20100325

Cavalo: substantivo aplicável a consumidores

Três são as razões que me levam a postar o que ora posto. Há a notança de algumas obras recentes no blog, há meu desejo de romper uma ausência prolongada minha e há também a urgência de que o mundo todo tome conhecimento deste que é um dos mais belos esforços interpretativos de todos os tempos, também porque dotado de elevada preocupação social.

Deixo claro, portanto, que não possuo nenhum mérito em relação ao texto, senão o de tê-lo encontrado em meio a tanta besteira que se vê na internet e o de ter percebido seu valor e sua nobreza. Todos os créditos se devem, portanto, a Mário Osny Rosa, poeta e advogado (não diplomata), com merecida menção ao seu website, http://www.mario.poetasadvogados.com.br/.

Negritei:

Dizem que nosso vocabulário é o que mais evolui com palavras que nada tem com o nosso português, isso é mesmo uma realidade a última a acontecer veio à tona com a renovação dos contratos das empresas que fornecem telefonia aos usuários em geral nesse país capitaneados pela economia globalizada e até o nosso idioma entra nessa faceta. Onde foram buscar essa palavra cidadão hiposuficiente? E o que realmente essa palavra venha qualificar em nosso meio? Pela etimologia da palavra, hipo se refere a cavalos hipódromo, já suficiente é aquele que tem de tudo boa vida boa remuneração boa casa telefone televisão e fartura na sua dispensa. Essa de brasileiros serem tratados de cavalo boa vida é coisa inédita na vida de brasileiros em geral, o autor dessa palavra merecia um titulo do MEC por ser o maior inovador de nossa língua.
Em nosso país não existe pobre, muita menos pobreza, na qualificação dada pela Anatel quando se trata dos benefícios da telefonia nacional, pois hiposuficiente não identifica essa parcela da população em nenhum momento de nossa história. Vejamos se a população e o cidadão hiposuficiente terá direito ao telefone social, isso também diz o mesmo que os cavalos ricos terão telefone a preços irrisórios, na mente do autor desta inovação de nossa língua.
Quem foi o revisor final desse acordo para sair em público tamanha gafe em nossa língua, ainda mais gostaria de saber qual foi à escola que freqüentou o referido autor. Pelo que percebi o autor ficou com vergonha de dizer que somos a maiorias de pobres nesse país e lascou a dita palavrinha inovadora no contrato, dando oportunidade aos detentores desse contrato cobrarem preços absurdos pela telefonia brasileira diante do nosso poder aquisitivo.
Será que foi essa a posição tomada pelo autor?
Viva o cidadão hiposuficiente.
O autor queria fazer referência ao cidadão hipoinsufuciente, mas seria uma gafe tratar o pobre brasileiro dessa maneira, cavalo morrendo de fome ou fraqueza.

E não há, mesmo, quem não partilhe da indignação do autor.

5 comentários:

  1. Só falta descobrirem que eles andam apostando na gente!

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  2. Caramba, quero chamar esse cara pra república.

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  3. Ele provavelmente mora em Florianópolis [http://www.mario.poetasadvogados.com.br/textos.php?id_texto=754&prosa_verso=1].
    Querem que eu me encontre com ele pra negociar isso??

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