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Se apresentaram ao balcão como João, Jéssica e Jaime. O balconista percebera sem muito esforço a pilha de jotas que soava e o arrancava da fixação na tinta de impressora em seus dedos. Mas não percebera que, no fundo no fundo, o importante mesmo era o assalto.
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20120531
20120530
Quando eu era pequeno
Eu queria ser modelo
Mas acabei modelado
Pelos clichês
Da arte
De denúncia
Metalinguística
Autocrítica
Irônica
Espertinha
Vazia
Terminada em uma bela chave de ouro
Mas acabei modelado
Pelos clichês
Da arte
De denúncia
Metalinguística
Autocrítica
Irônica
Espertinha
Vazia
Terminada em uma bela chave de ouro
isto é:
denúncia,
pinto,
ricardo miyada,
ruim,
ruim pra cacete
20120529
20120528
Pinguim, 2
Um problema que eu tenho quando ando de ônibus é escolher o lugar para sentar quando não há mais nenhum banco inteiro livre (isto é: sem ninguém nos dois lugares), mas muitos bancos com um dos assentos livre, de forma que eu preciso escolher uma das pessoas do ônibus e agraciá-la com minhas companhia, levantando todo tipo de perguntas quanto a por que eu teria sentado justamente ali e não ao lado de qualquer outra pessoa. Para minimizar esse tipo de situação, um método que eu costumo adotar é o de ir diretamente a um banco qualquer e me sentar o mais rápido possível dando um ar casual à escolha. Então, quando eu parei hoje antes da catraca, à cata do meu bilhete único, e vi que todos, isso mesmo, todos os bancos estavam ocupados por apenas uma pessoa, já comecei a por em prática meu plano. De canto de olho, enquanto passava o cartão no leitor, identifiquei que logo o primeiro banco possuía vaga. Vários pensamentos se me passaram pela cabeça:
"O primeiro assento é preferencial. Mas o ônibus está semivazio. Se chegar alguém, eu levanto. Se não sentar no primeiro assento, vai parecer que fiquei escolhendo. Tem que ser o primeiro assento. Mas ele é preferencial. Mas não tem ninguém de pé. Se chegar, eu levanto."
Nisso, já ia me sentando, rápido como um bólido, sem nem olhar para o que fazia. Apenas me atirei ao lado da menina do primeiro banco e foi então que eu notei que havia alguma coisa errada.
O que havia de errado é que aquele era um assento preferencial, estúpido. A menina não estava lá por desfeita, mas porque era usuária preferencial. Ela era obesa e ocupava três quartos do banco. E eu pulei lá sem ver direito e me sentei no quarto restante e fiquei comprimido contra o braço da cadeira, com uma banda se pendurando vacilante para fora do acolchoado e sem poder respirar muito profundamente.
Aí eu tinha um dilema: levantar agora seria pior do que ter escolhido o assento antes. Seria um ato deliberado de discriminação, algo como dizer: "eew, não quero sentar do seu lado porque você é gorda".
Por outro lado, ficar lá gerava um incômodo óbvio para nós dois e absolutamente ridículo, já que havia pelo menos dez outros assentos livres ônibus afora. Era óbvio que o que a moça mais queria era que eu saísse dali e fosse sentar em outro lugar, mas ela nunca diria isso, e era óbvio que eu também não via a hora de pular dali, mas também não o faria.
Estava trânsito. Eu joguei a cabeça pra trás, tentei dormir. Não conseguindo, fingi que dormia. Estava ridículo. Tentei ler, mas era difícil, porque eu estava torto e tinha que ficar me segurando com as pernas. Tentei olhar pela janela casualmente, mas isso era ainda pior, porque aí eu tinha que semi olhar pra ela e encarar a realidade: eu sou um escroto.
Aguentei aquilo por um bom tempo. Saímos da USP congestionada, paramos em alguns faróis e eu ali: roubando espaço da coitada, como um marginal que não apenas ignora a plaquinha que indica o assento reservado, mas também o faz sem nenhum propósito, já que abundavam os lugares onde abundar-se. Pegamos a Vital e algumas pessoas já me olhavam de soslaio.
