui.
Aí eu descanso em alguma esquina, tomo um coco se tiver sorte e volto pra casa, porque é tudo ficção.
Tudo ficção, claro. Sempre, pra mim.
É que nem quando de bicicleta subindo alguma rua, me cansando por não ter marchas (nem freio, aliás), eu penso e se eu fosse mais pra lá, o que me impede, se eu pedalasse mais, mais, talvez pra Foz ou pro Uruguai, talvez pra sempre. As pessoas que chorariam já estariam longe, até eu mesmo quando chorasse já estaria longe, eu podia viver com, sei lá, uns reais, escrevendo e dormindo por aí e afinal, eu sou formado, sou crescido, podia bem me virar, acho, podia conhecer gente pra esquecer depois, freeridear algum trem (se houvesse!), subir de ônibus um penhasco na Bolívia só pra ver o vento e sentir as lágrimas gelando minha cara lá em cima e aí eu faria um poema mais lindo do mundo e o mandaria para um jornal sensacionalista castelhano onde ele seria tão ignorado quanto aqui.
Aí eu descanso em alguma esquina, tomo um coco se tiver sorte e volto pra casa, porque é tudo ficção.
20100227
Godard é meu amigo
O problema não é o Godard.
O problema é o rabo cheiroso do Godard e os fungadores incessantes.
Mas, oras, livres são os narizes: a questão é que temos duas narinas e o bumbum do Godard parece às vezes magnetizar as duas (não que seja culpa do bumbum em si - é algo das narinas, que entre si acabam formando um pólo e atraem-se umas às outras).
Como é cheiroso o derrière world music, e o próprio Godard nos ensina isso!
(Mas melhor que se procure também aquilo que ele ainda não conhece! O melhor jeito de se conseguir um amigo é dar-lhe um presente surpreendente, assim meu amigo Henrique acredita.)
Sou eu mesmo um cheirador do Godard, como alguns dos meus amigos mais íntimos. Mas que beleza que é que tenhamos também uns aos outros e toda uma vasta carta para visitarmos de vez em quando. Não é de fazer tremer nas bases, aqueles que só gostam do bumbum da Seberg, Karina, Bardot, Goya, Fonda, Miéville?
(Se bem que estejam em boa companhia)
De todo modo, esperamos todos nós pelo Socialismo.
20100226
Humor branco
A guy is in an airplane and sees his friend Jack. He greets him and there's panic. Why?
He says "Hi Jack!".
Humor negro
"An experienced SeaWorld trainer was rubbing a killer whale from a poolside platform when the creature (...) dragged her underwater (...) A post mortem has revealed the 40-year-old married woman died from multiple trauma and drowning. (...) Ms Brancheau's older sister (...) said the trainer would not want the whale to be destroyed. (...) She said the family viewed her sister's death as an unfortunate accident, adding: 'It just hasn't sunk in yet'."
(http://e-edition.metro.co.uk/2010/02/26/index.html?p=25)
(http://e-edition.metro.co.uk/2010/02/26/index.html?p=25)
20100224
Viva, meu amigo
Nuno fez pum.
Na patota, pum é pedir tapa,
mas Pedro tampou a napa
e pediu "Para aí!".
Pacifista, esse Pedro.
Na patota, pum é pedir tapa,
mas Pedro tampou a napa
e pediu "Para aí!".
Pacifista, esse Pedro.
20100222
Reflexão-rocambole matinal
O que me interessou nesses três contos do Borges que eu li na vida foi essa alma de seminarista rebelado (meio como se o Scorsese fizesse ensaios cinematográficos). Os histriônicos, no fim das contas, talvez não sejam hereges, já que Deus toma João e Aureliano como, digamos, reflexos no Espelho. A trabalhar-se, esse espelho.
Vou tomar o Я e o R ('ya' e 'rr'), o primeiro sendo o mais simples "Eu" (em russo e, foneticamente, também um 'Sim', em alemão) e o segundo algo talvez ainda mais simples, um rosnado neolítico ou de um cachorro. Se alguém conhecer alguma partícula de alguma língua que seja constituída simplesmente por esse fonema ('rr'), gostaria de saber.
