20110913

jornada de júlio, saída e infiltração

no momento em que esqueci quem era janaína
abri um cofre do qual tirei meus vinte seis mil, trezentos e sessenta e seis [reais remanescentes
e abandonei uma casa razoavelmente bem conservada pela qual nutro [sentimentos apenas neutros.

poderia ser carteiro, policial, agente de saúde, corretor de ações, motorista, [carpideiro, venenoso, juiz, terrorista, bailarino, mestre de obras, bondoso, relojoeiro, estivador
mas decidi dissolver.

infiltra-se nas rachaduras das calçadas
um tipo diferente de chuva
feita de plástico translúcido e neurônios
feita de raízes e réguas
feita de cabelo e pão.
desce grave até o núcleo
e se torna um ardil.

só os planos revelam
o futuro roubado.
nós roubados nós ausentes
nós impossíveis.

flutuo lamacento pelos vãos das portas de aço
as câmaras de decisão. as câmeras de silício.
os olhos sem olhos sem olhos.

me disseram: "só um homem sem amor poderá detonar o aparato".

acordar de um sonho em uma cela.
nossa ausência árvores que brotam do vão.
o novo nome dado a um homem novo.

lago feio
refúgio não
o golpe bem sucedido subtrai também o passado possível
minhas mãos sem marcas me acariciam/torturam

um jogo sem resultados
nem fim.

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