20090126

U M F I C Ç Ã O PARTE II

Ele está ajoelhado aos pés dela e tremula tanto que tintira.

Você não entende, não é? Mas eu entendo você e sei que você é a redentora e a pecadora e que se sacrifica não só por mim como também por ti [aqui, o personagem confunde os pronomes de tratamento e alterna a segunda e a terceira pessoa], e que se és puta é só porque é a forma de melhor aliviar os homens e afligir-se própria, e eu também carrego minha dupla penitência-salvação; eu me achava extraordinário, mas, não obstante, o que me afoga mesmo sou eu na minha simplicidade medíocre, no meu viver burguês ou na minha machadinha, porque não há nada de extraordinário em matar uma velhota que poderia muito bem morrer por si mesma, isto é, falecer... Não é, não é? E tu ainda é muito mais digna, porque mal se aguenta de pé e continua digna, continua como pode, não é?

7 comentários:

  1. Esse eu admito que demorei para pegar quem era.

    ResponderExcluir
  2. Se vocês acham que é uma espécie de charada, estão enganados.

    ResponderExcluir
  3. Parece mais um exercício.

    Mas deve significar algo o fato de que um garoto de óculos me remete imediatamente ao Harry enquanto, diante de questionamentos e incongruências, eu dependo de uma machadinha...

    ResponderExcluir
  4. Tudo o que se lê é uma espécie de charada.
    Esse, não mais que os outros - não se preocupe com enganos.

    ResponderExcluir
  5. Não me preocupo com os enganos, só estou avisando que é impossível "pegar" o texto na primeira linha.

    ResponderExcluir