Podemos levarmos em conta que Я está presente em яблоко ('maçã'), a fruta da perdição. Com boa vontade, pode-se perceber que Яблоко é formada por Я [eu] + Ьлок [bloco] (о) [o 'o' final dando à palavra um caráter ao mesmo tempo neutro, de substantivo - sendo portanto a maçã, enquanto substantivo, a materialização do conceito - e adverbial, a modo de...]. A soma é fácil, e o resultado surpreendente: qual é a primeira conseqüência da mordida que Eva dá? A percepção de que ambos estão nus - passam a olhar para si próprios - e envergonham-se.
Não conheço as origens que levaram a formação das letras Я e R, mas seria decepcionante descobri-las apenas um acaso de convergência, como me ensinaram serem os golfinhos em relação aos demais peixes. Também não pensei muito sobre o "rosnado" ('rr'), ou até pensei, mas não me agradou a primeira ideia que vem à cabeça, por me parecer muito simplista e antropocêntrica: em oposição aos "Eus" (que se perceberam como 'Eus' após comerem do 'bloco de Eus', da 'matéria que contém todos os Eus'), os ainda selvagens a la 2001. Oras, mas será que os selvagens a la 2001 não se reconheciam como eles mesmos?
E há também a questão da ordem.
ЯR ou RЯ? Acho que a diferença é significativa demais para passar desapercebida.
Vou tomar o Я e o R ('ya' e 'rr'), o primeiro sendo o mais simples "Eu" (em russo e, foneticamente, também um 'Sim', em alemão) e o segundo algo talvez ainda mais simples, um rosnado neolítico ou de um cachorro. Se alguém conhecer alguma partícula de alguma língua que seja constituída simplesmente por esse fonema ('rr'), gostaria de saber.
Podemos levarmos em conta que Я está presente em яблоко ('maçã'), a fruta da perdição. Com boa vontade, pode-se perceber que Яблоко é formada por Я [eu] + Ьлок [bloco] (о) [o 'o' final dando à palavra um caráter ao mesmo tempo neutro, de substantivo - sendo portanto a maçã, enquanto substantivo, a materialização do conceito - e adverbial, a modo de...]. A soma é fácil, e o resultado surpreendente: qual é a primeira conseqüência da mordida que Eva dá? A percepção de que ambos estão nus - passam a olhar para si próprios - e envergonham-se.
Não conheço as origens que levaram a formação das letras Я e R, mas seria decepcionante descobri-las apenas um acaso de convergência, como me ensinaram serem os golfinhos em relação aos demais peixes. Também não pensei muito sobre o "rosnado" ('rr'), ou até pensei, mas não me agradou a primeira ideia que vem à cabeça, por me parecer muito simplista e antropocêntrica: em oposição aos "Eus" (que se perceberam como 'Eus' após comerem do 'bloco de Eus', da 'matéria que contém todos os Eus'), os ainda selvagens a la 2001. Oras, mas será que os selvagens a la 2001 não se reconheciam como eles mesmos?
E há também a questão da ordem.
ЯR ou RЯ? Acho que a diferença é significativa demais para passar desapercebida.
20100221
Spring
Era uma bela vista. Sempre quisera parar por ali, sentar e admirar a paisagem. Nunca, porém, tivera a oportunidade - nunca até aquele dia. "Esqueceu-se" de todos os compromissos, ignorou os toques de sua entediante companheira e correu para o mirante, a fim de satisfazer sua tão reprimida vontade. Debruçou-se no parapeito e pôs-se a contemplar a angulosa paisagem, suas irritações sumindo por trás do horizonte junto do sol. Num pulo, sentou-se onde antes seus braços estavam apoiados; o livre - balançar de suas pernas, assim como os olhos fechados, muito contribuía no sucesso de sua pequena escapada. Estava, finalmente, relaxado.
"Vamos, coragem."
Abriu os olhos e voltou-se para trás: um senhor examinava-o, interessado. Mantinha-se longe, mas aproximava-se, lenta e senoidicamente. Sem entender a intenção daquela pessoa (e sem querer entendê-la), o rapaz cerrou os olhos novamente e voltou a esquecer-se no pôr-do-sol; custara muito a conseguir aquela fuga para deixar-se perturbar tão facilmente.
"Você consegue."
