Vou citar aqui um texto que está num livro da época em que minha mãe tava apenas começando as traduções de literatura hispano-portenha:
" - Bem, Tranján - Enrique rodopiou o prato sobre a bancada - Você já sabe que não confiei e nunca confiaria em Igor Goleja depois dos trâmites...legais em que ele se envolveu com a Rulleyo.
Tranján fungou e se remexeu, esperando o prato cair ou que Julia fizesse qualquer comentário inesperado que atrapalhasse o gordo.
- De todo modo, é exemplar que nas fábricas nós tenhamos conseguido disfarçar a presença dele. Existem pelo menos outros três gerentes mais cabeludos, mais competentes e muito menos confiáveis, sob o ponto de vista de Juan Quijón, dos quais eu me livraria antes de encostar um dedo no seu amigo.
- Igor só se envolveu com Rulleyo depois que Buenos Aires ficou fora de cogitação para vocês dois, isso é fato! - protestou Julia, de batom borrado.
- E vai se esculachar!
O gordo e Tranján riram-se tanto que o prato, obviamente uma louça tré¹ fina, se espatifou no chão, espalhando os capeletti pela cozinha da moça. Julia ofendeu-se de tal modo que o pano de chão que procurou foi o pior que poderia encontrar.
- Mas não se preocupe, paquita. Nós vamos cuidar bem dele."
¹Em francês, no original.
extraído de "El aborígene", de Antón H. Rojilo
20100310
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Sua mente dá voltas maiores que a panza de maradonna, às vezes.
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