jovem e sem barba: testemunha de um tempo muito antigo.
20110530
20110529
hum hinstante:
o desejo de sorver-te
os prédios brilhantes
20110527
três tempos:
que sexo era tudo que não era sexo
e que amor não era nada que diziam
20110525
radiografados
destranco portas
por onde passem presenças
indefinidas
almejam um estar
destranco um primeiro armário
o abro ou rompo
e há lá um feto num pote
é seu aniversario, lhe dizem
e ele permanece calado
às vezes, um farol lá da rua esquadrinha-lhe as formas pálidas, esquálidas. quase sem vida.
o feto, porém, se mexe e olha pra mim. mas não respira bem.
distante e opaco engalfinhando horas parcas, irresolutas.
por quanto vale romper um constante prever em troca do descaramento absoluto, conectivos abissais com um mundo já velho mundo?
não respondo nada
pois há algo de mínimo e bonito naquela presença.
para que: distorcer-se em formas múltiplas?
quilos e quilos de pesos, solavancos, passadas descontinuas que retornam?
Nada diz. Emite sons desencontrados, limítrofes, assobios constantes, de tons que um eu meu decodificicador decodifica.
Noutra porta há uma mulher. ou a imagem de uma mulher de cabelo vermelho grená. linda, multiplica-se por outras portas e janelas, capas de revistas, jornais, sites, jogos de espelhos. conexões já infiltradas nascidas do esgoto. esgotamento de uma lógica crescente, científica.
um cientista louco a radiografa constantemente, cataloga sua vida numa pequena máquina. qual deusa em desejos ancestrais, retrata-se de forma perfeita, egípcia.
mas as seguidas radiografias a deformam. seus olhos agora esbugalhados e escamas crescendo em suas costas. não há desejo de sair pro mundo. integra-se a conjunção contínua. logo um líquido que brota de suas mãos e elas mesmo líquido escorrendo, uma tinta viscosa que esparrama pelas frestas do submundo hostil. acachaparam-na num perfil, um pôster esquecido no fundo do armário, lá onde a luz não chega.
o cientista me olha sem entender: o que vale, em nome do progresso? uma radiografia me atravessa, mas não há sequer alma ali. são marcas de um mundo invisível, mas físico. ossos que crescem em progressão geométrica enquanto ensejamos desejos. - e a alma, além? ele chora e não lamento. funde-se num caminho equilátero, a razão ao o oprimir.
libertar-me-ei daquele asilo de loucos
por onde tudo passa
e onde a luz do dia não é contraponto a nada
constitui apenas
os olhares que dirigem a mim, no mundo
já de saída, outro assobio me lembra outra memória
aquela constituída apenas por sensações.
aquela cor, aquela cor não significa nada,
agradeço ao caos, e vou dormir em paz.
20110523
todas as minhas cores
20110520
Afterparty
My Pet Snakes
20110519
20110518
Motivos para escrever
20110517
pequena jóia: da croácia, pelo google, pra você
20110516
A brincadeira mais comprida do mundo
- Arroz!
clap clap clap
- Macarrão!
clap clap clap
- Barata!
clap clap clap
- Escorpião!
clap clap clap
- Cachorro!
clap clap clap
...
20110515
20110513
ensaio para festa
20110512
Este post é bom, por isso terá cinco estrelas.
Ou melhor, as cinco estrelas postam o post que é bom.
20110510
Bem te vi
20110509
20110508
exercícios respiratórios.
só um pouco
só 15 minutos da sua atenção
procure e ache um ponto escuro atrás de sua orelha
(feche os olhos e procure bem, ali está)
isto é
balance seus pés e perceba no ar o frescor de não respirar
sensibilidade
sensibilidade sem castração
cante os versos mais importantes
(não busque ar em seus pulmões, projete o volume do ambiente)
isto é
sinta-se um pouco em casa
apertadíssim(a)
o chão, a cadeira, o sofá
Inspire.
Ah-Um
20110507
Naquelas conversas sentimentais, Joana dizia com detalhes literários o sonho que teve na madrugada (pois sabia que havia sido na madrugada, pois acordou assim que o fusca azul passara por ela ou com ela, não sabia bem). Depois de tantos detalhes ditos com a doçura de sempre (que fazia Guilherme imaginar se era um resquício de sua infância), Joana curiosa olhou para ele durante uma pausa que parecia ser o fim de seu sonho (mas que era apenas uma lufada de ar na memória), dando tempo para Guilherme dizer:
- Nossa, eu não sonho faz 11 meses.
Soou como um caixão sendo lacrado, uma doença surgiu no ar, como quando uma criança se depara com outra que não quer brincar - mas por quê? Retomado o fôlego, Joana logo se pôs a falar da segunda parte de seu sonho, pois dizia que os sonhos eram feitos de partes, e agora falava da parte do sonho da manhã. Guilherme pensou que podia estar doente, mas logo esqueceu quando quis beijar Joana.
.
Lembrou-se do dia em que pedira para Gabriela não trocar de lugar.
- Fica aqui mesmo, você é muito bonita daqui.
Daqui... daqui, ficou pensando Gabriela como se fosse insultada e não tivesse habilidade suficiente para revidar. Sentiu por semanas uma sensação absurda que revelaria mais tarde em uma briga absurda, como costumam ser as brigas dignas de casais. Ficara com ciúmes deste seu lado belo, desta sua metade do corpo que era mais bonita que a outra. O que haveria de errado com sua outra metade?, pensava constantemente quando andava e sentava e girava e gozava e cozinhava.
20110506
Sobre Ser um Ser Cultural
20110505
yet another one
more than three
less than three hundred)
thus i could be called a poet
though a bad one)
from one person comes lots of poems
from one yet another one
just to hear they saying
that it sucks to be me
de quando encontram-se chicletes em casacos muito velhos
mais ou menos pontual;
nessa época Sultão ganhava um volume
considerável: pelagem típica.
parecia gordo, mas não passava de casaco
e quando se sentava
tomava a forma de um alaúde.