Olhou para trás novamente: o senhor parara. Perto dele, porém, começavam a juntar-se algumas pessoas. O senhor demonstrava grande interesse pelo rapaz; as pessoas, naturalmente curiosas, assistiam à cena.
"Vai lá!"
As pessoas assistiam a cena. O interesse espalhara-se; todos queriam estimular o rapaz – a quê, ele não sabia. Perplexo com toda aquela situação, voltou a olhar a paisagem. Mas era impossível ignorar o que acontecia atrás dele. A multidão crescia e aproximava-se; mais e mais pessoas encorajavam-no a fazer aquilo que esperavam que ele fizesse.
"Não me decepcione!"
Decepcionar? Em quê‽ O que querem que eu faça? Isso começava a assustá-lo. O rapaz girou o corpo, a fim de descer do parapeito. As pessoas, já bem próximas, mostraram um quê de irritação.
"Não vamos deixar que você desista!"
Estavam interessadas demais no rapaz, no que ele faria ou deixaria de fazer. O que significava aquilo, afinal? Aprende-se desde pequeno que não se deve mostrar interesse por estranhos – deve-se cuspir, esbarrar e desprezar. E, claro, desculpar-se depois, sorrindo. Mas devo estar fazendo algo muito certo para merecer isso: motivavam-no, aplaudiam-no, admiravam-no, apaixonadas.
"Nada disso, meu filho."
Mesmo entre toda aquela gente, o senhor realmente se destacava: tinha no rapaz um interesse especial, que não conseguia se definir entre carinho e compaixão, mas que chegava a ser até inspirador; olhava para ele como se olha para um namorado, ou para um doente terminal.
"Filho, sabemos como você se sente, como você teve de abrir mão de tudo, deixar tudo para trás para vir até aqui. Sabemos que você estava desesperado, e que não tinha escolha. Compartilhamos seu sentimento, e, se não estamos com você, é por covardia e não sabedoria. Mas não é por esse motivo que vamos deixar que você desista de fazer o que está aqui para fazer. Tudo de que você precisa é uma pequena força."
Agora, isso sim era um alívio. Não sei o que eles querem, e eles compartilham meu sentimento! O rapaz resolveu que era melhor tentar voltar-se para o que restava de pôr-do-sol e recuperar sua pequena escapada. Mas era impossível: apesar de seus esforços para ignorá-lo, o quê solidificara-se, estabelecera-se, ganhara força. As pessoas estavam determinadas a encorajar o rapaz até o fim, até que ele fizesse o que elas estavam ali para vê-lo fazer. Ao ver que ele talvez não o fizesse, elas enraiveceram-se. O senhor estava particularmente desapontado – tinha grande esperança no rapaz.
O rapaz estava, sem qualquer brilho de dúvida, condenado: ou fazia de vez o que queriam que ele fizesse, ou fazia de vez o que queriam que ele fizesse. Mas era improvável que ele descobrisse o que queriam dele; logo, seria forçado a fazê-lo. E nada jamais apagaria de sua memória a expectativarrevoltadecepção estampada no rosto daquelas pessoas.
Insinuo-me então no mirante, por entre a multidão, chego mais perto que o senhor, que começara o que ali acontecia; empurro o rapaz pelas costas, dou a ele a força de que precisava, e o livro de sua vergonha.
Aplausos.
"Vamos, coragem."
Abriu os olhos e voltou-se para trás: um senhor examinava-o, interessado. Mantinha-se longe, mas aproximava-se, lenta e senoidicamente. Sem entender a intenção daquela pessoa (e sem querer entendê-la), o rapaz cerrou os olhos novamente e voltou a esquecer-se no pôr-do-sol; custara muito a conseguir aquela fuga para deixar-se perturbar tão facilmente.
"Você consegue."
Olhou para trás novamente: o senhor parara. Perto dele, porém, começavam a juntar-se algumas pessoas. O senhor demonstrava grande interesse pelo rapaz; as pessoas, naturalmente curiosas, assistiam à cena.
"Vai lá!"
As pessoas assistiam a cena. O interesse espalhara-se; todos queriam estimular o rapaz – a quê, ele não sabia. Perplexo com toda aquela situação, voltou a olhar a paisagem. Mas era impossível ignorar o que acontecia atrás dele. A multidão crescia e aproximava-se; mais e mais pessoas encorajavam-no a fazer aquilo que esperavam que ele fizesse.
