em 1955 aos quatorze anos ricardo
rodrigues dos santos
um alemão exilado
sem nome(
e portanto
sem alma)
perdeu
(sempre perde-se)
chance única e prodigiosa de felicidade
(algo que ele como alemão nem mesmo merecia)
:
uma mocinha de quinze
(ou dezesseis)
(ou treze)
anos
que amava.
ninguém
(de importante)
chorou.
"
meu peito é um rombo
de sangue seco
vazio
anticoagulado e vazio
e seco
sem mira e sem tiro
estéril ainda bem.
eu
sou um míssil
v4
oco
falho
sem explosão.
eu sou sem explosão."
um pouco foi escrito sobre ele
(todos sabem):
um pouco discreto
(um por
co secreto)
detonou zyklon ontológico penetrante como a alma de um zumbi
algo-herói algo-épico
(por critérios gregos)
sem espada
rasgante
(pequeno)
grande
, um poeta sim
(naquilo que há)
faltaram-lhe vitaminas
(garoto vitorioso
)perjúrio(perdeu)
fugitivo
(tudo) um déjà vu
sem sangue.
20101205
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E rancou-se-lhe as vistas.
ResponderExcluirFilho da puta, me difamando aí à vontade!
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