Eu tinha que fazer alguma coisa. A cada minuto, mais ridícula a coisa ficava, e mais injustificável seria eu simplesmente levantar e sentar em outro lugar. De repente, fiz a única coisa que me restava: fingi surpresa, bati na testa e disse: "Eitaporra!"
Levantei correndo e, sem olhar para trás, saí do ônibus a dez quilômetros do meu ponto.
"O primeiro assento é preferencial. Mas o ônibus está semivazio. Se chegar alguém, eu levanto. Se não sentar no primeiro assento, vai parecer que fiquei escolhendo. Tem que ser o primeiro assento. Mas ele é preferencial. Mas não tem ninguém de pé. Se chegar, eu levanto."
Nisso, já ia me sentando, rápido como um bólido, sem nem olhar para o que fazia. Apenas me atirei ao lado da menina do primeiro banco e foi então que eu notei que havia alguma coisa errada.
O que havia de errado é que aquele era um assento preferencial, estúpido. A menina não estava lá por desfeita, mas porque era usuária preferencial. Ela era obesa e ocupava três quartos do banco. E eu pulei lá sem ver direito e me sentei no quarto restante e fiquei comprimido contra o braço da cadeira, com uma banda se pendurando vacilante para fora do acolchoado e sem poder respirar muito profundamente.
Aí eu tinha um dilema: levantar agora seria pior do que ter escolhido o assento antes. Seria um ato deliberado de discriminação, algo como dizer: "eew, não quero sentar do seu lado porque você é gorda".
Por outro lado, ficar lá gerava um incômodo óbvio para nós dois e absolutamente ridículo, já que havia pelo menos dez outros assentos livres ônibus afora. Era óbvio que o que a moça mais queria era que eu saísse dali e fosse sentar em outro lugar, mas ela nunca diria isso, e era óbvio que eu também não via a hora de pular dali, mas também não o faria.
Estava trânsito. Eu joguei a cabeça pra trás, tentei dormir. Não conseguindo, fingi que dormia. Estava ridículo. Tentei ler, mas era difícil, porque eu estava torto e tinha que ficar me segurando com as pernas. Tentei olhar pela janela casualmente, mas isso era ainda pior, porque aí eu tinha que semi olhar pra ela e encarar a realidade: eu sou um escroto.
Aguentei aquilo por um bom tempo. Saímos da USP congestionada, paramos em alguns faróis e eu ali: roubando espaço da coitada, como um marginal que não apenas ignora a plaquinha que indica o assento reservado, mas também o faz sem nenhum propósito, já que abundavam os lugares onde abundar-se. Pegamos a Vital e algumas pessoas já me olhavam de soslaio.
Eu tinha que fazer alguma coisa. A cada minuto, mais ridícula a coisa ficava, e mais injustificável seria eu simplesmente levantar e sentar em outro lugar. De repente, fiz a única coisa que me restava: fingi surpresa, bati na testa e disse: "Eitaporra!"
Levantei correndo e, sem olhar para trás, saí do ônibus a dez quilômetros do meu ponto.
20120524
Diário de uma sniper, III
isto é:
barsut,
gato,
gatos,
gif,
querido diário,
sniper,
Swordfishtrombone
20120523
20120522
Caros Cabaços,
na madrugada última, fui imbuído da missão de produzir uma vinheta para nossa bem-amada República.
Talvez um privilégio, talvez uma maldição - fato é que procurei juntar, em 20 segundos, tudo que eu acredito ser importante no nosso querido cantinho anarco'r-de-rosa. Assim que o arquivo descomunalmente grande estiver disponível na interweb, podem ter certeza de que o colocarei aqui.
Já adianto: caso o fruto de tal empreitada não lhes aprouver, camaradas queridos, recebam meu mais sincero malaê. E sintam-se à vontade, também, para produzirem vocês mesmos outras formas de representação audiovisual de tudo que mais importa em nossas vidas!
Talvez um privilégio, talvez uma maldição - fato é que procurei juntar, em 20 segundos, tudo que eu acredito ser importante no nosso querido cantinho anarco'r-de-rosa. Assim que o arquivo descomunalmente grande estiver disponível na interweb, podem ter certeza de que o colocarei aqui.