"Não me decepcione!"
Decepcionar? Em quê‽ O que querem que eu faça? Isso começava a assustá-lo. O rapaz girou o corpo, a fim de descer do parapeito. As pessoas, já bem próximas, mostraram um quê de irritação.
"Não vamos deixar que você desista!"
Estavam interessadas demais no rapaz, no que ele faria ou deixaria de fazer. O que significava aquilo, afinal? Aprende-se desde pequeno que não se deve mostrar interesse por estranhos – deve-se cuspir, esbarrar e desprezar. E, claro, desculpar-se depois, sorrindo. Mas devo estar fazendo algo muito certo para merecer isso: motivavam-no, aplaudiam-no, admiravam-no, apaixonadas.
"Nada disso, meu filho."
Mesmo entre toda aquela gente, o senhor realmente se destacava: tinha no rapaz um interesse especial, que não conseguia se definir entre carinho e compaixão, mas que chegava a ser até inspirador; olhava para ele como se olha para um namorado, ou para um doente terminal.
"Filho, sabemos como você se sente, como você teve de abrir mão de tudo, deixar tudo para trás para vir até aqui. Sabemos que você estava desesperado, e que não tinha escolha. Compartilhamos seu sentimento, e, se não estamos com você, é por covardia e não sabedoria. Mas não é por esse motivo que vamos deixar que você desista de fazer o que está aqui para fazer. Tudo de que você precisa é uma pequena força."
Agora, isso sim era um alívio. Não sei o que eles querem, e eles compartilham meu sentimento! O rapaz resolveu que era melhor tentar voltar-se para o que restava de pôr-do-sol e recuperar sua pequena escapada. Mas era impossível: apesar de seus esforços para ignorá-lo, o quê solidificara-se, estabelecera-se, ganhara força. As pessoas estavam determinadas a encorajar o rapaz até o fim, até que ele fizesse o que elas estavam ali para vê-lo fazer. Ao ver que ele talvez não o fizesse, elas enraiveceram-se. O senhor estava particularmente desapontado – tinha grande esperança no rapaz.
O rapaz estava, sem qualquer brilho de dúvida, condenado: ou fazia de vez o que queriam que ele fizesse, ou fazia de vez o que queriam que ele fizesse. Mas era improvável que ele descobrisse o que queriam dele; logo, seria forçado a fazê-lo. E nada jamais apagaria de sua memória a expectativarrevoltadecepção estampada no rosto daquelas pessoas.
Insinuo-me então no mirante, por entre a multidão, chego mais perto que o senhor, que começara o que ali acontecia; empurro o rapaz pelas costas, dou a ele a força de que precisava, e o livro de sua vergonha.
Aplausos.
20100220
am.pm
Ibrahim, homem muito sério e de muitos pudores, veste trajes brancos e caminha pela travessa são luís às sete horas da manhã;
junho: pego meu carro e disparo pela luís beltrão.
Ibrahim vira à direita e colhe uma flor do chão, sinto meu saco pesado dentro da calça e decido que é hora de me aliviar no posto de gaso-lina.
Ibrahim olha e cheira, no meu retrovisor eu vejo um Zapatista mascando um chiclé tuttifrutti e decido atropelar, só que de marcha ré é foda.
Ibrahim pensa na sua istambul querida que não volta mais, entra num bazar e compra três pares de calças.
Eu continuo enfiando palitos de dente na minha gengiva, às vezes enquanto me masturbo/am.
20100219
20100214
Sua luta é inglória.
Há algum tempo não via filmes, filmes-filmes, e chega uma hora que é preciso, pois já começam a te ignorar nas mesas de bar. Uma questão de atualidades. Acho que esse Bastardos inglórios é uma pérola, aquele diamante entre os diamantes. O afloramento do que estava enrustido em décadas de imagens-ação. Porém, é gostoso e decepcionante ver o recheio das coisas. Por um lado é, oras, o recheio, o creme do creme. Por outro é, oras, o recheio, apenas um creme.
