20110131

4 - A errada

Duas pessoas, entre tantas, se encontram, se conhecem, se testam. Pode dar certo. No mais das vezes, não dá. Há dispêndios financeiros e emocionais essenciais ao processo e o resultado costuma envolver rancores e pequenas doses de sofrimento que, parecendo infinitos em um primeiro instante, tendem a se diluir com o tempo, extinguindo-se total ou parcialmente quando encontram-se, novamente, duas pessoas, entre tantas.

3 - Dela


— Ah, ele era bonitinho, até, e super simpático, também, uma gracinha, mesmo, mas não tem jeito, eu não consigo não gostar do Tomás, apesar de tudo.

2 - Dele


Meses, flores, jantares. Cifras. Vaca.

1 - Minha


Foi julgada pelo crime indesculpável de ter olhos, de ter peito, de se deixar ser vista e sentida. O pecado capital de escolher tendo sido escolhida, de não mandar nas sístoles e diástoles, nos tus e duns, nos sonhos e na falta deles. Foi condenada infinitas vezes, todos os dias, por todos os júris, por todos os povos, por todos os tempos.

estamos de olho...



na GATINHA.

Res publica

acho bonito nosso ser rosa
e  as moças nuas edificantes
e a política, que embaraçosa
mente nos resta em inconstantes

acho bonito a poesia e prosa
não nos serem caras qual diamantes
mas alvo da mais séria troça
em que resultam nossos laxantes

acho bonita a isolação medrosa
de não sermos uns militantes
que sempre entendi essa rep nossa
como "morada de estudantes"

20110130

Grandes descobertas do pelotão de cientistas juvenis brasileiros



Biutiful é um filme ruim por causa de seu principal criador, o diretor, não saber filmar. Isso pode ser comprovado ao longo de todo o filme, para um espectador que o assiste. Seu título, portanto, é irônico, porém, ironicamente, não no sentido que seu criador gostaria de dizer. Não se trata de uma realidade feia que possui beleza, mas de um filme feio que não possui mais nada.

Portanto, c.q.d., Biutiful é um filme ruim, e seu diretor, Alejandro González Iñárritu, é sua principal dificuldade: com este o filme sairia desta maneira equivocada, sem este o filme não sairia de maneira nenhuma. Trata-se de um filme que reside no paradoxo de sua existência, trata-se daquilo que chamaremos filmus complexus, do latim complexado.


20110126

Grandes descobertas do pelotão de cientistas juvenis brasileiros

/23334500109//2011
Trabalho de recuperação "Materiais da Poesia II", Instituto Eletroceânico J-8

(...) análise comparada da formação da imagem poética do poeta e da formulação utilitária dos objetos da indústria (...)

(...) as curvas de um trabalho "natural" que se revela apenas o esculpir de uma precisão no nada-pentear (...)
(...) concomitantemente: designs arrojados que acarretassem problemas elétricos (...)
(...) o contexto proporcional à tensão local e regional de um transistor e de um poeta em plena atividade (...)
(...) poder-se-ia dizer (...)



* estes fragmentos são mera ilustração da existência deste trabalho, contendo, propositadamente, falta de sentido claro para evitar abusos como a utilização integral em pesquisas avançadas do PCJB (pelotão de cientistas juvenis brasileiros), não pertencendo ao Creative Commons ou qualquer outra licença de teor comunitário, tratando-se, portanto, de uma pesquisa científica.

20110125

Grandes descobertas do pelotão de cientistas juvenis brasileiros

Aos vinte e quatro anos uma viadagem se acoplou depois de anos e anos
rondando seus floreios mentais e tautológicos sobre a beleza do mundo:
A poesia, ora vejam, é uma resistência.

Com um rancor catarrento lá do outro lado da sala Juca Jones soltou:
NÃO? Não me diga!



20110119

Uma Frase

só pra deixar uma frase:

"a linha entre o genial e o idiota é extremamente tênue"

(agora entre em um paradoxo mental)

112a Surata [revelada em Makka; 4 versículos.] (Em nome de Allah, o Clemente, o Misericordioso)

Dize: Ele é Allah, o Único!

Allah! O Absoluto!

Jamais gerou ou foi gerado!

E ninguém é comparável a Ele!”


2568. A natureza de Allah é-nos, aqui, indicada em poucas palavras, de maneira que possamos entender. As qualidades de Allah são descritas alternadamente, em inúmeros lugares e inúmeras passagens do Alcorão. Aqui, é-nos ensinado a evitarmos as armadilhas em que os homens e as nações caíram, em variadas épocas, ao tentarem compreender Allah. A primeira coisa a notar é que a Sua natureza é tão sublime, está tão além de nossa limitada concepção, que a melhor maneira pela qual nós podemos conscientizar d'Ele, sentirmo-Lo como uma Personalidade; é compreende-Lo. Ele não é uma mera e abstrata concepção filosófica, que está próximo de nós; Ele vela por nós; nós devemos a nossa existência a Ele. Ademais, Ele é o Uno e Único Allah, o Uno e o Único, a Quem devemos adorar; todas as outras coisas ou entidades em que ou em quem pudermos pensar são criaturas Suas, de maneira alguma comparáveis a Ele. Ainda, Ele é Eterno, sem começo ou fim, é Absoluto, não limitado por tempo, lugar ou circunstância; é a Realidade perante a qual todas as outras coisas ou localidades são meras sombras ou reflexos. Ainda mais, não devemos pensar que Ele teve um filho ou um pai, porquanto isso seria querer imputar-Lhe qualidades materiais ao formarmos juízo d'Ele. Ainda, novamente, Ele não é igual a qualquer outra pessoa ou coisa que conhecemos ou que possamos imaginar; Suas qualidades e Sua natureza são únicas.