20081230

No Topo do Mundo

"Crying out loud in the rain...", ele cantava, e o mundo à sua volta era um turbilhão de emoções e sentimentos todos puros, como uma chuva no campo e

não era bem isso

são três dias, três noites, tantas vontades e tantas verdades, verdades demais; bêbado de auto-piedade. Tanto desejo, tanta saudade; e essa dor, essa dor era o quê? Era egoísmo; quem deseja que um suicida tivesse vivido só pode ser egoísta.

é mais ou menos assim

com sono, com fome, com frio; mas é tudo ficção, é outra dança, outro planeta - não é desse mundo esse sono que não abate, essa fome que não dói, esse frio que não pinica; é de um mundo mais cruel em sua insensibilidade, sem espaço pra alguém assim, que sonha, que vive pra si mesmo e pros outros, e "oh my how beautiful is the moon tonight, let's us dance together under her bright"--

Que lindo mundo daqui de cima.

A queda a queda a queda de impérios de pessoas de capital financeiro na bolsa de valores dos estados unidos da América, tão longe daqui e de mim e de você, diz ele pra qualquer um que esteja ouvindo agora, quanto Marte ou Vênus, a queda é só o prelúdio da subida, e ele alça vôo

É, é isso mesmo, é exatamente por aí

E o mundo fica lindo, num turbilhão de cores vivas e celestes, na vigorosa emoção do topo do mundo.

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