20120107

poema para falar a verdade

as minhas palavras
não dizem
o que eu digo
elas dizem o que elas dizem
e eu apenas silêncio.

a minha voz não é abraços
não é beijos
não é amor
minha voz é só.

não sei mais entender
nem pensar
quero apenas um outro
qualquer
agora.

na rua do lado tem um castelo
- bonito e medieval e fantástico -
dentro dele tem uma pista de dança
- dinâmica e estroboscópica e venal -
nela tem uma moça
que nunca vai me perdoar
- e eu não sei a categoria do meu pecado.

juro ser bom
juro ser puro
juro ser santo
mas meu vício é pensar
em labirintos
e em torres
e então não sei mais.

tento sussurrar amor
meus punhos tateiam paz
sonho futuros
de hortelã
bêbado em uma poça de nada.

e então vomito idiotices sobre minhas intenções mal realizadas
buscando uma redenção dos covardes preguiçosos
e finjo dormir bem
porque senão
senão.

eu durmo na cruz porque a cama está longe.

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