Se ao mesmo tempo é um doce presenciar um cineasta filmando com prazer e competência, é também uma desgraça assistir um filme terápico que prega aquela bobagem da magia do cinema, da fábrica de sonhos. Sabemos que lá já fizeram de tudo, então não é necessário remediar a história com catarse, tentar arrepiar os pelos do cú através de uma terapia que se dá pela vingança. E pior, pela vingança da fábula. Instrumento de redenção que só serve se for infinita em suas continuações-ções-ções-ções..., porque no fundo os terapeutas se resumem a uma frase bem simples - o que passou, passou.
Leni Riefenstahl morreu com 101 anos. As ditaduras duram, mas nunca são plenas como aquele manto musical que se estende pela nossa humanidade, sendo apenas post-sticks de geladeira, daqueles que a gente precisa escrever pra lembrar de pôr o lixo pra fora.
Se ao mesmo tempo é um doce presenciar um cineasta filmando com prazer e competência, é também uma desgraça assistir um filme terápico que prega aquela bobagem da magia do cinema, da fábrica de sonhos. Sabemos que lá já fizeram de tudo, então não é necessário remediar a história com catarse, tentar arrepiar os pelos do cú através de uma terapia que se dá pela vingança. E pior, pela vingança da fábula. Instrumento de redenção que só serve se for infinita em suas continuações-ções-ções-ções..., porque no fundo os terapeutas se resumem a uma frase bem simples - o que passou, passou.
Leni Riefenstahl morreu com 101 anos. As ditaduras duram, mas nunca são plenas como aquele manto musical que se estende pela nossa humanidade, sendo apenas post-sticks de geladeira, daqueles que a gente precisa escrever pra lembrar de pôr o lixo pra fora.
Mas sempre e sempre
um suco latente,
um sub-oceano,
super-supra-sumo
...
um suco latente,
um sub-oceano,
super-supra-sumo
...
isto é:
creme,
lixo,
post-stick,
rafaelnantes,
terapia
20100213
20100212
20100211
no ano passado eu era prosa
na infância era sonetos,
mas não direi que hoje sou poesia,
sou um haikai
ditador com cheiro de cocô.
na infância era sonetos,
mas não direi que hoje sou poesia,
sou um haikai
ditador com cheiro de cocô.
isto é:
mudanças bruscas,
rafaelnantes,
rupturas alimentares
20100208
parece até que falam do nosso "Ditador"
Conheço todos os combos
convoco todos os tontos
sufoco todos os tombos
provoco, tudo corrompo.
Controlo somente com chumbo
corôo somente com pó
eu, macaco metido,
não conheço outros modos.
Rompo todo protocolo
componho um joropo pouco ortodoxo
convoco todos os tontos
sufoco todos os tombos
provoco, tudo corrompo.
Controlo somente com chumbo
corôo somente com pó
eu, macaco metido,
não conheço outros modos.
Rompo todo protocolo
componho um joropo pouco ortodoxo
roubo ouro como Colombo
não choro, só gozo com o horror.
20100207
Golpe de Estado FAIL
Aí ô do sorriso bonito, o endereço dessa joça agora é http://DITADURA!!!doscabacos.blogspot.com/.
p.s.: :D
Aí ô do queixo, o endereço dessa joça ainda é http://republicadoscabacos.blogspot.com/.
Então o fail continua.
20100204
7 de fevereiro de 2010, Cárcere do arquipélago
Honeypie,
Talvez exista alguma explicação nos astros. Voltei há 3 dias naquele bote roxo (que Gigi adorava), pois a vela apagou, afundou sem motivos, sem furos no casco - ainda pesquiso as possíveis causas, científicas talvez, aqui há um cientista. Ou ao menos um bom mentiroso.
Mas que saudades de você! Passando por este amontoado de dúvidas, esse arquipélago se vê agora refém, não há mais o que os nativos chamavam de "repvblicá", não consigo nem mesmo pronunciar, porém, ao que parece eles prezavam muito este estágio de vida. Reconheço os rebeldes olhando-os nos olhos, existem grupos clandestinos, um deles se chama "Clã Destino" e eles possuem tatuagens de equações matemáticas. Havia mercados livres amarrados nos bambus e sobre as folhagens, uma beleza - como sonhei com você nestes três dias... pendurada em uma rede... comendo trutas com garfos de pedra...