Já adianto: caso o fruto de tal empreitada não lhes aprouver, camaradas queridos, recebam meu mais sincero malaê. E sintam-se à vontade, também, para produzirem vocês mesmos outras formas de representação audiovisual de tudo que mais importa em nossas vidas!
Liberdade & Saúde,
ALEXANDRE
ALEXANDRE
isto é:
anúncio,
cabacismo,
carta aberta,
H.Chiurciu,
VINHETA DA REPÚBLICA
20120521
20120511
Uma imagem.
Você se move como uma lagarta em minha cama, seus músculos glúteos contraem-se num vai-e-vem; sua barriga se enrijece, se tensifica… o beijo em nossas bocas se distribui pelo corpo inteiro, suas pernas se movem, suas coxas se roçam e sei que agora você já está molhada, quase pingando — mesmo —, que minha mão encontrará todo seu calor. Você estará pronta para mim.
20120510
No dia 17 de outubro de 2000 aconteceu um grande acidente que testemunhei horrorizado:
nosso filho de 7 anos encostou as duas mãos na tela com a mão espalmada. Nesse momento o tubo da TV "implodiu" fazendo um grande estrondo ouvido até pelos vizinhos.
Infelizmente meu filho literalmente "caiu" dentro do tubo da TV sofrendo injúrias múltiplas (cortes). Se fossem apenas os cortes até que estaria bom. Acontece que em volta do tubo há uma grande bobina com enrolamentos cuja voltagem supera os mil Volts e o garoto teve o infortúnio de encostar umas das mãos nesta bobina.
Infelizmente meu filho literalmente "caiu" dentro do tubo da TV sofrendo injúrias múltiplas (cortes). Se fossem apenas os cortes até que estaria bom. Acontece que em volta do tubo há uma grande bobina com enrolamentos cuja voltagem supera os mil Volts e o garoto teve o infortúnio de encostar umas das mãos nesta bobina.
20120507
espremendo meus limões, chego à conclusão de que:
o Homem trabalha na oficina de tevês (terebijon shoppu!!) e passa todas as tardes ajustando tubos e níveis de vácuo e polindo cristais catódicos.
um dia ele vê (ou sonha, sempre) com o dono da loja enforcado com uma corda de balalaika.
no fundo, no fundo, ele tem medo é da máfia russa [that's what SHE said]
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um dia ele vê (ou sonha, sempre) com o dono da loja enforcado com uma corda de balalaika.
no fundo, no fundo, ele tem medo é da máfia russa [that's what SHE said]
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20120506
20120505
Rascunhos em busca de um novo projeto (ou: o que fazer em 2013?)
Um homem cruza com uma mulher na rua.
Ela o encara por um breve momento e ele vê algo nos olhos dela.
'Talvez ela queira algo comigo'.
Ele pesquisa algo muito sério e talvez perigoso.
A imprensa o persegue. (Ele acha que a imprensa o persegue).
Eles se reencontram mais uma vez, na mesma rua. O olhar se repete.
Os encontros se tornam mais frequentes. Ele busca os encontros e tenta prevê-los.
Finalmente, ela o surpreende por trás e o encurrala.
"O que você quer?"
Ela tem algum tipo de missão importante e perigosa [talvez sobrenatural]. Ele se dispõe a ajudá-la.
* continua *
Ela o encara por um breve momento e ele vê algo nos olhos dela.
'Talvez ela queira algo comigo'.
Ele pesquisa algo muito sério e talvez perigoso.
A imprensa o persegue. (Ele acha que a imprensa o persegue).
Eles se reencontram mais uma vez, na mesma rua. O olhar se repete.
Os encontros se tornam mais frequentes. Ele busca os encontros e tenta prevê-los.
Finalmente, ela o surpreende por trás e o encurrala.
"O que você quer?"
Ela tem algum tipo de missão importante e perigosa [talvez sobrenatural]. Ele se dispõe a ajudá-la.
* continua *
isto é:
2013,
argumento,
brainstorm,
H.Chiurciu,
projeto,
rascunhos,
ricardo miyada
20120504
20120503
20120502
20120501
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