20101231
Nostalgia é o passageiro gordo que faz o automóvel capotar.
Teve este lampejo enquanto guiava com os olhos petrificados em muitas coisas que ficavam para trás. Não havia muito com o que se preocupar, o tanque estava quase cheio, havia um mapa debaixo do banco, sua garota dormia no banco de trás. O que lhe preocupava era mesmo aquilo que ele já sabia estar em sua cabeça desde sua despedida, desde a partida. O fim. O fim já se vislumbrava em algum lugar entre seus olhos e a pista que rodava suas linhas para debaixo do carro, engolidas por sua escolha. Era o fim, pensava. Era a nostalgia que lhe pesava os olhos.
O lampejo, na curva da serra, para fora em tangente como ensina a prática aos desatentos, piscando dentro de si, como um sub-lampejo: na curva mais curva onde se deve sentir a desaceleração como uma doença e marchar engatado: o passageiro gordo de seus olhos: ainda houve um terceiro lampejo dentro do mesmo, como um resquício que provava que o instante era de fato bastante espaçoso como um esgarçamento em que ele poderia viver mais pensamentos como aquela nostalgia que pulsava entre os dedos do volante na buzinapárabrisaguiapulocrackecurvouseladomoinhosnostalturadodiaboestamosindoevoumeseguraraliquandoeupodereiárvores---***####`````galhosna--
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Lágrimas por ninguém, só porque é triste o fim.
ResponderExcluirOlho gordo, capote valente.
ResponderExcluirFeliz ano novo, mininus.
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