Sonhos, esses sonhos parecem mais frequentes, desde o cárcere, como se eu sempre estivesse correndo das restrições impostas por esta nova ordem, me pergunto agora se estou preso realmente pelas grades que me cercam, ou pelo medo de te rever com todas estas cicatrizes...
Não posso pedir para que me espere, pois não sei o que esperar. Não sei mais a que ponto os nativos chegarão. Kim Duk, o chinês da cela ao lado comeu o braço de um dos guardas e pagou por isso com a vida. Não sei mais o que fazer, por isso envio este post a você, honeypienny, através do laptop secreto de um dos rapazes, John Hurt, que está bastante machucado, mas seu wireless se mantém firme.
Amor, buscarei maneiras de sobreviver, e quando sobreviver, me vingarei dos golpistas desta bela terra, ainda que perto demais do inferno.
Talvez exista alguma explicação nos astros. Voltei há 3 dias naquele bote roxo (que Gigi adorava), pois a vela apagou, afundou sem motivos, sem furos no casco - ainda pesquiso as possíveis causas, científicas talvez, aqui há um cientista. Ou ao menos um bom mentiroso.
Mas que saudades de você! Passando por este amontoado de dúvidas, esse arquipélago se vê agora refém, não há mais o que os nativos chamavam de "repvblicá", não consigo nem mesmo pronunciar, porém, ao que parece eles prezavam muito este estágio de vida. Reconheço os rebeldes olhando-os nos olhos, existem grupos clandestinos, um deles se chama "Clã Destino" e eles possuem tatuagens de equações matemáticas. Havia mercados livres amarrados nos bambus e sobre as folhagens, uma beleza - como sonhei com você nestes três dias... pendurada em uma rede... comendo trutas com garfos de pedra...
Sonhos, esses sonhos parecem mais frequentes, desde o cárcere, como se eu sempre estivesse correndo das restrições impostas por esta nova ordem, me pergunto agora se estou preso realmente pelas grades que me cercam, ou pelo medo de te rever com todas estas cicatrizes...
Não posso pedir para que me espere, pois não sei o que esperar. Não sei mais a que ponto os nativos chegarão. Kim Duk, o chinês da cela ao lado comeu o braço de um dos guardas e pagou por isso com a vida. Não sei mais o que fazer, por isso envio este post a você, honeypienny, através do laptop secreto de um dos rapazes, John Hurt, que está bastante machucado, mas seu wireless se mantém firme.
Amor, buscarei maneiras de sobreviver, e quando sobreviver, me vingarei dos golpistas desta bela terra, ainda que perto demais do inferno.
K.J.
20100203
Indiferença Perigosa
Acabou a república, pois é?
E me diga qual será a diferença nessa ditadura, se antes nós todos éramos submetidos a esse poder centralizado que mudou a cara do reduto quando quis e ELE MESMO faz ameaças infundadas.
Um tapa olho na cocota?
Exijo ações!
RESPOSTA:
A DIFERENÇA É QUE AGORA NÃO HÁ LIMITES.
E me diga qual será a diferença nessa ditadura, se antes nós todos éramos submetidos a esse poder centralizado que mudou a cara do reduto quando quis e ELE MESMO faz ameaças infundadas.
Um tapa olho na cocota?
Exijo ações!
RESPOSTA:
A DIFERENÇA É QUE AGORA NÃO HÁ LIMITES.
isto é:
direitos do autor,
ditadura,
não é blefe,
República,
Swordfishtrombone
20100202
ACABOU A REPÚBLICA!
Não digam que eu não avisei (até semana que vem)
isto é:
cocota,
futuro da nação,
godard,
golpe de estado,
ricardo miyada
ACABOU A REPÚBLICA DE VEZ, AGORA!
ESTE É O ÚLTIMO POSTE DA REPÚBLICA DOS CABAÇOS!
isto é:
américa latina,
amor,
é tudo verdade,
ricardo miyada
ACABOU A REPÚBLICA
e começou a ditadura do queixo.
UÍ UÍL ISTENDI ENDI FAÍTE!!!!!!
tiop, 4vah
hahahaha lol
UÍ UÍL ISTENDI ENDI FAÍTE!!!!!!
tiop, 4vah
hahahaha lol
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